Há cinco meses na Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (1ª Coorpin), o delegado Yves Silva Correia, realizou uma avaliação sobre a sua atuação em Feira de Santana e o índice de violência na cidade. O coordenador assumiu a 1ª Coorpin em agosto de 2023 com o objetivo de dar sequência ao trabalho que já vinha sendo executado pelo delegado Roberto Leal.
“Certamente foram meses desafiadores, aqui em Feira de Santana, mas com muitas operações, muitas prisões. Foram quase trezentas prisões no ano de 2023. Nos últimos três meses, outubro, novembro e dezembro, ocorreram reduções dos CVLIs, que são os Crimes Violentos, Letais e Intencionais, ou seja, homicídio, lesão corporal seguida de morte, latrocínio, que é o roubo seguido de morte, inclusive no que tange a latrocínio, todos elucidados, é um índice também muito bom de elucidação dos homicídios, sendo que feminicídio teve redução de 71% no ano, ou seja, é um número bem expressivo aqui para a cidade de Feira de Santana”, avaliou.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o coordenador ressaltou a parceria da Polícia Civil com a Polícia Militar, a sociedade e a imprensa, que vem divulgando as operações. O delegado falou sobre o aumento dos crimes contra a vida em Feira de Santana.
“Houve um aumento de 13,64% nos crimes violentos, letais e intencionais. Lembrando que, a partir do momento que a gente faz também diversas prisões e operações, você mexe no ecossistema criminal. O que significa isso? Indivíduos de determinados bairros ou facções buscam invadir aquele outro bairro fragilizado com aquelas prisões. Isso gera um ciclo de criminalidade envolvendo homicídio, tráfico de drogas, por disputa de pontos. É um caso que a gente trabalha para tentar ser consistente e poder justamente evitar e prevenir esses homicídios”, explicou.
Segundo o delegado, as cooperações entre as polícias têm gerado resultados significativos para a segurança pública na região.
“A gente conseguiu até, inclusive recente, evitar pelo menos uns seis homicídios, justamente trocando informações entre as inteligências da Polícia Civil e Polícia Militar aqui em Feira de Santana. A gente conseguiu interceptar indivíduos que iam matar pessoas e pegá-los antes deles matarem. Então, está sendo bem bacana esse trabalho aqui nesse sentido também de forma harmônica e em parceria com a PM porque a gente tem, às vezes, a informação de inteligência que está nas ruas, então consegue fazer essa interceptação mais rápido que a gente às vezes”, pontuou Yves ao Acorda Cidade.
Fazendo comparação entre o ano de 2022 e 2023, Yves Correia destacou o aumento de 63,16% de ocorrências no último mês de maio, o que reduziu bastante nos últimos meses do ano.
“Nos três últimos meses houve redução de 20% em outubro, redução de 11,10% em novembro e 13,33% em dezembro, ou seja, o trabalho está consistente. A gente vai agora seguir em 2024 da mesma forma, com muitas operações, prisões para poder estancar e ir trabalhando de forma séria independente do homicídio, se a vítima é envolvida com tráfico, com a criminalidade não importa, a gente está batendo em cima, investigando, a Delegacia de Homicídios está em cima também para elucidar e ir buscar aí a maior efetividade possível do trabalho da Polícia Judiciária” destacou.
Com apoio do canal de denúncias da Polícia Civil, o 181, houve um crescimento significativo para elucidação dos casos. Segundo o delegado, a corregedoria tem trabalhado para manter a segurança das testemunhas, aumentando assim a confiança da população no serviço prestado.
“A população tem denunciado de fato por conta de se assegurar o anonimato e além de tudo isso, a gente está também tomando depoimentos de pessoas conforme o provimento da Corregedoria, buscando justamente tentar evitar que essas pessoas, essas testemunhas sejam identificadas e elas consigam expor todos os envolvidos nos homicídios, no tráfico de drogas, para a gente poder alcançar esses indivíduos, representar pelas cautelares de temporária, de preventiva, de busca e apreensão e alcançá-los”, disse Yves.
Maio e setembro foram considerados os meses mais violentos de 2023, com aumento expressivo de homicídios. Ele reforçou a importância da apuração de todos os crimes.
“O que importa é que a gente trate todo o crime que ocorre na cidade de forma séria, de forma célere, buscando investigar a autoria e materialidade e relatar com brevidade para que o Ministério Público possa ter essa justa causa que é o laço probatório mínimo para denunciar, o juiz receber a denúncia e, ao final, esses indivíduos serem condenados e presos”, ressaltou.
Para o ano de 2024 muitos desafios seguem pela frente, mas o delegado destacou que conta com a parceria de toda a equipe para fazer valer o serviço e gerar resultados na condenação das pessoas responsáveis pelos seus crimes.
“A Polícia Civil daqui é muito ativa, são policiais ótimos, a gente percebe a PC muito atuante, os investigadores, os escrivães e delegados então me honra muito estar trabalhando aqui com essa equipe, porque a gente está vendo a diferença aqui nesses números, nessa redução e nessa constância operacional isso é o mais importante, é saber o que os criminosos fazem, todo mundo sabe e está vendo, que eles matam, que eles roubam, que eles estupram, mas a gente tem que entender o que o Estado faz, então a gente está aí buscando essa autoria, essa materialidade para ter a punição concreta deles, porque não adianta também você prender e não ter nada concreto, não ter um inquérito bem embasado e eles serem soltos, porque eles vão seguir roubando, seguir matando”, observou.
Além disso, o delegado pontuou a prisão de um homem suspeito por pelo menos 30 homicídios em Feira de Santana e que agora está à disposição da justiça para ser julgado e caso condenado, pagar pelos seus crimes.
“Você percebe claramente aqui a redução que há, porque a gente sabe que é difícil também para o tráfico você repor aí um indivíduo ‘kamikaze’ que sai matando a qualquer hora e na frente de qualquer pessoa e em qualquer lugar, então isso é importante e o tráfico também já percebeu que enquanto tiver matando também vai ter aí a dificuldade, inclusive de comercializar o tráfico porque a polícia vai estar operacionalizando sobretudo nos locais que eles atuam”, finalizou.
Com informações de Ed Santos do Acorda Cidade
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