Feira de Santana

'Blitz da Lei Seca ocorre todos os finais de semana', afirma major da PM

De janeiro a novembro de 2019 foram realizados em Feira de Santana 7.177 testes de alcoolemia.

Rachel Pinto

As blitze da Lei Seca estão ocorrendo todos os fins de semana em Feira de Santana. A afirmação é do major da Polícia Militar, Ricardo Trigo, comandante do Pelotão Asa Branca, em Feira de Santana.

No último final de semana, somente o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), registrou várias entradas de pacientes na emergência, vítimas de acidentes de trânsito. Segundo o diretor da unidade, José Carlos Pitangueira, foram 22 pacientes vítimas de acidentes de moto que foram atendidos. Ele chamou a atenção sobre a necessidade de blitz de combate a alcoolemia na cidade e pediu apoio sociedade, da polícia e do Detran para que os índices de acidentes sejam reduzidos. Ele frisou que a quantidade elevada de pacientes acidentados, acaba ocupando vários leitos e impedem o atendimento de pacientes eletivos que estão marcados há meses.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O major Ricardo Trigo, declarou em entrevista ao Acorda Cidade que as blitze de alcoolemia ocorrem há três anos na cidade e também são voltadas para todos os tipos de ocorrência.

“São para todo tipo de ocorrência. Criminal, ou ocorrência de trânsito. Conforme o andar da blitz que a gente desenvolve aquela ocorrência. Seja flagrante delito, apreensão de armas, drogas, prisão de foragidos da justiça e a questão da utilização do etilômetro, a blitz percorre tudo”, afirmou.

Números

Segundo os dados divulgados pelo Esquadrão Asa Branca, de janeiro a novembro de 2019 foram realizados em Feira de Santana 7.177 testes de alcoolemia, 774 recusas do teste, 113 constatações (positivo para ingestão de bebida alcoólica) e 09 flagrantes (dosagem medida constatou crime).

O major ressaltou que aos fins de semana o trabalho é intensificado. De sexta-feira a domingo. São elencados os locais com maiores dados que demonstram maior incidência de acidentes de trânsito e onde há grande número de bares e restaurantes.

Foto: Divulgação/Asa Branca/PMBA

“A gente sempre percorre os bares e restaurantes, fazendo até um teste com as pessoas que estão nesses locais para que elas possam usar o etilômetro de forma educativa. Depois montamos as blitze nos principais corredores de tráfego, para que elas possam inibir o maio número de acidentes”, comentou.

Segundo Ricardo Trigo, apesar das ocorrências nos hospitais, a polícia observa uma diminuição proporcional de acidentes em algumas áreas. Ele declarou que entre os pontos críticos estão alguns distritos e trechos do anel de contorno. A maioria dos acidentes envolve motociclistas e apresenta gravidade no estado das vítimas.

“Quando o diretor do HGCA observa motociclistas ocupando os leitos, por estarem usando álcool, em toda a demanda de trânsito, há um aumento em relação às motocicletas. Por mais simples que sejam as quedas, os condutores acabam se machucando mais gravemente. Nos veículos, equipamentos como airbags e o cinto de segurança minimizam os riscos dos motoristas virem a óbito. Com os motociclistas às vezes um tombo pode causar danos graves”, frisou.

Ricardo Trigo declarou ao Acorda Cidade que a PM tem intensificado as blitze também junto às escolas e empresas. Na opinião dele, a imprensa também tem sido uma forte aliada com a divulgação dos dados e das operações.

Ele informou que durante uma blitz, a pessoa que usa o etilômetro e apresenta uma quantidade de álcool positiva, acima de 0,34, além da questão administrativa, é enquadrada em um crime. É conduzida a delegacia e tem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) recolhida.

Lei mais rígida

A Lei 13.546/2017, que ampliou as penas mínimas e máximas para o condutor de veículo automotor que provocar, sob efeito de álcool e outras drogas, acidentes de trânsito que resultarem em homicídio culposo (quanto não há a intenção de matar) ou lesão corporal grave ou gravíssima, entrou em vigor no dia 19 de abril de 2018. A nova legislação, sancionada pelo então presidente Michel Temer em dezembro de 2017, modificou artigos e outros dispositivos do Código Brasileiro de Trânsito (Lei 9.503/1997).

Antes, a pena de prisão para o motorista que cometesse homicídio culposo no trânsito estando sob efeito de álcool ou outras drogas psicoativas variava de 2 a 5 anos. Com a mudança, a pena aumenta para entre 5 e 8 anos de prisão. Além disso, a lei também proíbe o motorista de obter permissão ou habilitação para dirigir veículo novamente. Já no caso de lesão corporal grave ou gravíssima, a pena de prisão, que variava de seis meses a 2 anos, agora foi ampliada para prisão de 2 a 5 anos, incluindo também a possibilidade de suspensão ou perda do direito de dirigir.

As alterações no Código Brasileiro de Trânsito (CBT) também incluem a tipificação como crime de trânsito a participação em corridas em vias públicas, os chamados rachas ou pegas. (Leia mais)l

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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