José Ivanito de Jesus Portela, popularmente conhecido como Nilton Rasta, é percussionista, luthier, ativista, capoeirista e artesão, é muito popular no local onde comercializa os seus instrumentos, o Mercado de Artes Popular (MAC), de Feira de Santana.
Mas, este grande artista do município e que completará 62 anos neste ano deixou de atuar diariamente no Mercado de Artes devido a descoberta de um câncer de próstata há alguns meses. Desde então, começou um tratamento e acendeu o alerta para incentivar a prevenção e os cuidados da população sobre a doença, principalmente para o público masculino.
Em um bate-papo especial com o Acorda Cidade, Nilton Rasta contou detalhes do diagnóstico, além do tratamento e um evento especial que será realizado em Feira de Santana como forma de ajudá-lo. À princípio, ele contou quais foram os primeiros sintomas que sentiu antes de ser diagnosticado com câncer.
“Ela veio em uma patologia anexa que foi uma dor lateral que dificulta a questão do movimento, de andar. Agora melhorou mais, estou fazendo umas caminhadas porque o médico liberou, mas fiquei três meses praticamente sem poder me locomover direito”, disse.
Sobre o tratamento, Nilton Rasta destacou que atualmente, segue tomando o medicamento conforme foi orientado e que cada organismo pode responder ao tratamento de diferentes formas.
Ele também aproveitou para relatar a sua experiência na rotina de exames e chamar atenção do público masculino, sobre a importância da prevenção e preocupações com a saúde, principalmente sobre o sistema reprodutor.
“O tratamento está transcorrendo tudo bem. É um processo que depende do organismo de cada um, depende da patologia de cada um para dar andamento. Estou em um processo de avaliação, tomei o primeiro medicamento para derrubar os hormônios por conta do PSA que precisa diminuir. É um processo que é para todo mundo, principalmente do sexo masculino porque aborda toda essa classe, é interessante que se faça periodicamente, anualmente o PSA. Eu sei que teve uma época que eu relaxei, por conta da morte da minha mãe, fiquei uns dois anos e meio e quando eu fui fazer, apareceu o diagnóstico estamos correndo para fazer o tratamento”.
Ao ser questionado sobre quais os tratamento iria realizar, Nilton Rasta completou que ainda não foi informado se haverá a necessidade de passar por cirurgia, ou sessões de quimioterapia. Porém, é de suma necessidade a realização de um exame para o rastreio do câncer de próstata que custa em média R$ 3.500.
Ele aproveitou para solicitar, caso alguém conheça o local de melhor valor do exame, que o indique através de seu número para contato.
“De antemão, o médico oncologista, o Dr. Caíque não deu o diagnóstico de passar pela cirurgia e também ainda não entrou na quimioterapia, mas é um processo. Agora mesmo vou ter que fazer um exame que é muito caro e o SUS não cobre, mas estamos na correria para conseguir, se chama Pet Scan, se alguém souber um local que faça mais barato, eu peço que indique, porque um local que verificamos, ele custa R$5 mil e no lugar mais barato que achei, ele custa R$3,5 mil. Quem souber, pode entrar em contato através do meu número de celular (75) 98121-6508” relatou.
Atuando há 33 anos como artesão de instrumentos percussivos e na defesa de movimentos sociais, Nilton Rasta também comentou, em conversa com o Acorda Cidade, sobre a sua trajetória de vida pessoal e profissional.
Para ele, um dos momentos que mais marcaram a sua vida foi a oportunidade de conhecer novas culturas, além de que o seu trabalho enquanto ativista também reflete na vida de muitas crianças e jovens de Feira de Santana.
“Estou nessa área, no Mercado de Artes como todo conhece há 33 anos trabalhando na área de luthier, que é o artesão que desenvolve instrumentos percussivos e além disso sou músico percussionista e ativista cultural, na minha comunidade sempre aderi aos movimentos sociais como o movimento chamado Pomba de Malê. Minha carreira profissional eu tenho orgulho de ter feito e continuo fazendo que é o trabalho social porque desse trabalho, gerou muitos cidadãos que saíram da ociosidade ou até da capacidade de não estar mais aqui na terra por conta da violência. E uma outra coisa que me marcou foram as viagens que eu fiz pelo Brasil, conheci quase todos os estados e tive a oportunidade de sair do país, passei nos EUA, no Japão e conheci muitas culturas que me enriqueceram enquanto ser humano”.
Show beneficente
Como forma de angariar recursos para ajudar no tratamento de Nilton Rasta, vários artistas se reunirão para um show, o ‘Batuque Solidário’ no próximo dia 31 de maio (sexta-feira) às 20h na Casa Noise, localizada na Rua Domingos Barbosa de Araújo, bairro Ponto Central em Feira de Santana.
Nilton Rasta também aproveitou para contar sobre a emoção ao descobrir sobre a iniciativa dos amigos, que o pegaram de surpresa.
“Tive uma surpresa porque o pessoal começou a se organizar e me deu esse presente. Veio um camarada que vou acusar ele como responsável que foi Bel da Bonita que é um camarada que tem um trabalho fantástico em Feira de Santana a nível cultural e ele chamou outras pessoas, chamou Roberto Kuelho, Dionorina, Márcia Porto e o pessoal abraçou. E aí vieram também pessoas que não estão ligadas na música mas que deram suporte também dentro desse projeto, mas para mim foi uma surpresa boa e que vai ajudar no caminhar do tratamento”, destacou.
Ele aproveitou também para reforçar o convite à população para prestigiar o evento. Os ingressos estão sendo vendidos em três pontos no centro da cidade.
“O show vai acontecer na Casa Noise, ali perto de onde o pessoal chama de força de energia, um ponto da Coelba e as pessoas que quiserem podem adquirir o ingresso no MAC, tem dois espaços lá, BOX 64 com Liu e na área do palco que tem o Chalé do Beiju que você será bem atendido. Tem também a parte lateral do Mercado de Artes que você encontra um pessoal que também está vendendo os ingressos, em uma loja de confecções, a loja Império Confecções”.
Mensagem
Para conscientizar a população acerca da importância da prevenção do câncer, Nilton Rasta deixou uma mensagem significativa sobre a sua experiência com a doença, além de que o machismo pode também interferir na busca pelo cuidado e pela saúde do homem. Ele também agradeceu o apoio de todos aqueles que se prontificaram ao ajudá-lo através do evento beneficente.
“Sobre as pessoas que estão se unindo para me ajudar, Deus proteja a todos, que sempre tenham um caminho de luz. E no tocante às pessoas que estão acompanhando, principalmente os homens, o machismo no nosso país é muito grande, mas se não quiser fazer o toque, faça o PSA, dê continuidade, porque senão, mais tarde pode ser um problema bem maior até do que o meu. Graças a Deus estou detectando desde o início e as pessoas podem não ter essa mesma sorte que a minha, essa mesma capacidade de visão que eu tive de sentir algo diferente e começar a transcorrer e estou sendo bem assistido. É bom que você se previna antes, o machismo pode levar a um problema bem maior”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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