Saúde dos Rins

Março Vermelho: campanha contra o câncer renal é intensificada

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Foto: Freepik

Março é um mês importante para a prevenção do câncer renal. O período estampa a Campanha Março Vermelho como um alerta para a conscientização da doença que afeta os rins e faz mais de seis mil novos casos a cada ano. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que aponta a predominância do tumor em homens entre 50 e 70 anos. 

O médico oncologista, Thiago Kaique Nunes, compartilhou durante entrevista ao portal Acorda Cidade, informações acerca da doença, que é uma proliferação de células malignas na região do rim, órgão responsável por filtrar o sangue e trabalhar para excretar toxinas do corpo. Os rins são aqueles órgãos que lembram dois caroços de feijão.

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Thiago Kaique Nunes | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“O tipo mais comum do câncer é o adenocarcinoma. 90% dos cânceres renais correspondem a este tipo de neoplasia e, embora o câncer de células renais se desenvolva como uma massa única, às vezes existem dois ou mais tumores em um dos rins, ou bilateral em cada rim acontecendo simultaneamente”, explicou. 

A presença de sangue na urina, chamado de Hematúria, é o principal sintoma da doença, mas o médico afirma que outras indicações também podem ser percebidas, como a perda de peso rápida, cansaço ou febre inexplicável por semanas. Outra coisa importante são indícios inespecíficos, mas que podem estar presentes também, como a hipertensão arterial de difícil controle e o edema (inchaço) dos pés e das pernas. 

O câncer dos rins traz uma insuficiência da sua função, comumente chamada de insuficiência renal, mas outras doenças, essas benignas, também podem afetar sua funcionalidade. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença pode chegar a ser a quinta causa de morte no mundo em 2040. No país, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) indica um crescimento de mais de 19 mil casos.  

Sintomas

Quando os sintomas se revelam, o diagnóstico é realizado através de exames de imagem. Caso haja a suspeita, uma biópsia (exame patológico) também é feita para confirmar a doença. 

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Foto: Freepik

A falta de hidratação do corpo, aquela famosa dica de que devemos beber pelo menos 2 litros de água ao dia, é importante, mas, segundo o médico, não são as principais causas para o câncer. 

“Os principais fatores de risco para o câncer renal são o tabagismo, a obesidade, o fato de ter uma hipertensão arterial sistêmica também. O histórico familiar de pessoas que têm essa patologia. Exposição ocupacional em determinada substância, tipo o tricloroetileno. O gênero é duas vezes maior na frequência em homens do que em mulheres. A raça negra tem um fator de risco maior a desenvolver algumas medicações, como o acetaminofeno, além de fatores de risco genéticos hereditários, pessoas que herdam essas determinadas patologias”, explicou o médio em entrevista ao Acorda Cidade. 

Os pacientes podem herdar genes para desenvolver determinados tipos de câncer. E entre eles está o câncer renal, portanto, determinadas condições hereditárias colocam as pessoas em um risco maior de contrair o câncer de rim. 

Tratamento

Em Feira de Santana, a Unacon (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia) atende pacientes com câncer renal. Além das consultas com nefrologista, especialista em doenças renais, é possível realizar tratamentos mais sistêmicos, como a hemodiálise.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

A hemodiálise é um tratamento vital para pessoas com doença renal crônica avançada ou a insuficiência renal aguda. Ela substitui a função dos rins ao remover resíduos, toxinas e líquidos indesejados do sangue, ajudando a manter o equilíbrio adequado de eletrólitos no corpo.

Contudo, o tratamento da doença pode ser iniciado por cirurgia para remover o câncer e preservar a função renal. Isso pode ser realizado através da nefrectomia (remoção total do rim infectado) ou a parcial, que retira apenas o tumor localizado no rim. Além disso, outras medidas sistêmicas também podem eliminar o câncer. 

“Nós temos que avaliar o paciente, se ele vai ter indicação de não fazer tratamentos sistêmicos, como a quimioterapia, a terapia-alvo, a imunoterapia. Então, a gente tem que avaliar cada caso e indicar o tratamento mais específico. Também tem alguns casos em que os pacientes podem ser submetidos à radioterapia”, pontuou. 

O transplante renal também é uma alternativa de tratamento. O órgão pode ser doado por pessoas vivas ou não vivas.

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Prevenção

Cuidar bem do seu rim, perpassa adaptar a vida a práticas saudáveis, como se alimentar bem, com uma dieta de fibras e vitaminas, não fumar, praticar atividades físicas, controlar o peso e a pressão arterial. Realizar consultas de rotina com o nefrologista, também é importante, afinal, como todo tumor, quanto mais precoce se descobrir, maior vai ser a chance de recuperação e de uma vida plena.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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