Acorda Cidade
Foi condenado a 16 anos e 3 meses de reclusão em regime fechado a ser cumprido no Conjunto Penal de Feira de Santana, Matheus Santos da Silva, 24 anos, acusado de matar Nadisson dos Santos Oliveira, 22 anos, no dia 27 de novembro de 2017, na Rua Icó no bairro Parque Ipê, em Feira de Santana. O julgamento ocorreu na última quarta-feira (20), no Fórum Desembargador Filinto Bastos.
Segundo a denúncia do Ministério Público, a bordo de uma motocicleta, Matheus e um adolescente foram ao bairro Rua Nova com intuito de matar Eduardo de Oliveira Pires, conhecido Tubarão, que comandava uma facção criminosa a qual o Matheus pertencia. Por não encontrarem o Tubarão resolveram matar qualquer pessoa ligada a Eduardo, o que resultou no assassinato de Nadisson dos Santos Oliveira.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
Para o promotor de Justiça Rudá Figueiredo, considerou a pena justa.
“O Ministério Público está plenamente convencido do acerto da condenação. Sabe-se que as situações que vem ao júri são situações tristes, trágicas, então, não há razões para comemorar, claro, no sentido em que uma vida foi ceifada, no sentido em que a punição é necessária, mas de toda sorte a justiça foi estabelecida. A pena foi justa, os jurados puderam examinar detalhadamente os elementos de prova que foram produzidos, analisaram de forma cuidadosa, prestaram muita atenção em cada detalhe que foi exposto. E, ao final, a ilustrada meritíssima juíza de direito da Vara do Júri daqui da comarca de Feira de Santana, a doutora Márcia, calculou ao viso do Ministério Público acertadamente a pena de reclusão a ser estabelecida contra o réu”, declarou o promotor em entrevista ao Acorda Cidade.
O réu estava preso há cerca de três anos no conjunto penal enquanto aguardava o julgamento, restando agora o cumprimento de mais 13 anos e 17 dias.
“ Vale dizer, que a pena em verdade foi de 16 anos e 3 meses. Esse período de 13 anos e 17 dias é, na verdade, o que falta cumprir, né. Por conta de o réu já estar preso no momento, o réu está preso desde o fato delitivo, segue preso, e como já cumpriu um período há a compensação desse período já cumprido. Então, em linha de síntese, o Ministério Público entende que foi estabelecida justa e proporcional punição necessária do caso concreto”, explicou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Já o advogado Guilherme Bittencourt, que trabalhou ao lado do advogado Danilo Silva na defesa do réu, disse ao Acorda Cidade que não esperava a condenação.
“Não esperava, esperava com certeza a absolvição, até pelos fatos explanados aqui no Plenário. Realmente não esperava, mas estamos vivendo hoje em uma sociedade que muitas vezes é reflexo dos seus governantes e, às vezes, entendem que o cárcere mais educa do que o próprio seio familiar. E realmente não esperávamos a condenação, mas a condenação veio e agora vamos recorrer desta sentença, até porque algumas questões não ficaram claras. Vamos continuar batalhando nesse processo para atender os interesses do nosso cliente, que, de acordo com os fatos explanados, realmente foi coagido moral e irresistivelmente por um menor que comandava o tráfico na Cidade Nova em Feira de Santana. E, a partir dessa coação, em um único disparo de arma de fogo acabou matando o rival desse adolescente, e acabou pagando, está pagando agora um crime, que na verdade, esse adolescente era pra está pagando. Mas a legislação entende que ao menor infrator cabe apenas a medida socioeducativa, esse menor já teve sua medida socioeducativa aplicada, e Mateus agora recebeu essa sentença e iremos recorrer”, afirmou.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade