Feira de Santana

Acusado de matar pastor evangélico é condenado a mais de 18 anos de prisão

O réu chegou a ser preso em Lauro de Freitas, mas atualmente respondia ao processo em liberdade.

Tribunal do Júri
Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade

Foi condenado nesta terça-feira (18) a 18 anos e 8 meses de prisão por homicídio duplamente qualificado Mário Sérgio de Jesus, acusado de matar no dia 11 de dezembro de 2010 o pastor evangélico Alberto Lima Gonzaga. O réu chegou a ser preso em Lauro de Freitas (relembre aqui), mas atualmente respondia ao processo em liberdade.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, a vítima teria saído do trabalho, a bordo de sua motocicleta e ia em direção à casa da irmã, situada no bairro Jardim Cruzeiro. Ao passar pela Rua Góes Calmon, no bairro Rua Nova, se deparou com o filho do acusado, que atravessava a rua de bicicleta. O pastor tentou se desviar do garoto, mas não conseguiu e houve a colisão.

Ainda conforme o MP, o menino não sofreu ferimentos. No entanto, o pai, avisado do acidente por populares, saiu tomado em fúria e deflagrou diversos tiros contra o pastor, que ainda estava caído ao chão por conta da queda da motocicleta. A vítima não pôde se defender e morreu no local.

Diante dos fatos apresentados durante o processo, o Conselho de Sentença condenou o réu, que vai permanecer em liberdade até que seja julgado no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) o Habeas-corpus impetrado pela defesa.

Promotora Marina Miranda_
Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade

Na avaliação da Promotora de Justiça Marina Miranda, apesar do caso ter ocorrido em 2010, a justiça foi feita.
“Foi um caso de grande repercussão, do pastor Beto, e foi uma resposta extremamente justa tento em vista a crueldade e os detalhes desse processo. Todas as teses do Ministério Público foram acolhidas e foi uma condenação por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e utilização de recurso que impediu a defesa da vítima. As teses defensivas no sentido de homicídio privilegiado e da absolvição foram rejeitadas. E assim que a decisão transitar em julgado, provavelmente a decisão será executada e ele será preso”, afirmou a promotora ao Acorda Cidade.

O advogado de defesa Rafael Esperidião reconheceu a dificuldade do processo, devido à grande repercussão do caso. Mas afirmou que tudo se tratou de uma fatalidade, pois o réu era amigo da vítima.

Advogado Rafael Espiridião_
Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade

“A vítima Pastor Alberto era uma pessoa muito querida, inclusive amigo do próprio réu. Foi uma fatalidade que aconteceu tanto para o réu, que teve a notícia que seu filho havia sido morto, e ficou desesperado naquele momento, vindo a ceifar a vida do pastor Alberto. Portanto, a defesa acredita que não foi um resultado satisfatório, iremos entrar com recurso de apelação, apresentar as razões, e ver o que Tribunal de Justiça da Bahia irá manter daqui para a frente.”

Ele disse que a tese usada foi a da absolvição, que surpreendeu o Ministério Público e o Judiciário, porque hoje o réu confessou a prática delitiva, o que não aconteceu em outros momentos do processo.

“Isso não aconteceu com a bancada que atuou anteriormente, que sustentou a negativa de autoria. Mas após diversas conversas com o acusado, nós informamos que o melhor para ele seria confessar e ele já estava disposto a isso. E a tese da defesa por uma absolvição foi por conta de que os jurados poderia entender isso como uma clemência, um perdão, diante de tanta fatalidade que já tinha acontecido. O pastor Alberto era amigo do réu, e os tiros que ele deflagrou foi pelo desespero do atropelo do seu filho, e ele não sabia nem quem era a pessoa que causou o acidente naquele momento.”

Advogado Danilo Silva
Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade

O advogado Danilo Silva, que também atuou na defesa do réu, salientou que, por conta de um Habeas Corpus preventivo impetrado antes do julgamento de hoje, houve uma decisão do Tribunal de Justiça da Bahia e o réu está sob salvo conduto.

“Como houve essa condenação, na comarca de Feira de Santana, inclusive houve votos para absorver o acusado, a defesa entrou com o devido recurso, para traçar pontos que são contrários que não foram mostrados no processo. Ele confessou o crime aqui hoje, mas quais foram os comportamentos que ele teve naquele dia, como estava o emocional dele, isso não foi levado em consideração, e uma testemunha crucial não foi ouvida durante o processo, hoje ela esteve aqui e falou a verdade, os jurados perceberam, mas como o Tribunal do Júri é um espaço democrático e vale a decisão da maioria, cabe a nós aceitar ou não, mas entendendo que é plena, ainda assim podemos tentar modificá-la e segue para o Tribunal de Justiça.”

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade

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