Segurança Estudantil

Capitão da Operação Ronda Escolar destaca a importância de ações socioeducativas na comunidade

De acordo com o capitão, a Ronda possui a missão de transformar a sociedade por meio de projetos socioeducativos.

Ronda Escolar
Foto: CPRL

Além de garantir a segurança no ambiente escolar e no seu entorno, por meio de um policiamento ostensivo e preventivo, a Ronda Escolar possui o objetivo de aproximar a comunidade estudantil e policias, expandindo ações socioeducativas na região, a fim de transformar a sociedade.

O Capitão Franclin Martins da Operação Ronda Escolar, de Feira de Santana, contou em entrevista ao Acorda Cidade que assumiu o comando da Ronda Escolar em janeiro deste ano.

Segundo ele, a Ronda Escolar é uma unidade composta por policiais que têm uma formação específica para atender ocorrências policiais e também para realizar o policiamento preventivo e ostensivo nos ambientes escolares em Feira de Santana.

“Esses policiais passam por uma formação específica. Eles precisam realizar um curso de ‘Operador em Policiamento Comunitário Escolar’ e só depois dessa formação o policial está apto a trabalhar na Ronda Escolar”, informou.

A Ronda possui aproximadamente 20 policiais, entre homens e mulheres.

Ronda Escolar
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O capitão pontuou que a Ronda Escolar está em um processo de aumentar o efetivo. Ele frisou que o coronel Adalberto Piton, comandante do Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL), está bastante atento a essa demanda social de aumentar a segurança nos ambientes escolares. E já tem direcionado esforços para aumentar o efetivo.

Nós estamos formando uma nova turma de soldados e o CPRL vai estar recebendo um bom número desses policiais. O Coronel Piton já esboçou a atenção dele, já direcionando alguns policiais para virem trabalhar na Ronda Escolar de Feira de Santana”, expôs.

O policiamento feito pela Ronda Escolar é realizado em mais de 300 unidades escolares, entre Rede Municipal, Estadual e escolas privadas.

“A Ronda Escolar não tem a missão de realizar o policiamento apenas em escolas públicas, mas em qualquer ambiente escolar que haja uma demanda”, disse Franclin.

Policiamento na zona rural

No início deste ano, a Ronda Escolar recebeu três novas viaturas.

“Esses novos equipamentos já estão sendo empregados e estamos na expectativa de recebermos uma quarta viatura. Essa quarta viatura estaremos fazendo um trabalho destinado ao policiamento das escolas no ambiente rural, em nossos distritos. É um desafio para a Ronda Escolar, já que Feira de Santana tem uma dimensão territorial que não é pequena e atender esses distritos torna-se um grande desafio. Então essa quarta viatura é uma ferramenta preponderante para a gente executar bem essa missão”, revelou.

Projetos socioeducativos e parcerias

O capitão relatou também ao Acorda Cidade que a maioria dos policiais que fazem parte da Ronda Escolar possuem outras formações acadêmicas e isto permite também a atuação deles em projetos sociodeducativos e interação com a comunidade estudantil

“Além de abordagens, radiopatrulhamento, o papel da Ronda Escolar envolve o policiamento especializado. Muitos policiais ao trabalharem na Ronda possuem outras formações acadêmicas, alguns são pedagogos, psicólogos, professores, então são formações acadêmicas que acabam sendo atinentes à própria atividade. A missão da Ronda Escolar é justamente ter uma equipe que, além do policiamento preventivo, possa ir às salas de aulas e através de projetos socioeducativos possamos criar uma interação entre a comunidade estudantil e o policial. Temos vários projetos. Firmamos uma parceria com o 2º GBM, eu mantive contato com o Major Luciano, ele nos recebeu muito bem, e vamos estar lançando um projeto chamado ‘Bombeiro por um dia’. Nesse projeto vamos levar as crianças para a sede do Corpo de Bombeiros, lá elas vão receber palestra contra afogamento, acidentes domésticos, prevenção a incêndios, e as primeiras respostas para situações como essas”, pontuou.

Para ele, uma experiência inspiracional também será desenvolvida nesse projeto.

“Queremos que as crianças conheçam aquela dinâmica e aquela missão tão linda que é a de um bombeiro. De repente através de uma experiência como essa, uma criança, que poderia se enveredar no mundo das drogas ou do crime, pode pensar em ser um bombeiro militar quando crescer. Essa é a missão da Ronda Escolar, não é só o policiamento, não é só a questão da interação com a polícia, mas uma ferramenta de transformação social. Estamos nos alinhando também com a Cavalaria, para levarmos as crianças para terem o contato com o campo. Já fizemos também um alinhamento com a professora Celinalva Paim, diretora do NTE em Feira de Santana, representante da Secretaria de Educação Estadual”, relatou.

Rede de Proteção Escolar

O objetivo da criação de uma Rede de Proteção Escolar é aproximar os órgãos e as instituições que fazem parte da missão de fornecer a segurança estudantil, apontou Franclin.

“Nós estamos alinhando também um evento em que nós vamos reunir os diretores das escolas, todos os stakeholders e vetores que incidem no ambiente estudantil. Nós vamos convidar essas pessoas para que conheçam a nossa missão. Vamos estar apresentando uma proposta que é a criação da RPE, Rede de Proteção Escolar. A ideia dessa rede é justamente aproximar as instituições que fazem parte dessa missão. A polícia militar não é a única responsável pela segurança estudantil, nós temos a DAI que é a Delegacia do Adolescente Infrator, nós temos o Conselho Tutelar, nós temos a própria Promotoria Pública, o juizado da Infância e Juventude, nós temos a Secretaria Municipal e Estadual de Educação. Então através do processo de interlocução nós vamos trazer todos esses entes para que, por meio de uma rede muito bem consolidada, como a que temos hoje na Operação Maria da Penha, com a Tenente Renata Martins, possamos traçar quais são esses indicadores em que precisamos trabalhar e aonde precisamos atuar para que o policiamento escolar seja eficaz e efetivo em Feira de Santana”, abordou.

Cultura

O Capitão Franclin relatou ao Acorda Cidade que também foi realizado um contato com a coordenadora do grupo de teatro do Cuca.

“Já fui aluno do Cuca, já fiz música clássica lá e sei que a cultura é uma ferramenta incrível e imprescindível para o resgate das nossas crianças e jovens. E a gente apresentou a proposta para ela e de imediato ela comprou a ideia e será uma parceira da Ronda Escolar nos projetos socioeducacionais. Por exemplo, ela me falou que tem uma peça em que o grupo fala sobre abuso sexual infantil e sobre prevenção às drogas, então estaremos levando esse grupo de teatro para as escolas. São ações que até então não estavam sendo feitas e estamos buscando através dessas parcerias. Temos muito trabalho, não será fácil, mas se todo mundo estiver unido nessa missão de salvaguardar a segurança das nossas crianças, jovens e tentar resgatar aqueles que se desviaram do caminho que devem seguir, nós vamos conseguir grandes êxitos em 2023 através da Ronda Escolar”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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