Delegado é morto com 11 facadas

O crime aconteceu em sua casa de veraneio, na Ilha de Itaparica, na localidade de Coroa, município de Vera Cruz.

O delegado da Ouvidoria da Polícia Civil da Bahia, Carlos Raimundo Dórea Amaral, 61 anos, foi assassinado com 11 facadas na noite da última quarta-feira, 30. O crime aconteceu em sua casa de veraneio, na Ilha de Itaparica, na localidade de Coroa, município de Vera Cruz. O garçom Adailton Maia dos Anjos, 23, assumiu o homicídio e está preso. Adailton trabalha na Barraca Gonzaguinha Vilas Bar, último local onde Carlos Raimundo foi visto antes do crime. Adailton foi o garçom que atendeu o delegado durante o dia.

Na barraca, funcionários apenas comentaram que o delegado Carlos era cliente e que havia bebido muito na quarta-feira. O enterro está marcado para esta sexta-feira, às 11h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Brotas. Conforme relato do caseiro da residência há mais de dez anos, Genival Cardoso, quando ele chegou por volta das 23h, encontrou o patrão gemendo e todo ensaguentado, na companhia de Adailton. Dois cobertores também estavam repletos de sangue.

“O garçom me disse que a casa havia sido invadida por dois homens para roubar, que houve luta corporal entre os quatro e os ladrões esfaquearam o delegado e fugiram”, relatou o caseiro. Carlos Raimundo foi encaminhado para o Hospital Geral de Itaparica e imediatamente transferido para o Hospital São Rafael, em Salvador, onde morreu na madrugada de ontem. Genival disse que havia um mês que Carlos Raimundo estava na ilha, de férias.

Investigação – Ao chegar no hospital de Itaparica, a polícia desconfiou de Adailton, que estava junto com o caseiro e fingiu estar passando mal. Policiais conduziram o garçom à delegacia, onde ele confessou o crime. O garçom mora próximo à Brasilgás, em Salvador, e havia sido contratado pelo dono da barraca para serviço temporário, há 5 dias. Na 24ª delegacia de polícia de Vera Cruz, o garçom contou uma versão diferente da que havia dito ao caseiro, que foi ouvido e liberado em seguida.

Conforme o delegado titular, Lúcio Ubiracé, que tomou os depoimentos, o garçom havia conhecido Carlos Raimundo há dois dias. O delegado Lúcio disse acreditar, preliminarmente, que houve um homicídio duplamente qualificado, sem chances da vítima se defender, já que estava bêbada e a maioria das facadas foi pelas costas. Ombro e pescoço também foram atingidos. “Somente após a perícia no local do crime e a necropsia poderemos dar a versão do que realmente aconteceu”, afirmou o delegado Lúcio.

Por volta das 12h desta quinta, Lúcio acrescentou que a carteira com os cartões de crédito e dinheiro de Carlos Raimundo ainda não haviam sido localizados. Segundo o perito-técnico da Polícia Civil, Lino Oliveira, que fez a perícia no local do crime, não havia nenhum sinal de luta corporal na casa. No corpo do garçom também não foi encontrado nenhum ferimento.

De acordo com familiares da vítima, que foram, ontem, ao Instituto Nina Rodrigues fazer o reconhecimento do corpo, Carlos Raimundo estava com planos de vender a casa na ilha para comprar uma em Stella Maris. Sobrinho da vítima, o advogado Taciano Neto afirmou que Carlos voltaria ontem para Salvador para passar o Réveillon com a família. “Ele sempre foi uma pessoa muito calma e tranquila, atencioso e querido por toda a família”, disse Taciano.

Sem ameaças – Carlos Raimundo era casado com a médica Cecília Amaral, com quem tinha um casal de filhos. Segundo Taciano, ele exercia trabalho interno na polícia e não tinha muito contato com criminosos, nem sofrido nenhum tipo de ameaça. “Não tenho o que dizer do delegado, ele sempre foi uma pessoa tranquila, mas não vi nada porque fecho o bar às 18h”, pontuou o dono de um barzinho que fica em frente à casa de veraneio de Carlos.

Informações do A Tarde

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