Laiane Cruz
Acompanhado do advogado Guga Leal, o secretário de saúde de Feira de Santana, Marcelo Britto, compareceu na manhã desta quarta-feira (24) à sede da Polícia Federal para prestar depoimento, acerca da denúncia de suposto esquema de superfaturamento em serviços prestados por sua empresa à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Queimadinha.
Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade
A denúncia foi protocolada no dia 15 de setembro pelo presidente da Câmara de Vereadores, Fernando Torres. Ele compareceu à sede da PF junto com uma comitiva formada pelos vereadores Luiz da Feira, Paulão do Caldeirão e a vereadora Eremita Mota. (Relembre aqui)
Na ocasião foram entregues ao delegado documentos e notas fiscais, que supostamente comprovariam o recebimento do valor de R$ 200 mil mensais pela empresa do secretário Marcelo Brito, por serviços de consultoria prestados à UPA, na época em que ainda não estava à frente da pasta municipal.
Em coletiva à imprensa, após o depoimento na sede da PF, o secretário Marcelo Britto negou que tivesse recebido o total de R$ 400 mil por dois meses de consultoria à UPA. Segundo ele, o valor foi de pouco mais de R$ 200 mil.
Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade
“Eu recebi pouco mais de R$ 200 mil por serviços de consultoria e atendimento. Eu acho barato. Depende muito da assessoria que você presta. Tem serviços que talvez 1 mil reais seja muito caro, e tem serviços de R$ 1 milhão que acho que sai barato. Vai depender muito da avaliação do resultado dos serviços que foram prestados”, justificou.
Ele disse que durante o depoimento o delegado fez perguntas específicas acerca da denúncia, de maneira educada e sem nenhum tipo de agressão. “Se tiver provas contra mim vou ser sancionado conforme a lei. Se não tiver, arquiva-se o processo”, resumiu.
Ainda de acordo com Marcelo Britto, os serviços prestados foram para a área de saúde, os quais já são realizados por ele há cerca de 20 anos, em grandes hospitais, como o Hospital Português, em Salvador, hospitais de Recife, do interior de Minas Gerais, com valores que são até superiores.
Questionado se, diante da investigação, irá permanecer à frente da Secretaria de Saúde, Brito afirmou que ainda não recebeu nenhum ultimato do prefeito Colbert Martins a esse respeito.
“Enquanto o Diário Oficial não publicar minha exoneração, continuo secretário. No dia que publicar, deixo de ser secretário e continuo médico. Ser secretário eu diria que é uma missão. No momento em que eu fui convidado para assumir a Secretaria Municipal de Saúde eu sabia que 'você' termina se envolvendo indevidamente em questões políticas. Eu não sou político, não sou candidato a nada, estou apenas para fazer uma boa gestão na Secretaria de Saúde, e esse é o papel que estamos fazendo, mas tudo na vida tem esses percalços, e tudo na vida é uma missão.”
Interferências políticas
O secretário Marcelo Britto atribuiu também que a investigação contra ele a interferências políticas, em virtude de interesses que poderiam ter sido contrariados.
“Eu diria que não há perseguição, eu diria que são interferências políticas, porque a gente faz uma série de mudanças na secretaria e que desagradam as pessoas. Quem poderia levar algum tipo de vantagem deixa de levar, e infelizmente, na nossa cultura, percebe-se que se quer levar vantagem em tudo e isso não é o ideal”, justificou.
Em relação à possibilidade de ser convocado a depor durante a CPI da Saúde, instaurada na Casa Legislativa, o secretário disse que está à disposição de todos os vereadores.
“O dia que eles desejarem. Já fui chamado duas vezes e já mandei ofício duas vezes marcando a data, e um dia antes cancelaram. Estou à disposição de qualquer um dos vereadores e da imprensa, para dar respostas honestas e claras, como sempre faço quando dou entrevistas”, concluiu.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.
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