Polícia

Ex-comandante da 64ª CIPM se aposenta e diz que para alcançar novos postos é necessário ter 'bandeiras políticas'

De acordo como o tenente-coronel, a Polícia Militar ensinou o que é ter relacionamento interpessoal.

Gabriel Gonçalves

Na última quinta-feira (8), foi publicado no Diário Oficial do Estado da Bahia, o pedido da reserva remunerada do tenente-coronel Amon Pereira Gomes,  ex-comandante da 64ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar) de Feira de Santana.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o tenente-coronel afirmou que para chegar em determinados postos, é necessário que haja bandeiras políticas.

"Eu posso afirmar que esse meu posicionamento de pedir reserva, é porque temos o objetivo de chegar no último posto, mas nem sempre esses sonhos são alcançados e infelizmente para chegar em determinado posto, você depende de bandeiras políticas e eu não tenho esse comportamento, acredito que devemos ser promovidos por itens ligados ao seu merecimento e o merecimento na Polícia Militar não existe. Todas as minhas promoções foram por dignidade, mas a minha melhor promoção é o serviço prestado que eu tenho em toda a Bahia e por onde eu passei. Eu estou contente, porque saio saudável e só vou lembrar das boas lembranças da Polícia Militar, pois foi algo que eu escolhi, eu vivi, porque sei que por onde eu passei, recebi prêmios por reduzir número de mortes e desta forma sou grato a Deus, sou grato a todos os soldados e oficiais, além de toda comunidade por onde passei", disse.

De acordo como o tenente-coronel, a Polícia Militar ensinou o que é ter relacionamento interpessoal e por este motivo nenhuma mágoa será levada de forma pessoal.

"A vida por si só, já é uma escola e a Polícia Militar me ensinou a trabalhar com relações interpessoais. É normal a pessoa ter simpatia com uma pessoa e não ter com outra, mas até o próprio Cristo foi apedrejado, e mesmo aquele homem que faz um excelente serviço, é apedrejado. Não guardo mágoa de ninguém e quando se guarda algum tipo de rancor, isso acaba ferindo de forma internamente, então só tenho a agradecer a Deus e pelas estradas por onde passei. Quando entrei para a Polícia Militar, já sabia sobre a questão de homens que possuem compromisso com a Instituição e outros que não possuem, mas em sua totalidade, a Polícia Militar é formada por homens bons, por exemplo, ninguém nunca me viu em algum bar embriagado. Hoje tenho uma filha médica e um filho advogado e eles aprenderam que devemos ter liberdade e independência, e que não precisam depender de bandeira política para ter um emprego, porque é o político que depende dos nossos votos. Eu serei eternamente tenente-coronel, até mesmo sendo enterrado, serei tenente-coronel, porque eu sei que essa patente, eu não perco", concluiu.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade

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