O Conjunto Penal de Feira de Santana está desenvolvendo um novo projeto de ressocialização para os apenados. Neste primeiro momento, cerca de 10 detentos já fazem parte da iniciativa, que além da produção de hortaliças e criação de animais, reduz o tempo de custódia dos internos.
A reportagem do Acorda Cidade conversou com o diretor da unidade prisional, José Freitas Júnior que explicou como a ideia surgiu.
“O Conjunto Penal de Feira de Santana tem um olhar muito sensível à ressocialização, desta forma, essa gestão resolveu implementar algumas ações de trabalho e educação para os presos na área de trabalho. Hoje nós temos um cultivo de hortaliças e verduras e criação de suínos, temos uma suinocultura, que foi criada nas áreas internas do Conjunto Penal e está por vir através de uma parceria com o governo do estado, um tanque de pesca para criação de peixes”, explicou.
Segundo o diretor, o projeto soma-se no objetivo de poder devolver à sociedade um novo cidadão.
“Essa horta teve uma iniciativa de alguns colegas nossos de forma mais simples, e aí percebemos que a unidade tinha o potencial e a gestão tomou para si a coordenação e alavancou o projeto da horta. Alguns detentos receberam a capacitação de alguns agricultores e depois disso, nós resolvemos colocá-los à disposição para cuidar apenas dessas hortas. O olhar nosso, é que temos que devolver este apenado melhor do que ele entrou, e com isso a ideia nossa, é sempre estar capacitando-os e com um olhar para a educação, porque é preciso devolver esse cidadão para a sociedade e reinseri-lo melhor do que ele entrou na unidade”, informou.
De acordo com José Freitas Júnior, a seleção dos apenados é feita através da coordenação de segurança e do serviço social.
“Todos estes internos são selecionados através da coordenação de segurança e do serviço social com o caráter de aptidão realmente para o trabalho. A cada três dias trabalhando na horta, ele recebe um dia de diminuição da pena, além de ser remunerado, e neste projeto inicial nós já temos 10 presos”, disse à reportagem do Acorda Cidade.
Ainda segundo o diretor do Conjunto Penal, uma avaliação sobre as ações do projeto de ressocialização será feita posteriormente.
“Como ainda é um projeto que está no início, nós iremos fazer uma avaliação posterior, mas eu acredito muito neste projeto, a gente observa a empolgação e o envolvimento daquele apenado quando a gente retira ele do cárcere sem atividade e com atividade. A nossa ideia, é que a horta possa atender parte da comunidade e dos familiares dos presos que trabalham aqui na horta, e iremos fazer um cadastro de pessoas que estão em situação de vulnerabilidade, com fome, até porque já existem órgãos, instituições sem fins lucrativos que estão recebendo, a exemplo de orfanatos e institutos que atendem pessoas com câncer”, explicou.
Com relação à suinocultura, o diretor informou que o Conjunto Penal recebe os leitões em fase de desmame, recebe a alimentação e depois de engordados, são vendidos. O valor é utilizado para compra de novos leitões e investimento na horta.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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