Andréa Trindade
Atualizada às 13:39
Foi apresentado no Complexo Policial Investigador Bandeira, na manhã desta sexta-feira (29), Jheferson Matos Ribeiro, acusado de ter matado o representante comercial Japiassu Sales Siqueira Junior, 25 anos, e de ter baleado o comerciante Alexandro da Cunha Sarmento, primo da vítima, no dia 24 de abril de 2003, em Feira de Santana.
De acordo com o delegado Fábio Lordelo, a prisão ocorreu na cidade de Capim Grosso. O delegado disse ainda que, após investigações, a polícia descobriu o local onde o acusado estava e que ele foi preso após ser reconhecido por policiais disfarçados de caçadores.
CRIME
O crime aconteceu há oito anos, na avenida Maria Quitéria, em frente ao extinto Mega Fest, em Feira de Santana, após uma perseguição. Acusado e vítima moravam no bairro Parque Ipê, e eram colegas, até que houve um desentendimento após uma partida de futebol, na qual trocaram socos e pontapés. Jheferson levou a pior e prometeu se vingar. Mas a vingança só foi consumada muito tempo depois, quando a briga parecia estar superada.
No dia do assassinado Japiassu viajou com o primo Alexsandro a Salvador, em um veículo Gol, que foi cercado na avenida por uma caminhonete D-20, dirigida por Jheferson. Ao sair para o acostamento, Jheferson emparelhou a caminhonete, atirou nas duas vítimas e fugiu. Os primos foram socorridos para um hospital, mas Japiassu não resistiu.
Em 2007, o noticiário local informou que Jheferson andava livremente próximo a casa de Japiassu, mas a polícia nunca conseguiu prendê-lo.
Após alegar legítima defesa e faltar as audiências, o acusado teve sua prisão preventiva decretada e fugiu quando soube da determinação judicial. Ele foi denunciado pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio duplamente qualificada. (Foto: reprodução: Ed Santos/Acorda Cidade)
Linha Direta
O assassinato teve grande repercussão e foi reproduzido pelo programa Linha Direta, da Rede Globo, que divulgou fotos de Jheferson e fez a reconstituição do caso.
A mãe de Jupiassu
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Muito emocionada, Suzana Pinto Sacramento Siqueira, mãe de Jupiassu, disse que ficou muito feliz com a notícia da prisão de Jheferson.
“Tudo que eu mais queria na minha vida era isso. Eu coloquei na minha cabeça que eu queria vê-lo no dia que ele fosse preso. Quando falaram na casa de saúde que meu filho tinha morrido, acabou tudo na minha vida. Hoje eu estou feliz, agradeço a todos aqui que colaboraram com a prisão dele”, disse Suzana agradecendo ao delegado Fábio Daniel Lordello pela prisão do acusado.
A versão do acusado
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
O acusado disse que não tinha nada contra a vítima e que Jupiassu o ameaçava. “Ele que veio atrás de mim com o primo dele. Eu estava indo para minha fazenda e foi ele que me surpreendeu. Ele estava armado ”, afirmou.
Jheferson disse ainda que após o crime seguiu a vida normal e que não ficou arrependido. “Ou era ele ou era eu”, declarou informando que não sabia que a prisão preventiva dele já estava decretada.
Pai da vítima disse que a família foi ameaçada
O pai de Jupiassu, de mesmo nome, recebeu o Acorda Cidade em sua casa e comentou sobre o comportamento de Jheferson. Ele contou como o filho e o acusado começaram a se desentender e declarou que a família dele foi ameaçada por familiares de Jheferson.
O pai contou que Jheferson tratava mal as pessoas e que tinha hábito de soltar uma cadela da raça Pitbull no campo de futebol, durante os jogos.
“Ele ia para o campo e chegando lá perguntava para a primeira pessoa que chegasse perto:
Você quer ver eu acabar com a alegria deles? Depois ele soltava uma cachorra para morder os rapazes e furar a bola”, contou.
“ Logo em seguida, se alguém falasse qualquer coisa. Ele corria para casa, pegava uma das 11 armas, das quais eles tinha orgulho em ter, voltava para o campo e pedia para o rapaz ajoelhar e falar tudo o que ele mandava, ameaçando atirar”, continuou.
O pai do jovem representante de vendas disse que certo dia, Japiassu orientou Jheferson a não agir de tal forma e foi a partir daí que tudo começou.
“Meu filho disse para ele não fazer aquilo porque não levaria a nada e desde então ele comprou uma briga com meu filho. Jheferson jurou que iria tirar a última gota de sangue dele”, lembrou.
Ameaça
“ Fui ameaçado por diversas vezes, inclusive tenho um documento registrado no Ministério Público, informando que o pai e o irmão dele juraram que no dia que Jheferson fosse preso, mandariam matar minha família. E ele hoje foi preso. Peço as autoridades proteção para mim e para minha família porque o juramento dele está registrado”, disse o pai da vítima.
(Com informações dos repórteres Paulo José, Aldo Matos e Ed Santos, do programa Acorda Cidade)