Bahia

Decarga recuperou em 2020 mais de 10 milhões de reais em mercadorias roubadas

Ao menos uma carga roubada foi recuperada por semana em 2020 pelas equipes de investigadores de Feira de Santana.

Andrea Trindade

A única Delegacia Especializada no Combate ao Furto e Roubo de Cargas em Rodovias do Estado da Bahia tem sede em Feira de Santana. Com forte atuação em todo o estado, apenas neste ano a Decarga recuperou mais de dez milhões de reais em mercadorias.

As equipes de policiais civis que percorrem  várias cidades da Bahia para investigar os roubos, recuperar as cargas e prender os envolvidos são comandadas pelo delegado Gustavo Coutinho, que está a frente da especializada há três anos.

Em entrevista ao Acorda Cidade, ele informou que, em média, uma carga roubada foi recuperada por semana na Bahia, e que por conta da pandemia o número com relação ao ano passado foi menor.

“Realmente a Decarga teve uma produtividade alta em 2020, foram mais de 50 cargas recuperadas, o equivalente a média de uma carga por semana que os policiais investigadores conseguem investigar e aprender, geralmente em mãos de receptadores.O que vale ressaltar também é o valor dessas cargas que foram recuperadas, nesse ano que somaram mais de 10 milhões de reais no ano de 2020, no ano anterior o número de cargas foi um pouco maior. Esse ano reduziu um pouco por conta da pandemia, mas ainda assim foi um número alto, no entanto, o que chama atenção é o montante, o valor dessas cargas. Ano passado foram seis milhões de reais, e neste ano já ultrapassa os 10 milhões, então é um trabalho que gratifica muito a gente. Nessas recuperações aumenta também o número de prisões, cerca de 27 indivíduos foram presos durante o ano de 2020, então é um saldo bastante positivo aqui na Decarga.

As cargas recuperadas neste ano variaram de produtos alimentícios e calçados a baterias e combustível.

“Tivemos muita carga principalmente de combustível, tivemos uma incidência alta naquela região metropolitana de Salvador principalmente ali em Candeias, carga de cerveja na região de Alagoinhas, enlatados, medicamentos que também é uma carga muito valiosa, baterias, cestas básicas, teve um carro de cesta básica aqui em Feira de Santana, uma carga de ovos em Salvador, carnes, congeladas cigarros, tivemos muitas cargas de calçados que também foram recuperadas agora no final do ano, óleo e também produtos diversos, então são cargas muito valiosas em locais específicos aqui no estado”, disse o delegado ao Acorda Cidade.

O delegado também mencionou algumas cidades com atuação da Decarga neste ano, além de Feira de Santana.

“Foram várias cidades. Existem pontos com maior incidência do número de carga, naquela região de Santo Estevão, Rafael Jambeiro, a região que liga até a cidade de Itaberaba, a BA-242 temos também a região de Tucano, a Região Metropolitana de Salvador ali em Candeias, BR-324 é muito visada para assaltos, temos o sul do estado, região de Vitória da Conquista – são cargas de laticínios, de carne, carga de derivados do leite. Na região que faz divisa com o estado de Sergipe, muita carga de pneus e produtos diversos", disse.

Gustavo Coutinho explica que a pessoa que adquire uma mercadoria roubada ou furtada responde pelo crime de receptação. Ele informou que é grande o número de motoristas envolvidos nos crimes.

“O receptador geralmente compra para revender. Ele responde pelo crime de receptação qualificada, e a pena varia de dois a oito anos de prisão e não cabe fiança nesse caso. Vale ressaltar também é o número de motoristas envolvidos em roubo de cargas, em cerca de 70% dos casos o motorista está envolvido, ele realmente passa carga para quadrilha especializada para o receptador, ele entrega a carga e vem até a delegacia registrar uma queixa uma queixa falsa, mas geralmente aqui o trabalho é muito criterioso e o motorista acaba entrando em contradição E no momento que vamos a campo fazer a reconstituição do crime, conseguimos fazer com que ele entre em contradição e acaba confessando os delitos. Tivemos muitos casos do crime de apropriação indébita qualificada, que é aquele caso em que o motorista se apropria da carga e vende para o receptador”, informou o delegado destacando que 15 investigadores atuam na apuração destes crimes.

O delegado também destaca o apoio das delegacias territoriais de outros municípios e outras forças policiais, que ajudam nas investigações.

“Contamos bastante com ajuda da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Militar e também delegados de outras coordenadorias. Essa parceria tem rendido bons frutos, e com isso nós conseguimos viabilizar nosso trabalho e aumentar o número de apreensões”.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade
 

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários