Matéria atualizada em: 9h20
Dois fazendeiros foram autuados em flagrante sob suspeita de homicídio contra a indígena da etnia Pataxó Maria de Fátima Muniz de Andrade e de tentativa contra outro indígena da mesma etnia. Eles foram atingidos por disparos de arma de fogo durante um conflito no município de Itapetinga, no sudoeste baiano, no domingo (21). Além dos indígenas, um fazendeiro e outras pessoas também ficaram feridas no confronto.
Os dois fazendeiros foram autuados no plantão da 21ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Itapetinga). Segundo o site Políticos do Sul da Bahia, parceiro do Acorda Cidade, os fazendeiros afirmam que agiram em legítima defesa, argumentando que foram recebidos com disparos de armas de fogo e flechadas pelos indígenas, resultando em ferimentos em alguns fazendeiros.
O caso teria ocorrido devido à invasão de propriedades por parte dos indígenas. As investigações continuarão na Delegacia Territorial (DT/Itapetinga), sendo o caso acompanhado pela Diretoria Regional de Polícia do Interior (Dirpin/Sudoeste-Sul).
Ações da Polícia
Em visita à Feira de Santana, na manhã desta segunda-feira (22), o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, falou ao Acorda Cidade sobre as mortes em Itapetinga e os desdobramentos imediatos da Polícia Civil, Militar e do Departamento de Polícia Técnica. Segundo ele, foram apreendidas quatro armas de fogo após a prisão dos fazendeiros suspeitos do homicídio dos dois indígenas.
“De imediato, a Polícia Militar que se fazia presente no local prendeu duas pessoas que estavam diretamente envolvidas nesse conflito e apreendeu quatro armas de fogo, inclusive com suspeita de duas dessas armas terem sido utilizadas nos ferimentos que culminou, inclusive, na morte infelizmente de uma indígena que se encontrava no local”, informou o secretário ao Acorda Cidade.
Segundo o secretário, os indígenas da etnia Pataxó haviam retomado o local na última semana, inclusive com acompanhamento de quase 30 policiais militares, entretanto houve um movimento dos proprietários rurais para retirar os indígenas da área, intensificando o conflito na região.
“A Polícia Militar estava fazendo a mediação, tinham quase trinta policiais fazendo a mediação, no entanto, em determinado momento, houve uma desavença entre as partes que acabou culminando nesse triste evento, por isso mesmo, a gente tomou todas as medidas possíveis para que a gente pudesse responsabilizar as pessoas envolvidas nessa ocorrência”, pontuou.
Para reforçar a segurança após os confrontos, Marcelo Werner informou que foram deslocados policiamentos especializados para a região, como a Choque e a Coordenação de Conflito Fundiário da Polícia Civil, que vão colaborar com as investigações.
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