Feira de Santana

Deam arrecada alimentos e itens de uso pessoal para doar a mulheres vítimas de violência

De acordo com a delegada titular da Deam, Maria Clécia Vasconcelos, muitas mulheres fogem de suas casas por conta dos agressores e não têm tempo de levar seus pertences.

Laiane Cruz

A Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam) de Feira de Santana está arrecadando alimentos, roupas, sapatos, materiais de higiene e outros itens de uso pessoal, como lençóis e toalhas, para doar a mulheres em situação de vulnerabilidade, vítimas da violência doméstica.

De acordo com a delegada titular da Deam, Maria Clécia Vasconcelos, a ideia surgiu a partir de uma necessidade, visto que muitas mulheres saem de casa fugidas dos agressores e não têm tempo de levar consigo seus pertences.

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

“Muitas vezes a mulher sai de casa e não volta, e teme buscar o que lhe pertence, ou enquanto se define uma situação e ela precisa se recompor. E a gente tendo essas araras, essas roupas aqui, ela já consegue recuperar, ainda que minimamente, a dignidade. Em outras situações já percebemos que a mulher deixa de comprar para si uma peça de roupa e compra para os filhos. Então ela vem aqui e escolhe uma roupa higienizada, e aqui eu quero agradecer o apoio das mulheres, das empresárias de Feira, das mulheres cidadãs, que têm contribuído muito. Eu vi em uma série chamada Maid, e me inspirei nisso e tem dado muito certo. Não é só vestuário, é roupa de cama, mesa, banho, sapatos e produtos de higiene”, revelou a delegada.

Segundo Clécia Vasconcelos, a Deam também conta com o apoio da campanha Empodera, encabeçada pela advogada Fabiana Machado e a assistente social e bacharel em Direito, Alyxi Veloso, que têm contribuído de forma decisiva para o andamento do projeto.

“A gente precisa sair um pouquinho da nossa zona de conforto, nós temos tanto, aquelas com uma condição melhor são verdadeiras centopeias, com bolsas, sapatos, e a gente não percebe que muitas vezes ao nosso lado tem uma pessoa que não tem nada e se tem está quase sem servir. Então, faz uma doação, tem sempre gente que precisa, assim também como cestas básicas, que nós também precisamos. Porque no combate à violência contra a mulher, a gente fala muito de empoderamento e à polícia cabe muito mais, não é só combate à violência com instrumentos legais. Combater a violência contra a mulher é uma coisa muito ampla, e nós que estamos aqui no fronte diariamente, a gente tem que se sensibilizar e fazer algo além daquilo que nos é de atribuição, enquanto policiais”, salientou.

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

Ela destacou que para participar do movimento, basta entregar as doações na sede da Deam, que fica na Avenida Maria Quitéria, próximo ao viaduto.

“Basta deixar aqui na Deam, deixa aqui na recepção. Como você pode ver os sacos, a comunidade tem se envolvido. A comunidade de Feira de Santana vê a Deam, graças a Deus, como uma aliada no combate à violência contra a mulher, e tem que ter esse papel mesmo. Tudo o que um ser humano precisa para ter dignidade, enquanto nessa condição, é uma toalha, para tomar um banho e se enxugar, é um sabonete, absorventes. Eu estava conversando sobre isso com a secretária Gerusa Sampaio, da Secretaria de Mulheres) e pude constatar, tem mulheres que dizem ‘eu posso pegar um absorvente e levar para minha filha?’. Pode. Tem mulheres tão pobres que deixam de comprar absorvente, usam paninhos, se viram como podem, porque o dinheiro do absorvente já mata a fome. O projeto é de fundamental importância, toda ajuda é bem-vinda. O cidadão tem que se envolver.”

 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

 

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