Dia de Conscientização

Obesidade infantil: saiba quais são os riscos e como prevenir a doença que acomete crianças de todo o Brasil

Além dos riscos à saúde física das crianças, a obesidade também pode causar uma série de problemas emocionais e motores a este público.

Obesidade infantil
Foto: Freepik

Apesar de não muito falada, a obesidade mórbida infantil é uma preocupação no Brasil. Conforme dados do Ministério da Saúde, 9,4% das meninas e 12,4% dos meninos são considerados obesos, de acordo com os critérios adotados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além dos riscos à saúde física das crianças, a obesidade também pode causar uma série de problemas emocionais e motores a este público. Nesta segunda-feira (3), é o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil e a data tem justamente o objetivo de chamar a atenção das famílias e da população sobre os cuidados com a doença, além de garantir a prevenção.

Sobre a importância da prevenção e combate à doença, o portal Acorda Cidade conversou com a nutricionista materno-infantil Bianca Goés. A princípio, ela explicou a finalidade do dia 3 de junho.

Bianca Góes
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

“Esse dia é importante para educar a sociedade sobre os riscos e consequências dessa condição na infância, podendo ajudar na prevenção ou promover ações de conscientização, incentivar hábitos saudáveis como alimentação balanceada e atividades físicas e proporcionar apoio e recursos para as famílias de crianças que estão enfrentando esse problema, e essa sensibilidade é fundamental para combater esse problema de saúde pública”, disse.

Fatores

Quando se fala em obesidade, logo se associa o consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares. Conforme a nutricionista, muitos alimentos não saudáveis são direcionados ao público infantil, aumentando a chance de obesidade.

“Vários fatores contribuem, a má alimentação rica em alimentos processados e açucarados, o sedentarismo devido ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, a falta de atividade física, fatores genéticos e socioeconômicos, além do marketing agressivo de produtos não saudáveis direcionados às crianças”.

Sinais

Um dos principais sintomas para perceber que uma criança está obesa é o aumento repentino do peso. Porém, outros fatores também contribuem para o diagnóstico da obesidade, como desinteresse em dificuldades na rotina, além de problemas com o sono.

“Aumento repentino de peso, dificuldade em controlar a fome e saciedade, a preferência de alimentos ricos em gorduras e açúcares, a falta de interesse em atividades físicas e energia, problemas com sono, dificuldades emocionais relacionadas à imagem corporal e autoestima e fatores de risco genético. Devemos monitorar o crescimento, o peso e os hábitos alimentares regularmente. Se houver preocupações, buscar uma orientação médica é fundamental para interferir precocemente na obesidade infantil”, disse a nutricionista ao Acorda Cidade.

Riscos

Assim como mencionado anteriormente, a obesidade traz diversos malefícios à saúde da criança que podem ser classificados como a curto e longo prazo. Sobre este assunto, Bianca Góes enfatizou que doenças crônicas podem ser desencadeadas a partir do sobrepeso.

“A curto prazo, a obesidade pode aumentar o risco de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, esteatose hepática, problemas ortopédicos, apneia do sono, asma e problemas de pele. Além disso, as crianças obesas podem enfrentar problemas emocionais como baixa autoestima, ansiedade e depressão. Já a longo prazo, a doença está associada ao risco de desenvolver doenças crônicas como doenças vasculares, acidente vascular cerebral, alguns tipos de câncer e doenças metabólicas. O excesso de peso na infância também pode persistir na vida adulta, aumentar o risco de obesidade e suas consequências ao longo da vida”.

Prevenção

A obesidade está diretamente associada à má alimentação e a prevenção é de suma importância para garantir a saúde do público infantil. A nutricionista também aproveitou para dar dicas de como proporcionar às crianças uma alimentação saudável e rica em nutrientes.

“Uma alimentação balanceada com foco em alimentos nutritivos como frutas, verduras, grãos integrais, proteínas magras e laticínios com baixa gordura. É também importante limitar o consumo de alimentos processados ricos em açúcares, gorduras saturadas e sódio. Também é necessário incentivar a hidratação adequada, controlar as porções, promover alimentação em família, reduzir o consumo de fast food e ensinar habilidades culinárias, essas são estratégias-chave para buscar uma alimentação ideal, além de buscar profissionais qualificados como nutricionista para montar um plano personalizado e eficaz”.

O ambiente familiar e escolar também são cruciais na promoção da saúde infantil. De acordo com Bianca Goés, estes espaços precisam estar ligados e podem proporcionar às crianças e adolescentes experiências positivas de vida, como a realização de atividades culinárias e em coletivo.

Ela finalizou enfatizando que, além de incentivar hábitos saudáveis, o acompanhamento nutricional com profissionais especializados pode potenciar a vida saudável da criança, reduzindo ou prevenindo a obesidade.

“A escola pode oferecer alimentações equilibradas e nutritivas, educar os alunos sobre nutrição e alimentação saudável, implementar programas e horta escolar, promover programas escolares e atividades físicas, disponibilidade de alimentos saudáveis nas cantinas, envolver os pais e responsáveis e criar um ambiente favorável ao bem-estar e a saúde. Por outro lado, a comunidade pode apoiar a escola por meio de parcerias, programas de conscientização, eventos comunitários de promoção à saúde, incentivo à prática de atividades físicas ao ar livre, acesso a alimentos frescos e saudáveis e políticas locais que promovem ambientes ativos. É interessante planejar e organizar refeições, refeições em família, ser exemplo para os filhos, fazer compras juntos, limitar alimentos não saudáveis em casa, elaborar atividades físicas e divertidas, estabelecer rotinas saudáveis, incentivar hidratação, elogiar os esforços da criança e buscar um apoio nutricional onde esses profissionais vão orientar de forma personalizada e ajudar na promoção de hábitos saudáveis”, concluiu.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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