Segurança Pública

Comandante do CPRL pede ajuda à população para denunciar crimes em bairros de Feira de Santana

Segundo o comandante, a inteligência da polícia está trabalhando para coletar todas as informações, inclusive por meio das redes sociais.

Crime na Cidade Nova
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

O comandante do CPRL (Comando de Policiamento Regional Leste), coronel Alberto Piton conversou com o Acorda Cidade, sobre os rumores de toque de recolher em alguns bairros da cidade, como Mangabeira, Conceição e Alto do Rosário, onde desde o último fim de semana ocorre uma escalada da violência, devido à guerra entre facções criminosas.

Segundo ele, o serviço de inteligência da polícia está trabalhando para coletar todas as informações, inclusive por meio das redes sociais.

“Esse termo Toque de Recolher, que causa um impacto e verdadeiro pânico, não chegou para nós oficialmente, mas estamos de posse dessas informações, e vamos adotar providências no sentido de não permitir que o crime venha impor as suas opções sobre a sociedade, então nós vamos através da inteligência vamos coletar dados, e a rede social também é um canal que a gente coleta informações.”

Ele pediu à sociedade que colabore com as ações da polícia, através de denúncias.

“Contamos com o uso do telefone disque-denúncia, que é 181, e o 190 também pode ser utilizado. E clamo que a cidade venha nos ajudar. Feira de Santana é muito grande, com 180 bairros, e nós não somos onipresentes nem oniscientes e precisamos do apoio de todos para continuar combatendo a criminalidade, lembrando que o crime é um fato social, e nós como sociedade precisamos nos organizar, nos unir, para combater esse flagelo que vem tirando a nossa paz”, frisou o coronel.

Índice de homicídios

Segundo o Comandante Alberto Piton, Feira de Santana obteve uma redução de 13% do número de homicídios em 2022, em comparação com o ano anterior.

Em entrevista ao Acorda Cidade, no ano passado foram mais de mil pessoas conduzidas à delegacia, 500 flagrantes, 58 adolescentes apreendidos, 293 armas de fogo apreendidas, bem como mais de 500 veículos recuperados na cidade.

“Então quero aproveitar para agradecer à tropa a dedicação para a gente atingir esses resultados. Todavia, a área é sempre imprevisível, você pode estar bem hoje e amanhã acontecer um fenômeno que muitas vezes você não tem o controle absoluto, e fomos surpreendidos em 2023, nestes primeiros 10 dias do mês de janeiro, com um índice preocupante dos números de homicídios e estamos trabalhando para tentar fechar o mês dentro de um patamar suportável”, avaliou o coronel.

Piton enfatizou que já se reuniu com os comandantes aqui de Feira e com o delegado Roberto Leal, coordenador de Polícia Civil, para planejarem uma série de operações.

“Inclusive, neste momento, estamos operando com uma aeronave, na operação Aeroleste. Vamos redobrar o reforço na inteligência para entender o fenômeno porque é um desequilíbrio momentâneo, um problema sazonal e temos que identificar o que provocou essa onda de homicídios, que realmente é preocupante, mas que a gente sabe que têm uma ligação com drogas e grupos criminosos.”

Redimensionamento das Companhias

Ele salientou que os bairros Conceição, Mangabeira, Santo Antônio dos Prazeres, Campo Limpo e Gabriela, os quais possuem índices elevados de CVLIs (Crimes Violentos Letais Intencionais), estão dentro da área de atuação da 66ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM).

A companhia, na avaliação do comandante, possui uma área muito extensa e sofre com a sobrecarga do efetivo.

“Infelizmente não está ao nosso alcance fazer uma divisão territorial. Hoje nós somos regidos pelo programa Pacto pela Vida, que dividiu os bairros em áreas integradas de segurança pública e regiões integradas. Não cabe a nós fazer uma análise crítica se é certo ou errado. O que nós constatamos é que hoje a 66ª CIPM é uma companhia sobrecarregada em termo de efetivo. Já encaminhamos para Salvador a solicitação de autorização para que a área da 66ª seja redimensionada, passando algumas partes para a 67ª CIPM.”

O comandante ressaltou que foi feito um estudo com os comandantes de unidades, que constatou a necessidade de redimensionamento das áreas das companhias.

“Foi feito um estudo meticuloso e chegamos a essa indicação. O major Lessa presidiu esse trabalho com o coronel Gilson. Eu não posso garantir que vai se criar mais uma unidade em Feira. O que nós precisamos é reforçar as que existem, até que seja criada uma nova, e eu acho que em Feira está na hora de voltar a ser batalhões, dividir a cidade em dois ou três batalhões, porque me parece que esse modelo de companhias independentes já foi discutido e me parece que precisa ser reanalisado. Dentro do estudo das manchas criminais de Feira, a gente observa que nós precisamos encurtar a distância da chegada da viatura até o local da ocorrência, e às vezes o dimensionamento da companhia pode estar precisando desse reajuste.”

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.

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