Rachel Pinto
A Polícia Civil de Feira de Santana deu continuidade nesta quinta-feira (31) a oitiva de familiares do comerciante Cláudio Marcelo de Almeida, que morreu no último domingo (27), após realizar um implante capilar em uma clínica da cidade. A delegada Ludmila Vilas Boas e Santos está colhendo informações e aguardando os laudos periciais para esclarecer as circunstâncias da morte.
A viúva da vítima, Liliane Adorno, foi uma das pessoas que prestou depoimento hoje, assim como um filho do casal e ela reafirmou ao Acorda Cidade que considera o caso como negligência médica e aguarda que a justiça seja feita. Além disso, ela alega que nenhuma pessoa ligada a clínica prestou qualquer tipo de auxílio a família.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
“Até o momento não entraram em contato conosco. Como eu já tinha dito, achei meu esposo caído no chão e se eu não abrisse aquela porta não ia saber porque o tempo todo informaram que ele estava bem e estavam tão tranquilos que chegaram até a nos oferecer café e pediram que aguardássemos na recepção. Para ver até que ponto chega a falta de amor e negligência do ser humano. Estou aqui aguardando confiante que vai haver justiça e isso não pode ficar assim, isso foi um homicídio e em momento nenhum deram assistência. Não fizeram questão de serem rápidos para salvar a vida do meu esposo, não fizerem absolutamente nada”, afirmou.
Segundo Liliane, ela e a família retornaram à clínica após a morte de Cláudio e o local estava fechado. O aviso que os responsáveis repassaram para as demais pessoas que passam pelo prédio é que houve uma intercorrência durante o final de semana.
A delegada Ludmila Vilas Boas, titular da 1ª Delegacia, que investiga o fato, relatou que já solicitou uma série de esclarecimentos ao Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), assim como as câmeras de videomonitoramento do prédio onde a clínica funciona. De acordo com ela, o médico que realizou o procedimento também já entrou em contato com a polícia através do seu advogado e na próxima semana se apresentará à delegacia.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
“Temos que aguardar agora o resultado do laudo pericial que provavelmente sairá em 30 dias após o óbito, para que assim, diante daquilo que tem sido contado, diante do que tem sido investigado, as provas testemunhais que estão sendo colhidas, nós possamos ver se há nexo de casualidade entre a morte da vítima e o procedimento realizado ou até por omissão de socorro em decorrência dele ter passado mal no interior da clínica. Existem também outras pessoas que acompanharam a família no momento em que a vítima foi encontrada desacordada e essas pessoas estão agendadas para serem ouvidas nos próximos dias”, acrescentou.
Ludmila frisou que também não descarta a possibilidade de ouvir outros profissionais, como pessoas que trabalham no edifício e os socorristas do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade
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