Feira de Santana

'Quanto mais eles se envolvem, mais perigosos ficam', alerta delegada sobre adolescentes infratores

Para a delegada Danielle Matias, titular da DAI, é perceptível um número cada vez maior de adolescentes no mundo do crime.

Gabriel Gonçalves

Na última quarta-feira (16), três adolescentes foram apreendidos durante uma ação deflagrada pela Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) de Feira de Santana.

A ação que foi realizada nos bairros Calumbi, Campo Limpo e George Américo, resultou na apreensão de dois adolescentes de 16 anos, flagrados com drogas e um terceiro garoto de 17, preso por roubo que aconteceu em março do ano passado.

Para a delegada Danielle Matias, titular da DAI, é perceptível um número cada vez maior de adolescentes no mundo do crime.

"A gente percebe que são atos considerados gravíssimos e que infelizmente têm um número grande de adolescentes na criminalidade de Feira de Santana. Com o fato de conseguir apreender estes adolescentes para o Melo Matos, cumprindo a determinação judicial, a gente espera que consiga fazer algum tipo de efeito positivo na cidade, e claro, dar continuidade porque temos outros mandados e vamos continuar realizando operações para que consigamos apreender máximo de adolescentes na região", disse.

De acordo com a delegada, os adolescentes são os principais elementos dentro de uma organização criminosa para que façam o transporte das drogas.

"A gente observa e percebe em determinados locais, determinadas quadras de bairros aqui da cidade durante essa comercialização e identificamos que não há nomes de adolescentes por exemplo comandando o tráfico de drogas, porém eles são usados nesse sentido de estarem fazendo o transporte. Muitas vezes são chamados até de 'delivery', fazendo essa entrega das drogas de forma espalhada pela cidade, então é nisso aí que estamos tentando combater, cumprindo os mandados e encaminhando para o Case Melo Matos, para que a medida socioeducativa seja cumprida", destacou.

Ainda segundo a delegada Danielle Matias, a vida criminosa de muitos adolescentes inicia desta forma e dificilmente eles voltam para o mundo familiar.

"Muito declaram na delegacia que o material é para consumo, mas não adianta porque nós percebemos que começa desta forma, entram nesse mundo e dificilmente voltam e as famílias acabam perdendo esses adolescentes. Quanto mais eles se envolvem, mais perigosos eles ficam, porque começam a não ter medo, não respeitam mais a família, não têm medo nem do Estado. Percebemos um número alto desses adolescentes e normalmente, eles entram para o mundo do crime através do tráfico de drogas, ali já se dizem pertencer a determinada facção e começam a receber ordens para cometer homicídios", concluiu.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade