Andrea Trindade
Foi preso no início da noite desta sexta-feira (25), após depoimento na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), em Feira de Santana, o homem acusado de matar a tiros a própria esposa, no bairro Papagaio em Feira de Santana. Moniza Carla Barros de Oliveira, 31 anos, foi baleada dentro de casa por volta das 4h da manhã de quinta-feira (24) durante uma discussão com o marido e morreu horas depois no Hospital Geral Clériston Andrade. O crime foi praticado na frente dos filhos dela, uma criança de três anos e outra de 10.
De acordo com a Delegada Clécia Vasconcelos, titular da Deam, foi pedido ao juiz plantonista o pedido de prisão preventiva com a informação de que Moniza sofreu uma tentativa de feminicídio – Ela ainda estava viva quando o procedimento foi feito.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
“Posteriormente ela veio a óbito no hospital e informamos mais uma vez sobre esse fato. Foi decretada a prisão, foi mantido contato com os números de telefone envolvidos na situação, até que chegamos até ele, e a condição foi de que ele viria a se apresentar acompanhado pela advogada. Aqui ele ficou sabendo que havia um mandado de prisão preventiva, e foi dado o devido cumprimento. Infelizmente mais uma mulher morta na frente dos filhos, destroçando toda uma família”, declarou a delegada ao Acorda Cidade.
A delegada informou que havia uma medida protetiva contra ele. A vítima informou que ele não aceitava a separação.
“Ele alega que voltaram a viver juntos, descumprindo a medida protetiva, isso será ainda analisado. O motivo desta ação, essa covardia, segundo ele, é de que ele estava doente, e ela estava na casa da irmã, época junina, e como ela chegou por volta das 2h da manhã, discutiram. Ela estava com os filhos, uma criança de 03 e outra de 10 anos, e ele disse que perdeu a cabeça, se diz arrependido e efetuou dois disparos de arma de fogo contra ela, um deles, querendo atingir, justamente o coração, o peito dela. Perdeu a cabeça e tinha uma arma de fogo”, relatou a delegada.
Clécia Vasconcelos disse ainda que o acusado já responde a um homicídio.
“Eu acredito que ele tenha usado a mesma arma do crime que perpetrou em 2013, mas ele nega. Ele disse que comprou essa arma por R$ 1.500 na Feira do Rolo porque estaria sendo ameaçado por pessoas após esse delito anterior por ele praticado”.
A titular da Deam lamentou o fato e ressaltou que a equipe ficou consternada com o crime. Ele recorda que desde 2013 não ocorre um caso de femicídio em Feira de Santana envolvendo vítimas com medidas protetivas.
“O corpo da Deam e todos os policiais que atenderam o caso, se consternaram. Desde 2013 não acontece um feminicídio em Feira de Santana de uma mulher que tenha passado pela Deam. A rede da Deam é muito atuante quanto a isso. Não é uma realidade à qual estamos acostumados. A gente não quer ter esse costume, então essa resposta rápida é necessária. A gente fica indignado, a gente corre pra cima. Logo que ocorreu o fato, o plantão requereu a prisão preventiva. A gente recheou com novos fatos e foi concedido. O juiz plantonista prontamente acatou essa cautelar, fomos atrás e hoje cumprimos o mandado de prisão. Ele já deveria estar preso há muito tempo. Talvez se hoje ele estivesse, Moniza estaria viva criando os filhos dela. É muito sofrido a gente ter que se debruçar num caso desse, e cada vez a gente percebe que a nossa luta é necessária e que a gente ainda tem que lutar muito”, declarou a delegada Clécia Vasconcelos ao Acorda Cidade.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade
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