“Nós temos redução em todos os índices criminais”, diz comandante geral da PM em avaliação da Segurança Pública no estado 

Segundo o coronel, os números são sim expressivos, diante da importância de se retirar de circulação armas que poderiam ocasionar outros crimes. Ele falou sobre as estratégias que a Polícia Militar tem utilizado para conseguir intensificar o combate a violência.

“A estratégia sempre vai ser uma combinação de inteligência com ostensividade, a gente tem feito um trabalho em todas os comandos regionais de antecipação ao crime e também com ação persecutória no sentido de não deixá-los em paz, principalmente quando atacam ou tentam de alguma forma agredir a sociedade”, afirmou.

Ele destacou a Operação Força Total como uma dessas ações que tem reprimido o crime organizado em todo o estado.

“Lançamos o maior número de policiais militares nas ruas, dando uma sensação de segurança com um nível de sensibilidade intenso e que a sociedade baiana abraçou e ela foi tão bem acolhida projetada a nível Brasil. Hoje ela é feita nacionalmente por todas as polícias militares. Então a gente trabalha em todos os níveis, mas sobretudo também é por cima da mancha criminal sinalizada pelo inteligente. Nos diversos setores das companhias independentes. E com isso a gente tem tido um razoável desempenho principalmente na prevenção e na contenção do crime”, disse em entrevista ao Programa Acorda Cidade. 

Companhias da 64ª e 66ª CIPM

Segundo coronel Coutinho, as Companhias Independentes de Polícia Militar, 64ª e 66ª, podem se tornar Batalhões diante a demanda que Feira de Santana tem apresentado nos últimos anos.

“Isso é possível acontecer. Agora depende de uma análise maior e nós já temos, inclusive, alguns estudos relacionados a isso, não só de Feira, mas de outros municípios também porque a instituição trabalha de maneira muito dinâmica e constante, trabalhando de maneira contínua fazendo estudos para ver quando a gente consegue levar o melhor policiamento para sociedade”, afirmou.

Violência nas cidades baianas – Guerras de narrativas 

O Atlas da Violência 2024 atualizou Feira de Santana como a 10ª cidade do país com a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes, conforme dados de 2022. No ranking, entre as 10, sete eram do estado baiano. A 18ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública também revelou o estado com maior número de CVLIs, pelo terceiro ano consecutivo.

Sobre esses e outros dados alarmantes sobre a violência na Bahia, o comandante questionou as fontes coletoras de dados e disse que há convergências de informações.

“Essas fontes não são convergentes e elas propagam isso. Não vou lhe dizer que não existe violência no estado, no Brasil, que não existe violência em determinados locais da Bahia, mas eu lhe diria que a violência tem sido muito bem contida, e sobretudo, nós temos trabalhado com números que apreciamos na ONU. Ano passado tivemos uma redução de 6% de homicídio na Bahia e esse ano já estamos, no primeiro semestre, com uma redução de 13%. Nós temos redução em todos os índices criminais”, declarou ao Acorda Cidade.

Conforme declarações do comandante, do assalto a ônibus ao assalto ao banco, houve redução no estado. Portanto, o que tem sido divulgado, não corresponde à realidade atual da Segurança Pública e há uma ‘guerra de narrativas’ na divulgação de notícias que apontam cidades A ou B como as mais violentas no estado.

“O que a gente tem que se apegar na Bahia é o seguinte, qual é a nossa fonte oficial que divulga os fatos relativos à Segurança Pública transparente? É a Segurança Pública da Bahia. Então isso confunde muito a população. Agora eu gostaria de inclusive levantar outra hipótese. Todos os municípios são oposições ao governo do estado. Então tem por trás disso o direcionamento em determinados dados que não correspondem à realidade”, acrescentou.

Homicídios em Feira de Santana

É raro não ocorrer algum tipo de morte violenta, homicídios, em Feira de Santana durante a semana. A cidade tem um número expressivo de assassinatos há anos, o que tem assustado os moradores. Somente na última segunda-feira (22), foram três ocorrências. Já na terça, mais dois crimes foram registrados. Sobre o assunto, o coronel fez uma avaliação e apontou dados de redução.

“Primeiro semestre reduzimos 7,33% de CVLIs em Feira de Santana. No mês de junho houve uma redução de 37%. O que acontece é que o homicídio, a intencionalidade do criminoso, a Polícia Militar não tem condição de tirar. Então, o que nós temos feito é um trabalho de inteligência e presença ostensiva maior e principalmente nos pontos de atenção. A SSP através dos órgãos de defesa social tem tirado de circulação, líderes principalmente relacionados ao crime, essas lideranças que inclusive saem, emitem ordens para o cometimento de homicídios e, a gente tem uma redução no estado de 13%. Então essa oscilação em Feira de Santana sempre existiu. Mas podem confiar que nós estamos, inclusive, com esse reforço da última companhia criada. Eu direcionei o efetivo mês passado adicional, uma tropa de força que vai fazer frente sobretudo a esses desafios maiores que CPR-Leste tem”, disse.

Distribuição das Companhias de Feira de Santana

De acordo com o coronel Coutinho, há um planejamento de redefinição para as Companhias da região Leste que atuam em Feira de Santana que está sendo estudado para melhor atender a segurança na cidade.

Mais um homicídio

Um policial militar lotado na 33ª CIPM é suspeito de praticar, em Feira de Santana, o assassinado de José Luiz Borges Santos, na última segunda-feira (22). O crime é registrado como homicídio e segundo as imagens que percorrem pelas redes sociais, foi brutal a frieza do assassino que executou. O comandante lamentou o ocorrido.

“A gente lamenta profundamente e espera que a polícia judiciária esclareça os fatos e tenha certeza que se ele é o autor desse crime hediondo, será responsabilizado não só na área criminal, mas na área administrativa através da Polícia Militar. Nós não comungamos com comportamento dessa natureza, a ninguém é dada condição de tirar a vida de outro. Mas vamos deixar as investigações esclarecer quem realmente é o autor do homicídio”, disse.

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