Feminicídio

Corretora de seguros foi abusada sexualmente antes de ser morta em Salvador

Corpo da vítima foi encontrado enrolado em tapete. No dia do crime, homem foi encontrado desacordado na casa que trabalhava há seis anos.

Corretora de seguros morta em ssa1
Foto: Redes Sociais

As investigações da Polícia Civil apontaram que a corretora de seguros Marileide Santos Silva, de 40 anos, encontrada morta, enrolada em um tapete, na Região Metropolitana de Salvador, foi abusada sexualmente antes de ser assassinada.

A informação foi revelada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que decidiu denunciar o caseiro que trabalhava na casa, identificado como Anderson da Hora Santos, preso suspeito de cometer o crime, que aconteceu no dia 21 de setembro, no bairro de Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas.

Na oportunidade, o caseiro foi encontrado desacordado, na mesma casa, também no dia 21 de setembro. Ele ficou custodiado no Hospital Menandro de Faria, antes de ser levado para a 23ª Delegacia Territorial (DT) de Lauro de Freitas, que investiga a motivação do crime.

Golpes com pedaço de madeira na cabeça

De acordo com a denúncia do MP-BA, o caseiro de Marileide Santos Silva tentou manter relações sexuais com a vítima, que tentou se defender. Os dois iniciaram uma briga e Anderson da Hora Santos golpeou a corretora de seguros várias vezes na cabeça, com um cabo de madeira.

A denúncia do MP-BA informou que os golpes foram a provável causa do óbito. Após a agressão, o caseiro teria tirado a roupa de Marileide Santos Silva e abusou sexualmente dela.

No documento, o órgão estadual informou que o caseiro foi interrogado pela Polícia Civil e negou ter cometido o crime. Anderson da Hora Santos afirmou que ingeriu um comprimido de paracetamol com codeína e apagou, só acordando no dia seguinte no Hospital Menandro de Faria, sob custódia policial.

Disse também que considerava a vítima sua mãe, porque “ela lhe dava de tudo e moravam juntos há seis anos”.

Veja abaixo algumas das conclusões do MP-BA sobre o caso:

A vítima foi encontrada no jardim de inverno da casa, deitada, coberta com um tapete branco, sobre uma colcha cinza e duas almofadas.
O corpo dela apresentava lesões contusas na cabeça e estava nua , usando apenas um bustiê. O laudo de local de crime evidenciou que havia manchas de sangue humano nas paredes e em um vaso de planta no local onde a vítima foi encontrada morta.
Também havia um cabo de madeira de instrumento agrícola que apresentava manchas de sangue humano. O MP-BA informou que tudo indica que a vítima foi fortemente golpeada na cabeça até perder a vida.
No corpo da vítima foram coletadas amostras nas regiões anal e vaginal, tendo o laudo pericial identificado a presença de sêmen na vítima. O MP-BA informou que isso demonstra que ela foi abusada sexualmente.

O laudo de necropsia realizado no dia 22 de setembro estimou que o óbito aconteceu entre 48h e 120h, logo, no intervalo entre os dias 17 e 20 do mesmo mês. Na descrição das lesões externas, o laudo identificou a presença de lesões na cabeça da vítima, especificamente no lado direito.

Além disso, havia lesões no braço, antebraço, punhos, coxa, joelhos e fratura no nariz.

Uma das testemunhas ouvidas na investigação declarou para a polícia que Marileide Santos Silva tinha falado que suspeitava que o caseiro tinha algum interesse amoroso por ela, porque já tinha visto, em certa ocasião, ele observando-a com o pênis ereto.

A testemunha contou que questionou a corretora de seguros se isso não seria perigoso, mas a vítima teria justificado que confiava no funcionário.

Vizinhos sentiram falta da vítima

Testemunhas relataram que fizeram contato com Marileide Santos Silva pela última vez quatro dias . De acordo com informações de vizinhos, era possível sentir um forte odor vindo da direção da casa da vítima.

Além disso, Marileide tinha diversos animais de estimação e do lado de fora da casa era possível ver a inquietação deles. Amigos da vítima estranharam a falta de notícias dela e foram até o imóvel. Segundo eles, o corpo foi encontrado com marcas de violência e o rosto estava desfigurado.

23ª Delegacia em Lauro de Freitas onde o caso foi registrado Foto Alan Tiago AlvesG1
Foto: Alan Tiago Alves/G1

O caseiro da residência trabalhava com Marileide há 6 anos e cuidava dos animais dela. Uma vizinha, que preferiu não se identificar, disse não notou o sumiço da vizinha, mas sim do caseiro, porque via ele regularmente pela manhã.

“Nos últimos dias, a porta da sala estava aberta, o cachorro não parava de choramingar e o gato miava o tempo todo. Ele acordava bastante cedo e eu saía cedo, então eu via ele sempre limpando o jardim”, relatou a vizinha.

Doação dos animais

Marileide era protetora voluntária e tinha 50 animais no local. Entre eles, estavam 31 gatos, sete cães e sete animais mortos – sendo seis gatos e um cachorro. Outros animais, que eram de raça, foram levados do local antes que a polícia chegasse.

Os 31 gatos foram resgatados pela ONGs Instituto Patruska e Remca Bahia, mas os cães ficaram na casa da corretora de seguros porque as instituições não tinham estrutura para recebê-los.

Segundo a presidente de uma das ONGs, Patruska Barreiro, os animais precisavam de pessoas que pudessem adotá-los, ainda que temporariamente.

De acordo com Patruska Barreiro, a prioridade para adoção era dos cães, que precisavam ser resgatados porque ainda estavam no imóvel. Quem tivesse interesse em virar tutor dos animais, deveriam procurar as ONGs nas redes sociais e manifestar o desejo.

Fonte: G1

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