Advogado de esposa e filho de Binho Galinha, alvos de operação, diz que processo ocorre em sigilo

A Operação El Patron, deflagrada na quinta-feira (7), em Feira de Santana, mobilizou a Polícia Federal no cumprimento de mandados de prisão, no qual seis pessoas foram presas preventivamente, e de 35 mandados de busca e apreensão em várias residências urbanas e rurais, incluindo a do deputado estadual Binho Galinha (Patriota).

Ele é apontado, conforme a denúncia do Ministério Público (MP), como líder de uma organização criminosa envolvida com milícias, lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada. Além dele, outras 14 pessoas foram denunciadas pelo MP, incluindo policiais militares. Durante a operação, um total de seis pessoas foram presas, entre elas a esposa e o filho do parlamentar.

Em uma entrevista exclusiva ao Acorda Cidade, o advogado Rafael Esperidião, representante da família do deputado, compartilhou que tomou conhecimento da operação no início da manhã, quando ele e o outro advogado, Marcus Rios, foram contatados para se dirigirem à residência do deputado.

Os advogados informaram que chegaram já praticamente ao final da operação, e expressaram a necessidade de analisar os autos do processo para compreender a fundo as razões que originaram a investigação.

O que foi levado da casa do deputado?

Indagado pelo Acorda Cidade sobre o que a Polícia Federal levou da residência de Binho Galinha, Rafael Esperidião enfatizou que o processo está em sigilo, e por isso não é possível divulgar informações específicas, contudo, ele ressaltou a colaboração da família com as autoridades.

“Existem supostas investigações por diversos crimes, e tudo isso ainda é muito prematuro para ser publicizado porque trata-se de um processo sigiloso. Até a gente não pode trazer e não tivemos acesso a tudo na íntegra. São diversos documentos de decisões, e falar de forma irresponsável para a imprensa é levar uma desinformação para a sociedade”, esclareceu o advogado.

Cadê Binho Galinha?

Sobre a ausência de Binho Galinha durante a ação da Polícia Federal, Esperidião explicou ao Acorda Cidade, que o deputado não foi conduzido, pois não possui mandado de prisão contra si. Além disso, o advogado ressaltou que o parlamentar não está foragido, como foi divulgado em alguns veículos de imprensa, e ele está à disposição da Justiça.

O deputado Binho Galinha, segundo Esperidião, encontrava-se em viagem pelo estado, cumprindo agenda política.

“É preciso deixar bem claro que inclusive já foi alvo de nota do deputado, através da sua assessoria de imprensa, para deixar claro que ele está à disposição da Justiça. Ele não foi intimado em nenhum momento para comparecer na sede da Polícia Federal ou perante ao Poder Judiciário. Ele não foi conduzido porque não tem contra si nenhum mandado de prisão”, enfatizou.

Audiência de custódia

Diante do cumprimento do mandado de prisão efetuado por policiais federais, a esposa do deputado foi encaminhada para a sede da Polícia Federal em Salvador, onde passou por um interrogatório e audiência de custódia, resultando na conversão para a prisão domiciliar. Já o filho dele teve a prisão preventiva mantida, sendo encaminhado posteriormente para um presídio na capital baiana.

Os advogados informaram ao Acorda Cidade, que estão reunindo esforços para estudar detalhadamente o processo e decidir a melhor estratégia de defesa.