Saúde

Saúde da mulher na gravidez é destaque na XXXI Jornada de Cardiologia de Feira de Santana

Algumas mulheres podem desenvolver durante a gestação problemas que futuramente repercutem em doenças cardíacas.

Foto: Divulgação
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Promovido pela SBC Regional Feira de Santana, o evento reúne médicos, demais profissionais de saúde e estudantes, no auditório do NH Hotels, no edifício Charmant.

Estudos científicos mostram que algumas complicações na gravidez são fortes fatores de risco para que a mulher tenha doença isquêmica do coração, incluindo ataque cardíaco, principalmente na primeira década pós-parto. Diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, por exemplo, aumentam o risco de isquemia em 54% e 30%, respectivamente, enquanto pressão alta durante a gravidez dobra o risco. O diabetes gestacional também aumenta o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 45%.

Dados como esses embasaram palestras e debates na XXXI Jornada de Cardiologia de Feira de Santana, que teve início nesta sexta-feira (1º), no auditório do NH Hotels, no edifício Charmant.

Promovida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia Regional Feira de Santana, o evento reúne alguns dos principais nomes da cardiologia do país, que estão partilhando seus conhecimentos com um público formado por médicos, demais profissionais da área de saúde e estudantes.

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“Tratamento da hipertensão na gestação e puerpério imediato”; “Emergências cardiológicas durante a gestação”; e “Repercussão a longo prazo da doença hipertensiva gestacional”, foram os temas associados a cardiologia da mulher discutidos na jornada. A ênfase foi dada aos riscos que determinados problemas na gravidez podem representar para a gestante e os cuidados necessários antes, durante e após a gestação.

A médica cardiologista Larissa Novais destacou que algumas mulheres desenvolvem durante a gestação problemas que futuramente repercutem em doenças cardíacas e outras já têm predisposição a essas doenças e a gravidez acaba sendo um “grande deflagrador”. Isso porque, explicou a médica, a frequência cardíaca da gestante é mais alta que o habitual, o volume de sangue também e no parto a mulher passa pelo que os médicos denominam “autotransfusão”, com um aumento ainda maior desse volume de sangue.

Já Flávia Valladares, também médica cardiologista, chamou a atenção para os riscos que a mulher que desenvolve especificamente a doença hipertensiva gestacional tem de desenvolver posteriormente problemas de hipertensão e diabetes. “Elas se tornam pacientes com mais risco de terem doenças cardiovasculares, se comparadas a população saudável, sendo que as doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo”, alerta.

Segundo as médicas, o meio principal para essas mulheres evitarem problemas cardíacos é a prevenção com hábitos saudáveis e acompanhamento médico antes, durante e após a gestação. “O nosso mundo dos sonhos é o em que as mulheres passem a fazer um acompanhamento pré-concepcional não só ginecológico, mas também cardiológico vascular,” frisa Larissa.

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Outros temas

Além da cardiologia da mulher, a XXXI Jornada de Cardiologia está promovendo palestras e debates sobre diversos outros temas, como: reabilitação cardíaca de pacientes com alto risco para atividade física; arritmia; vida após morte súbita; e classificação e diagnóstico clínico.

Homenagem

Durante a programação desta sexta, também foi feita uma homenagem ao saudoso médico cardiologista José Joaquim Cardoso de Azevedo, membro fundador e vice-presidente da SBC Feira, que faleceu em junho deste ano. Colegas da profissão entregaram uma placa ao filho dele, Felipe Joaquim, que seguiu a profissão do pai e está participando do evento. O encerramento da jornada é neste sábado (2).

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