Saúde

Dia Mundial da Hipertensão: cardiologista alerta sobre os riscos causados pela doença

De acordo com o especialista, é necessário realizar a prevenção primária.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Nesta quarta-feira (17), é celebrado o Dia Mundial da Hipertensão, uma data que serve para alertar a população sobre os riscos dessa doença.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte nas Américas e a hipertensão arterial é responsável por mais de 50% destas doenças.

O Acorda Cidade conversou com o cardiologista Edval Gomes, que esclareceu algumas informações importantes para quem é hipertenso, e principalmente para aquelas pessoas que podem prevenir a doença.

De acordo com o especialista, é necessário realizar a prevenção primária.

“A hipertensão tem o seu diagnóstico feito através da medida pressórica, então você coloca um aparelho de pressão e ali você vai encontrar um valor sistólico que é aquele maior, um valor diastólico que é um menor. A partir de 140 por 90, a gente considera esse indivíduo como hipertenso, ou seja 14 por 9, mas o ideal para todos é que a pressão seja de 12 por 8. O primeiro passo para evitar a hipertensão é fazer a prevenção primária, evitar que ocorra o fator de risco. Como é que você faz isso? Atividades físicas desde cedo, colocar as crianças para desenvolver atividades físicas, o adolescente, estimular que isso seja um hábito”, afirmou.

Além da prática de atividade física, o médico alertou também sobre o padrão alimentar.

“Não só uma atividade física, mas também um padrão alimentar que começa lá na infância com as crianças, com os adolescentes, para que eles não venham a desenvolver na fase adulta a hipertensão. Uma vez desenvolvida a hipertensão, a gente precisa fazer o controle mantendo medidas como atividades físicas, a dieta, o controle do estresse nesse sentido, mais o tratamento farmacológico que são medicações disponíveis que são simples de serem encontradas”, informou.

Existem sintomas?

Segundo Edval Gomes, a hipertensão é uma doença silenciosa caracterizada como traiçoeira.

“Todos devem fazer no mínimo, uma verificação da pressão por ano e a depender da idade, das suas comobirdades, várias vezes ao ano. Mas a pressão é silenciosa e é por isso que ela é traiçoeira, em geral essa doença não dá nenhum sintoma no indivíduo, levando a pessoa a imaginar que está tudo bem, por isso que a gente precisa verificar eventualmente. A gente pode ter dores de cabeça, pode ter tonturas, pode ter algum mal estar e isso é possível em alguns casos que ocorra, mas por via de regra, o indivíduo não apresenta sintomas nenhum. Até a própria manifestação de uma doença mais grave, o diagnóstico é feito no momento de um infarto, de um AVC, na hora que a gente identifica uma insuficiência renal, na hora que a gente identifica uma doença ocular, uma doença arterial nas pernas, então a gente não deve esperar que a doença se manifeste para que o diagnóstico seja feito”, esclareceu.

Existe faixa etária para ter hipertensão?

Para o cardiologista, a doença acomete mais pessoas entre 35 e 55 anos de idade, mas isso não significa que crianças e adolescentes estejam livres.

“A pressão arterial em geral acomete os indivíduos dos 35 anos aos 55 anos, este é o perfil, o período de vida onde ela acomete com mais frequência, mas a sua incidência acompanha o envelhecimento. Então a medida que a gente envelhece, a tendência é aumentar cada vez mais as chances da gente ter hipertensão, de tal modo, um grupo de pacientes idosos até 70% são hipertensos. Existe a hipertensão secundária, outras doenças podem gerar na sua evolução a hipertensão arterial como doenças circulatórias, doenças endocrinológicas, e etc. Então se o indivíduo está com menos de 35 anos, pode ser uma hipertensão dessa convencional que a gente conhece, mas pode haver uma hipertensão secundária desencadeada por uma outra doença e o pediatra ou um médico pode fazer essa avaliação”, explicou.

Prática de atividades físicas

De acordo com ele, é necessário que seja realizada a prática de atividade física pelo menos três vezes na semana.

“Um indivíduo hipertenso precisa ter dois controles, o primeiro é dos seus atos de vida como atividade física, 150 minutos pelo menos por semana, três vezes de uma hora aproximadamente. Pode ser uma atividade física aeróbica como a caminhada, uma bicicleta, uma dança, uma natação, pode ser uma atividade resistiva como uma academia, não há problema, mas precisa fazer um padrão de uma alimentação saudável”, citou.

Bebidas alcóolicas

O cardiologista também aproveitou para chamar a atenção de quem faz o consumo de bebida alcoólica, mas é hipertenso.

“O excesso de álcool é um fator de risco para hipertensão, é um fator de risco para as doenças cardiovasculares de um modo em geral, para insuficiência cardíaca, para a dependência alcoólica, para para uma série de doenças, então o excesso de álcool é um grande risco”, disse.

A hipertensão tem cura?

Ele frisou que quem é hipertenso deve levar o tratamento para o restante da vida.

“A hipertensão é uma doença crônica, portanto a gente deve manter o tratamento sempre. Existem casos eventuais, circunstâncias acima de pontuais, mas a mensagem que a gente deve passar é que hipertensão é uma doença crônica, portanto uma vez diagnosticado, para sempre deve ser tratado”, concluiu.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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