O professor e doutor em Geografia, Jémison Santos, coordenador do grupo de Pesquisa, Ciência, Tecnologia em Evolução da Paisagem, Solos e Planejamento da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) é o entrevistado do Cá Entre Nós, podcast do Acorda Cidade, desta semana. Ele trouxe muitas informações sobre as mudanças climáticas que o mundo tem passado ao longo dos anos, além da forte onda de calor que acomete o Brasil e os impactos do fenômeno El Niño.
O geógrafo explicou que o El Niño é um fenômeno natural que causa uma série de transformações na circulação geral do planeta e que ele não só afeta o Nordeste e a Bahia, como também pode influenciar na previsão de recorde de temperatura de diversos locais nos próximos quatro anos.
“É o aquecimento do pacífico equatorial ou tropical, quando o calor se eleva vai aumentar o nível de secura e vai atingir algumas áreas expressivas do Nordeste”, comentou.
O professor destacou que o fenômeno tende a se desenvolver entre abril e junho e tem geralmente o pico entre outubro e fevereiro, podendo durar entre 9 e 12 meses e pode persistir ainda por aproximadamente dois anos.
Jémison também falou sobre o fenômeno La Niña que, ao contrário do El Niño, gera mais chuvas, porém que não são muito boas em algumas áreas.
Outro ponto abordado na entrevista foi o comunicado da Organização Mundial de Meteorologia que traz informações que em 2024 pode haver um El Niño mais forte, com mais redução da quantidade de chuvas e elevação das temperaturas.
Jémison destacou ainda sobre a pesquisa que realizou na cidade de Campo Formoso sobre a desertificação do Semiárido Brasileiro. De acordo com ele, o primeiro estudo feito na América Latina que busca trazer um novo significado para explicar o processo de desertificação da região.
O professor explicou que as mudanças climáticas estão associadas com gases de efeito estufa e o modo de vida das pessoas. Um modelo de civilização que usa os recursos naturais, mas que não se preocupa em cuidar dos mesmos.
Para ele, as mudanças climáticas são os maiores desafios da humanidade e é preciso cuidar do ambiente, fazer a transição climática com processos produtivos se harmonia com a natureza.
Sobre o calor, o geógrafo pontuou que a previsão é que existam 5 bilhões de pessoas expostas ao calor até 2050. Ele destacou sobre os impactos do calor na saúde humana, podendo inclusive causar a morte.
O professor encerrou a entrevista destacando sobre alguns problemas ambientais que existem em Feira de Santana como a pouca arborização e a destruição das lagoas.
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