A menina de 4 anos que teve o celular roubado por dois homens em uma moto, no bairro do IAPI, em Salvador, é autista. Segundo a mãe da criança, que a acompanhava no momento do assalto, na quinta-feira (9), a pequena tem hipersensibilidade auditiva e usava o aparelho para ficar tranquila na rua.
“Ela escuta um pouco mais que a gente, e como ela tem essa hipersensibilidade auditiva, ela precisa usar o fone e estar no celular para sair da zoada que está em volta. É uma forma de mantê-la tranquila. Toda vez que eu subo, eu desço sempre por este mesmo lugar, e ela sempre com esse fone, com esse celular”, disse a mulher identificada como Larissa.
“Eu estou abalada demais, porque a única filha que eu tenho é autista e ela faz terapias, e ela precisa muito de um acompanhamento, principalmente com psicólogo, e depois do que aconteceu”.
Até a publicação desta reportagem, nesta sexta-feira (10), nenhum dos suspeitos havia sido preso pelo crime. Uma câmera de segurança flagrou o assalto. As imagens mostram os dois homens, vestidos com fardas de uma empresa, em uma motocicleta.
Os dois se aproximaram da garota e da mãe dela, quando o piloto da moto fez uma manobra e parou na frente das duas. Neste momento, o homem que estava na garupa puxou o que parecia ser uma arma e usou para ameaçar Larissa e a filha, e tomar o celular.
“A noite foi muito difícil porque depois do que aconteceu toda hora ela fala sobre a arma, o homem, o celular, a moto. Eu estou tentando acalmar ela de alguma forma. Ontem mesmo eu levei ela para o parque, para fazer ela se distrair e dormir um pouco tarde, mas ela acordou bem cedo e eu estou tentando o tempo todo acalmá-la, tirar isso da cabeça dela”, contou a mulher.
Assaltos frequentes
Moradores da região, que preferiram não revelar as identidades por medo, disseram que os assaltos no bairro do IAPI são frequentes.
“A falta de segurança aqui é grande. Os assaltos são frequentes, não tem dia e nem hora, minha vizinha há mais ou menos um mês foi assaltada com a filha chegando do shopping, umas 20h, foram muito agressivos”, disse uma mulher.
“Eles entram de motocicletas, a rua não tem saída e saem como se nada tivesse acontecido. Não respeitam ninguém, a criancinha de ontem ficou nervosa, a mãe pediu água para gente e não conseguia falar”, complementou.
A mesma mulher ainda deu um relato forte. Disse que tem medo de ser agredida caso não tenha o que dar no momento em que for assaltada.
“Tenho medo de andar com o celular e eles roubarem e de ficar sem e eles fazerem alguma coisa. Se eu não tiver o que entregar a eles?”.
Outra moradora contou que há poucos dias uma gari foi roubada na mesma região enquanto trabalhava. Nesta situação o crime foi cometido por um homem que estava a pé.
“Ela ficou em choque e entrou na casa da vizinha desesperada, chorando. Nem a pessoa trabalhando eles estão respeitando”.
Fonte: G1
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