Laiane Cruz
Moradores do Conjunto Viveiros se reuniram na tarde de terça-feira (28) com um representante da 65ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), para solicitar mais segurança para o local, após uma série de assaltos sofridos por trabalhadores, que tiveram suas motocicletas tomadas de assalto.
Também participaram da reunião os vereadores Pedro Cícero, Petrônio Lima e pastor Valdemir, que junto com os moradores do Viveiros, apresentaram algumas reivindicações.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
De acordo com a comerciante Risalva Andrade e moradora do Viveiros há 30 anos, os moradores pedem uma solução para a entrada do conjunto, pois estão isolados do restante da cidade.
“Vivemos um descaso com o Viveiros. Temos dificuldades no atendimento de saúde, porque quando o Samu vem chegar aqui, já aconteceu de o paciente morrer. Nós temos dificuldade de acesso ao Viveiros, então quem está lá fora imagina um Viveiros perigoso. Mas não, nós que moramos aqui, andamos com o celular na mão. Os comerciantes não são assaltados. Nós trabalhamos de 1 até 2 horas da madrugada. A violência vem de fora. O trabalhador do Viveiros sai com sua moto para trabalhar e tem um espaço até chegar na pista, é aí que eles atacam a população”, informou.
Já o vereador Petrônio Lima afirmou que os moradores procuraram os três vereadores, que representam o bairro, porque nos últimos 15 dias alguns meliantes tem se aproveitado da localização geográfica do bairro, cujo acesso é ruim, principalmente com o fechamento da entrada, que dificultou a segurança do bairro.
“Devido a alguns assaltos, o pessoal pediu que a gente marcasse uma reunião com o comando da 65 e assim fizemos. Os moradores se fizeram presentes para falar das dificuldades. Acredito que depois desse diálogo, algumas ideias, acredito que eles devem entrar com alguma ação para fazer um trabalho melhor de segurança, que a gente sabe que é deficitária.”
O vereador Pastor Valdemir considerou que houve um bom diálogo e ações deverão ser feitas daqui por diante.
“Tivemos um bom diálogo, onde a população reclamou, deu ideias, ouviu as autoridades e saiu com uma sensação de uma grande melhora. Discutimos algumas ações importantes, que não vou citar, para não causar um impacto negativo nas ações que vão ser feitas, mas foram ações elaboradas a partir desse diálogo”, disse.
O vereador Pedro Cícero, durante a reunião, pediu a reabertura do Módulo Policial do Viveiros. Ele também cobrou três viaturas que foram entregues à comunidade, porém, segundo ele, não estão em operação.
“Aqui esse posto funcionava na época da 67ª CIPM, quando o governador Rui Costa assumiu e a 65ª passou a fazer o policiamento do Viveiros, veio a Viabahia e duplicou o Anel de Contorno e o Viveiros ficou distante de todos. Se uma pessoa for assaltada no Viveiros e for chamada a viatura, se não tiver uma por perto, o bandido leva tudo que você tem. Então eu acho que é mais do que justo. Há dois anos o deputado Zé Neto chegou aqui na praça do Viveiros com duas motos e uma viatura, que tinham sido doadas para a comunidade do Viveiros, pela Viabahia, e hoje nem a viatura e nem essas duas motos”, informou o vereador ao Acorda Cidade.
Ele reiterou a denúncia de que nos últimos 10 dias foram tomadas oito motos de pessoas trabalhadoras durante o dia, na comunidade do Viveiros, que é área da 65ª.
“Então solicitamos essa reunião com o major Lessa. Ele não pôde comparecer, mas o capitão Edvan vai levar a mensagem para o major e a solução deve ser tomada. Vamos marcar uma próxima reunião e vamos solicitar a presença do deputado Zé Neto para saber o que aconteceu com as três viaturas do Viveiros.”
Intensificação do policiamento
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
O capitão Edvan, chefe da seção de planejamento Operacional da 65ª CIPM, informou, em entrevista ao Acorda Cidade, que há 15 dias houve um trabalho de intensificação do policiamento através da operação Arrebol no Viveiros. Essa é uma operação do Comando Regional Leste, com viaturas da Rondesp, das companhias especializadas, como a Cipe Litoral Norte e Cipe Nordeste, dando suporte no conjunto.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Alguns dias atrás tivemos uma apreensão considerável de drogas aqui no bairro. As pessoas reclamaram muito da falta do módulo policial, que foi desativado já há algum tempo, mas não está mais nos planos da PM manter módulos em atividades. Hoje a Polícia Militar entende que é melhor investir em viaturas do que em módulos. Com a viatura, se tem um policial que atende um raio muito maior do que no módulo. Por isso não estão sendo construídos mais módulos”, destacou.
Ele salientou que o módulo na realidade sempre funcionou como uma base de apoio aos policiais, mas que havia algumas deficiências no equipamento e por isso foi desativado.
“Não é que o módulo não sirva para nada, mas a gente tem visto que existem algumas deficiências nesse módulo, que na verdade nunca funcionou como módulo propriamente dito, sempre foi uma base de apoio, para o policial parar e beber água, fazer sua higiene pessoal, ir ao banheiro, e não para o policial ficar fixo ali parado, porque a gente entende que esse policiamento é um pouco ineficiente já que o crime é muito dinâmico. O policial parado no módulo, o crime não vai acontecer num raio de 50 metros do módulo, mas depois desse raio pode acontecer. O módulo está precisando de algumas melhorias para que volte a ser utilizado como base de apoio”, relatou.
Acerca das denúncias de em menos 15 dias oito motos foram tomadas de assalto, o capitão Edvan alegou que existe uma confusão por parte da população acerca de limites territoriais, que atribuem em muitas ocasiões crimes ocorridos em outros locais nos arredores ao Conjunto Viveiros.
“Muitas vezes o crime acontece nas imediações do bairro, com um morador do bairro Viveiros, mas não foi no Viveiros. Nós não tivemos oito motos tomadas de assalto no bairro. O conjunto está inserido dentro do bairro CIS, e muitas vezes há dois ou três quilômetros acontece o crime e atribuem ao conjunto Viveiros. Então essa informação é errônea”, disse.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.