Acorda Cidade
Clientes de uma empresa de consórcio denunciam que pagaram por um veículo e não receberam o que foi acordado em contrato. O caso aconteceu com moradores de Salvador, que relatam prejuízos financeiros.
Um homem, que prefere não se identificar, conta que recebe um salário mínimo e, para facilitar o deslocamento até a empresa onde trabalha, decidiu comprar uma motocicleta. No começo deste ano, ele viu um anúncio na internet e entrou em contato com o vendedor.
' Eu liguei para esse cidadão chamado Alan, que me explicou o que é um consórcio. Quando foi no dia 6 de fevereiro, fui ao encontro dele. Chegando lá, ele fez o simulado e ficaram 38 parcelas de R$ 308. Achei até um preço bom pra mim”, relata.
Com o acordo, ele pagou inicialmente uma quantia de R$ 3.795. Porém, o contrato informava que ele era autônomo e recebia renda mensal de R$ 3 mil. Com isso, deveria pagar R$700 de parcela, quase o dobro do valor inicial.
'Ele falou assim: "O senhor não vai pagar esse valor, isso aí é só para o banco liberar, entendeu?" Aí, pronto. Ele me enganou', conta.
Outras pessoas também relatam prejuízos com a mesma empresa de consórcio. Uma mulher, que também prefere não revelar a identidade, conta que o companheiro foi enganado. Segundo ela, o marido recebeu a informação que receberia o carro em até 15 dias. A situação aconteceu em novembro do ano passado, e até o momento, o automóvel não foi entregue.
"Isso foi feito em novembro e a gente espera até hoje. A gente já teve muitos problemas, porque tinha combinado viagem em dezembro, por conta de estar com o carro na mão, porque foi essa promessa. O dinheiro que tínhamos nas mãos, nós gastamos com eles e não fomos ressarcidos”, disse.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que há procedimentos para investigar o caso, na Delegacia de Defesa do Consumidor, na Delegacia de Repressão ao Estelionato e outras Fraudes e na 12ª Delegacia de Itapuã. Entretanto, a polícia não explicou quais são os procedimentos.
A empresa Reserva, responsável pelo consórcio, disse por meio de nota que repudia qualquer venda terceirizada sem as práticas legais do consórcio, regidas pelo Banco Central. A empresa informou ainda que vai apurar as denúncias e abrir sindicância interna. Já a OLX, empresa de anúncios pela internet, informou que está apurando as denúncias.
Enquanto a situação não é resolvida, outras vítimas relatam perdas. Rosa Garcia Moreira, conta que pagou R$ 8 mil de entrada, conforme previsto em no contrato. Até o momento, ela não recebeu o veículo e nem a devolução do dinheiro. Segundo ela, outras pessoas denunciaram a mesma situação, por meio de um grupo criado em rede social.
“Quero denunciar para ver se alguém toma providência, eles estão zombando, não só comigo. Estou nem um grupo de várias pessoas que foram lesadas por esse consórcio. A gente já deu queixa na delegacia de Itapuã e quer justiça”, disse.
Fonte: G1