Bahia

Delegados de Polícia Civil entregam cargos e suspendem atividades por 30 dias em protesto

De acordo com o delegado Fábio Daniel Lordelo, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil do Estado da Bahia, a categoria chegou ao limite com o governo do estado.

Laiane Cruz

Delegados de Polícia Civil decidiram nesta terça-feira (15) realizar a entrega dos cargos e operações policiais por cerca de 30 dias. A ação é fruto de uma mobilização da categoria, que busca melhorias salariais e de condições de trabalho, junto ao governo do estado.

De acordo com o delegado Fábio Daniel Lordelo, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil do Estado da Bahia, em entrevista ao Acorda Cidade, a categoria chegou ao limite com o governo do estado.

“O governador Rui Costa claramente possui uma inabilidade política e é avesso ao diálogo. Estamos ao longo dessa gestão só tendo perdas, a cada reforma administrativa e projetos de lei que são encaminhados à Assembleia Legislativa. Ele é difícil de diálogo, não é adepto de ouvir as pessoas que fazem parte da Secretaria de Segurança Pública, que impulsionam todo o sistema de justiça penal, e o caos se instalou por falta de questão remuneratória, por falta de estrutura, falta de equipamentos, investimento em tecnologia, ou seja, estamos vendo a Polícia Civil num estado de desânimo, por conta do desrespeito para com a classe. Nós hoje vivemos um caos internamente”, afirmou Fábio Lordello.

Ele informou que a partir de hoje está suspenso todo tipo de medida cautelar, ou seja, busca e apreensão, interceptação, quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico, qualquer medida que exija uma ação judicial para investigações criminais e também todas as operações da Polícia Civil por 30 dias.

“A partir do dia 21, se o governo não nos chamar para dialogar, vamos fazer a coleta de assinaturas todos os delegados de Polícia Civil, que já decidiram em Assembleia, a entrega dos cargos comissionados e no dia 25 vamos fazer a entrega formal ao governador. É uma medida extrema, mas é o único espaço que nós temos. Num segundo momento, se o diálogo não for construído, vamos entregar 180 substituições do interior do estado”, declarou o presidente da associação.

 

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade. 

 

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