Polícia

Blindados enviados à Bahia são resistentes a ataques de granadas e equipados com metralhadoras

Veículos chegaram no estado durante mês de setembro, após confronto que ocasionou a morte do policial federal Lucas Caribé.

Foto: Polícia Federal
Foto: Polícia Federal

Os blindados que foram enviados pela Polícia Federal do Rio de Janeiro para a Bahia, durante o mês de setembro, são resistentes a ataques de granadas e minas terrestres. Além disso, os veículos são equipados com metralhadoras operadas por joystick, com mira de altíssima precisão, conforme explicado pela corporação.

Chamados de Scorpion, os veículos chegaram na Bahia em 22 de setembro, transportados em um navio da Marinha. Os blindados foram enviados após a operação em Valéria, em Salvador, que deixou cinco mortos, dentre eles o policial federal Lucas Caribé.

Ao longo do mês, ao menos 70 pessoas foram mortas durante operações policiais na capital baiana e em cidades próximas. Segundo o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, a guerra entre facções é a principal causa da violência no estado.

Foto: Anderson Ferreira/TV Bahia

As viaturas blindadas da Polícia Federal foram enviados para o estado justamente para reforçar ações de combate ao crime organizado.

Apesar de parecerem com o “caveirão”, os blindados Scorpion são mais potentes e servem como abre-alas para entrar em territórios dominados por criminosos. Eles também resistem a munição calibre ponto 50, possuem sistema de controle de incêndio e dois deles podem ser transformados em ambulâncias para retirar feridos de situação de confronto.

Segundo a Polícia Federal, a corporação tem oito veículos desse tipo, todos fabricados e importados dos Emirados Árabes.

Para começar a usar os blindados, a PF precisou certificar os veículos, instalar sistemas eletrônicos de tiros e treinar os policiais. Os treinamentos ocorreram no campo de provas do Exército, na restinga de Marambaia, no Rio de Janeiro.

No Rio, todo o Grupo de Pronta Intervenção (GPI) já foi treinado para usar os blindados, o número total de 15 policiais. Parte deste efetivo foi enviado para a Bahia junto com os blindados que estão em operação no estado.

Acordo entre PF e SSP-BA

No mês de agosto, um acordo entre a SSP-BA e a Polícia Federal (PF) foi assinado, com o objetivo de reforçar o combate a grupos criminosos. O prazo de vigência do pacto é de dois anos, podendo ser prorrogado por igual período.

Apesar disso, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, não vê possibilidade de uma intervenção federal no estado. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também acredita que a situação pode ser resolvida com a parceria do governo do estado e governo federal, sem necessidade de uma intervenção.

Na segunda-feira (2), Dino anunciou R$ 20 milhões em recursos federais adicionais do Fundo de Segurança Pública (FNSP) a serem investidos na segurança pública da Bahia. A SSP-BA ainda não detalhou como o dinheiro será utilizado.

Mortes em confrontos durante setembro:

6 de setembro:
Sete homens mortos em uma operação policial em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia;
6 de setembro:
Uma pessoa morta – o último foragido suspeito de matar 10 pessoas em uma chacina em Mata de São João, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Ele morreu durante troca de tiros em Dias D’Ávila, também na RMS;
3 a 7 de setembro:
Onze pessoas mortas. Eles eram suspeitos de integrar facções criminosas e foram baleados em troca de tiros com a polícia Militar nos bairros de Alto das Pombas e Calabar, que são vizinhos;
10 de setembro:
Duas pessoas mortas. Troca de tiros ocorreu no Engenho Velho da Federação, bairro que fica próximo ao Alto das Pombas e Calabar;
15 de setembro:
Cinco pessoas mortas. Quatro deles eram suspeitos e um era policial federal. Mortes ocorreram no bairro de Valéria, em Salvador, durante uma operação da Polícia Civil em conjunto com a Polícia Federal;
16 a 21 de setembro:
Dez pessoas mortas. Eles eram suspeitos de envolvimento na ação que resultou na morte do policial federal foram e foram mortos em Salvador e cidades da região metropolitana;
22 de setembro:
Seis pessoas mortas. Eles eram suspeitos de integrarem facções criminosas. Cinco foram mortos em Águas Claras, bairro de Salvador, e um foi morto em Feira de Santana, cidade a 100 km da capital baiana;
23 de setembro:
Cinco pessoas mortas. Eles foram mortos após dois confrontos com policiais militares na cidade de Crisópolis, a cerca de 212 km de Salvador;
26 de setembro:
Cinco suspeitos mortos e dois feridos após troca de tiros com policiais militares em Acajutiba, a 185 km da capital baiana;
27 de setembro:
Duas pessoas mortas após confrontos com policiais civis na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador;
27 de setembro:
Duas pessoas mortas em confronto com policiais na cidade de Cruz das Almas, no recôncavo da Bahia;
27 de setembro:
Quatro pessoas mortas. Dois policiais militares e dois homens morreram após dois confrontos no bairro do IAPI, em Salvador;
28 de setembro:
Dois homens mortos em confronto com policiais militares na cidade de Ibirataia, no sul da Bahia;
29 de setembro:
Dois homens mortos após confronto com policiais militares durante uma operação no bairro de Nova Brasília, em Salvador;
29 de setembro:
Um homem morto após confronto durante uma operação integrada das forças de segurança, no bairro de Valéria, em Salvador;
29 de setembro:
Quatro homens mortos durante confronto com a polícia em Santo Amaro, no recôncavo baiano;
30 de setembro:
Dois homens mortos durante um confronto com a Polícia Militar na cidade de Conceição da Feira, que fica a cerca de 120 km de Salvador;
2 de outubro:
Um homem morto em Catu, a 70 km de Salvador. Ele era suspeito de envolvimento na morte do policial federal Lucas Caribé.

Fonte: G1

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