Feira de Santana

Com 103 homicídios elucidados em 2021, Polícia Civil enfrenta dificuldades para cumprir mandados de prisão em Feira de Santana

De acordo com o delegado titular da DH, a dificuldade está em localizar os acusados.

Laiane Cruz

A Delegacia de Homicídios de Feira de Santana já elucidou 103 assassinatos ocorridos neste ano, no município, e 67 pessoas foram presas. Mas, apesar dos esforços para cumprir todos os mandados de prisão expedidos pela Vara do Júri em Feira de Santana, a Polícia Civil possui um grande saldo de prisões preventivas em aberto.

De acordo com o delegado titular da DH, Rodolfo Faro, a dificuldade está em localizar os acusados. “Temos mais de 200 prisões preventivas decretadas, carecendo de cumprimento. E em razão da dificuldade das investigações, o grande número de homicídios e a grande quantidade de mandados pendentes, a gente acaba deixando muitos desses mandados para trás”, declarou o delegado.

Foto: Arquivo/Aldo Matos/Acorda Cidade | Delegado Rodolfo Faro

Rodolfo Faro afirmou ao Acorda Cidade que muitos acusados são autores de mais de um homicídio, e quando são presos, com eles são encontradas armas, que confrontadas com as de outros crimes, levam à elucidação de diversos assassinatos.

“São indivíduos contumazes na prática de homicídios, e a gente colocando esses indivíduos presos, podemos elucidar um número maior de homicídios, podemos localizar armas utilizadas, e em perícias confrontadas com outros crimes, a gente acaba comprovando a autoria desses delitos. Por isso, a polícia conclama que a sociedade em geral ajude, denunciando.”
 

Altos índices

Os dados da Polícia Civil revelam que, neste ano, já foram registrados 261 homicídios em Feira de Santana. Enquanto em 2020 o total foi de 370. Somente na primeira quinzena de agosto, ocorreram 20 assassinatos, número superior a todo o mês de agosto do ano passado, quando 16 homicídios foram computados.

O delegado Rodolfo Faro salientou que a maioria desses crimes está relacionada ao tráfico de drogas.

“A polícia vê isso com preocupação. Tivemos um incremento na maior parte desses crimes relacionado ao tráfico de drogas. Isso tem feito com que as polícias trabalhem mais nessa parte investigativa, em relação à unidade específica, que é a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes, para que a gente possa, em ações conjuntas, realizar operações em que prisões sejam realizadas e a gente possa diminuir o número de homicídios relacionados a essa atividade criminosa, que têm um patamar bem maior em relação às outras motivações”, destacou.

Ele ressaltou ainda que a oscilação do número de homicídios acaba impactando no resultado do final do ano.

“Esses altos e baixos prejudicam os nossos índices. Mantivemos um índice estável no que diz respeito a esses homicídios no final do ano, mas ainda é um número muito alto. A polícia, apesar de todos os esforços, no sentido de dar efetividade no cumprimento de mandados de prisão preventiva decretados pela Vara do Júri, não tem conseguido diminuir os números de homicídios, de um modo geral, no quantitativo anual. Mas a polícia não esmorece, apesar de todas as dificuldades, continua trabalhando, e a gente conta com a população para fornecer informações, através das denúncias feitas pelo 190 da Polícia Militar, e 181 da Polícia Civil.”

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.
 

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