Feira de Santana

Até que ponto podemos deixar nossos filhos em jogos online sem prejudicar a saúde? Psicóloga explica

De acordo com Viviane, o diálogo com os filhos, sempre será a melhor solução.

Até que ponto podemos deixar nossos filhos em jogos online sem prejudicar a saúde? Psicóloga explica
Foto: Rede Globo

Entre 2022 e 2023, a Rede Globo exibiu a novela Travessia e um dos personagens, o ator Ricardo Silva, fazia o papel do adolescente Theo, que passava o dia inteiro conectado no computador e tinha um comportamento agressivo quando era afastado do equipamento.

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Os pais do adolescente constataram que o filho já estava diagnosticado com a dependência em jogos eletrônicos, uma doença que foi classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2022.

Mesmo sendo um assunto tratado na ficção, o problema também acontece na vida real. A reportagem do Acorda Cidade conversou com a psicóloga Viviane Santos, que destacou a importância dos pais monitorarem as atividades dos filhos em plataformas online.

Até que ponto podemos deixar nossos filhos em jogos online sem prejudicar a saúde? Psicóloga explica
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“É de suma importância que os pais possam verificar o tipo de jogo, a classificação, realmente é necessário esse monitoramento, pois o jogo até pode ser uma coisa simples, que está distraindo a criança, divertindo, mas ao mesmo tempo, pode ser algo altamente perigoso”, afirmou.

Segundo a psicóloga, a depender do período que esta criança ou este adolescente fique exposto às telas dos jogos, muitas mudanças poderão ser observadas.

“Os jogos podem até mudar o comportamento daquela criança, daquele adolescente, pode ter uma alteração na alimentação, pode apresentar um isolamento social, irritabilidade, distanciamento até dos membros da família”, destacou.

De acordo com Viviane, o diálogo com os filhos, sempre será a melhor solução.

“A família tem que deixar claro quais são as regras da família, qual o tempo que vai ser permitido esse jogo. Entender também por que a família proporcionou a criança tão cedo esse tablet, por que a família proporcionou a este adolescente esse acesso a esses jogos, quais os combinados entre os jovens e as famílias. Tudo isso é importante deixar claro e fazer a rotina de estabelecer limites, estabelecer o tempo destinado a esse jogo”, informou.

Ao Acorda Cidade, a psicóloga explicou que caso a família perceba um comportamento diferente por parte do filho, é o momento de buscar apoio com profissionais.

“A Organização Mundial de Saúde até alerta para que quando haja uma compulsão, a família procure um profissional da área de Psicologia, de preferência da terapia comportamental cognitiva, para que esses problemas sejam sanados. As crianças aprendem o que vivenciam. Na maioria das vezes, as crianças que possuem compulsão por esses jogos, elas geralmente vivem num ambiente onde os adultos dessa relação também estão envolvidos nos jogos”, disse.

Assim como em casa, a psicóloga afirmou que o comportamento diferente da criança ou do adolescente pode ser observado na escola.

“A escola pode fazer a observação do comportamento dessa criança, alertar as famílias, perguntar às famílias qual é a rotina dessa criança, conscientizar a criança e o jovem dentro da escola dos perigos que existem nos jogos. E a escola pode também oferecer games que tenham uma vertente benéfica para esse adolescente. A Organização Mundial de Saúde traz o CID-11, que é um transtorno, e aí a gente pode fazer um encaminhamento desse jovem para um especialista quando a gente percebe que já interferiu no pedagógico, já interferiu nas relações interpessoais”, concluiu.

O Governo Federal prorrogou a consulta pública sobre uso de telas e dispositivos digitais por crianças e adolescentes. A consulta tem como objetivo ouvir a sociedade sobre estratégias para o uso consciente de telas e dispositivos digitais por crianças e adolescentes e já recebeu mais de 400 contribuições por parte de diversas organizações e coletivos.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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