Bahia

Entenda por que policiais civis da Bahia suspenderam temporiamente as operações e entrevistas à imprensa

Os servidores estão protestando contra a demora do Governo do Estado na negociação da reestruturação salarial dos servidores.

Assembleia dos policiais civis da Bahia
Foto: Sindpoc

Os policiais civis da Bahia iniciaram uma mobilização há quase uma semana, suspendendo a realização de operações policiais, medidas cautelares e entrevistas para a imprensa sobre investigações em andamento. A mobilização, iniciada em todo o estado após uma assembleia realizada na última sexta-feira, dia 19 de julho, deve seguir até o dia 12 de agosto, quando será realizada uma nova assembleia.

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O movimento protesta contra a demora do Governo do Estado na negociação da reestruturação salarial dos servidores, que, segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindipoc), estão defasados. De acordo com a entidade, os policiais civis da Bahia recebem o 26° pior salário do país.

Além da atualização salarial, a categoria reivindica mais contratações de servidores para algumas cidades, como é o caso de Feira de Santana, que precisa de mais escrivães, por exemplo. Segundo informações obtidas pelo portal Acorda Cidade, só tem um. Além disso, não há viaturas suficientes para a Delegacia de Homicídios do município realizar diligências e levantamentos cadavéricos. A informação é que só tem uma viatura e outras estão quebradas.

O Acorda Cidade esteve na manhã desta quinta-feira (25) acompanhando a visita do governador Jerônimo Rodrigues e o questionou sobre a pauta de reivindicação dos policiais. O gestor estadual veio à cidade para a entrega de uma Colégio de Tempo Integral no bairro Campo Limpo, além da inauguração da pavimentação do trecho de rodovia que liga o entroncamento da BR-116 ao distrito de Tiquaruçu e, também será homenageado na Câmara de Vereadores de Feira de Santana, com a Comenda Maria Quitéria, a mais alta honraria concedida pela Casa Legislativa municipal, assim como o Título de Cidadão Feirense.

Ao Acorda Cidade, o governador informou que está havendo diálogo entre o estado e o sindicato e que não recebeu reclamações sobre a falta de viaturas.

“Eu não tenho essa informação [de viaturas sucateadas]. Não posso dizer que não é verdade, porque pode ter acontecido alguma coisa de ontem para cá, mas estamos entregando novas viaturas. Estamos entregando viaturas e novas sedes da Polícia Civil, Militar, Bombeiro e DPT em todo o estado. Inclusive, há três dias anunciamos um chamamento de concurso público. Não existe na nossa agenda nenhuma informação desse tipo. Há um movimento dos delegados, e eu não estou entendendo, estamos dialogando. Tenho uma mesa de diálogo. Tenho que cuidar para entender o que está acontecendo. Não chegou à minha mesa. A categoria sabe da minha preocupação com a Segurança Pública. Não está no meu radar nenhum tipo de defasagem desse tamanho. Temos, inclusive, participado de eventos grandiosos, como a Micareta daqui e o São João. Quero entender o que está acontecendo, não vou fugir da raia. Agora, é claro, se houver uma movimentação julgada pela justiça como ilegal, teremos que realizar o que a justiça determinar”, declarou.

Sindicalistas e governador da Bahia
Foto: Sindipoc

Na segunda-feira, 22 de julho, o diretor do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindipoc), Reonei Menezes, e o presidente do Sindpep, Mateus Bereh, participaram do ato de entrega de viaturas e outras assinaturas realizadas pelo governador Jerônimo Rodrigues em prol da segurança pública do estado. Na ocasião, Reonei Menezes solicitou o avanço das negociações entre o governo e o sindicato, ressaltando a importância do diálogo.

Proposta de Reestruturação

Na Assembleia Geral Conjunta, realizada na última sexta-feira, o presidente do Sindipoc, Eustácio Lopes, destacou que os policiais civis têm tido um “papel de destaque” no combate à criminalidade na Bahia. O sindicalista ressaltou que a Polícia Civil tem realizado um número recorde de prisões de líderes de facções do tráfico de drogas.

A mobilização foi organizada pelo movimento “Unidos pela Valorização dos Policiais Civis”, representado pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindipoc), Sindicato dos Delegados de Polícia (Adpeb), Sindicato dos Peritos em Papiloscopia (Sindpep), Sindicato dos Escrivães (Apeb-Sindicato), Associação dos Investigadores (Assipoc), Sindicato dos Peritos Médicos e Odonto-legais (Sindmoba) e o Sindicato dos Peritos Criminais (Asbac).

No dia anterior à assembleia, Eustácio Lopes e o diretor jurídico da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), Marcos Maurício, se reuniram para explicar à categoria sobre a proposta de reestruturação remuneratória encaminhada ao governo.

O sindicato publicou um vídeo explicando que a proposta prevê a recuperação das perdas remuneratórias que os policiais civis sofreram a partir da Lei 7.146 de 1997, a qual, ao longo do tempo, acarretou em estagnação salarial.

“No contracheque dos policiais, existem vantagens comuns (vencimento, GAPJ e CET), vantagens individuais (adicional tempo de serviço e titulação, por exemplo) e verbas indenizatórias, como é o caso do auxílio-transporte e alimentação. O que vai compor a parcela única do subsídio serão as vantagens comuns somadas às vantagens individuais e verbas indenizatórias, resultando assim na remuneração do servidor. Importante dizer que a proposta das entidades incluem os servidores aposentados”, informou o Sindpoc.

Ouça a entrevista do governador:

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Kalyla Fonseca

Vendo tanto honesta pedindo mais aumento de salário e uma carreira mais vantajosa me faz entender pq a Bahia segue piorando nos indices de segurança .

Jobson Silva

Sou morador de Feira de Santana e posso dizer. A polícia civil melhorou muito sua atuação. Fiz uma pesquisa rápida na internet e vi que eles recebem o segundo pior salário do país.
Convenhamos que isso é um absurdo.

Fabiano Oliveira

É muito clara a diferença de tratamento entre a PM e a Civil. Os investimentos são direcionados para a PM e vejam que as viaturas são novas enquanto a civil tem veículos velhos. Certamente é uma briga política dentro da secretaria de segurança pública e que o governador, que passa a semana toda viajando no interior ou fora da Bahia, não resolve. Isso é perigoso, governador ! Não podemos ter separações entre as duas policias.