Polícia

Coordenador de Polícia avalia alto índice de homicídios em Feira: 'Tráfico é principal motivador'

Dado que chama a atenção da polícia, segundo o coordenador de Polícia, é a faixa etária tanto das pessoas acusadas de praticar crimes quanto as vítimas de homicídios.

Laiane Cruz

A Polícia Civil de Feira de Santana registrou redução no número de homicídios na primeira quinzena do mês de março deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2020, a polícia registrou 21 assassinatos nos primeiros 15 dias do mês de março, ao passo que em 2021 esse número caiu para 14.

Apesar da redução, o coordenador regional de Polícia Civil, Roberto Leal, afirmou em entrevista ao Acorda Cidade que os índices continuam altos, ainda mais diante da pandemia, em que diversas medidas de restrição à circulação de pessoas vêm sendo adotadas.

“Nós estamos em um período de pandemia, com restrições de locomoção, e foram feitas algumas ações tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar. A DH desenvolveu um trabalho de prisões de pessoas que estavam fazendo execuções. A Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) também logrou êxito em diversas apreensões e isso não representa o que a gente imaginava de redução.”

O coordenador de Polícia salientou que o tráfico de drogas é, sem dúvida, o principal motivador dos homicídios praticados na cidade.

“Há uma redução, mas o ano passado o índice de março foi muito alto, como no ano todo houve um índice de relevância de homicídios. Então a gente não pode medir muito isso como parâmetro. Temos sim que comemorar a redução, foi considerável, mas é preciso que a gente reduza muito mais, por isso que estamos empenhados em atacar o tráfico de drogas, que é o principal motivador desses crimes”, afirmou o delegado.

Juventude do crime

Outro dado que chama a atenção da polícia, segundo o coordenador de Polícia, é a faixa etária tanto das pessoas acusadas de praticar crimes quanto as vítimas de homicídios. Em 2021, trinta e uma pessoas já foram assassinadas na faixa etária de 17 a 25 anos.

“A gente percebe isso tanto de executores quanto das vítimas, nas prisões que ocorrem, nas elucidações que são feitas pela DH, grande parte desses indivíduos são pessoas jovens, com 20, 25, 26 anos. Esses jovens acabam ingressando no mundo do crime muito cedo, com 9 a 12 anos, vivenciam essa realidade e infelizmente por serem jovens acabam sendo extremamente violentos. Eles tanto praticam homicídios, como figuram como vítimas.”

Ainda de acordo com Roberto Leal, esses ditos soldados do tráfico são cada vez mais de idades menores, são extremamente violentos, e vêm se confrontando constantemente com a polícia. “Nós estamos praticamente com um CVLI, um homicídio por dia em Feira de Santana, que é um índice extremamente alto. O que a gente tem que fazer é trabalhar.”

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade. 

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