Feira de Santana

Professor de escola municipal é acusado de assédio sexual por 13 alunas 

Uma guarnição da Polícia Militar esteve no local para acompanhar uma mãe, que já realizou um Boletim de Ocorrência.

Escola Municipal Monteiro Lobato
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Um professor da Escola Municipal Monteiro Lobato, localizada no bairro Capuchinhos, em Feira de Santana, está sendo acusado de assédio sexual por pelo menos 13 alunas da unidade. Na manhã desta terça-feira (30), a reportagem do Acorda Cidade esteve na escola e conversou com alguns familiares que relataram a situação. 

Uma guarnição da Polícia Militar também esteve no local para acompanhar os familiares, que já realizaram um Boletim de Ocorrência. Nesta terça, o professor não compareceu à escola.

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Escola Municipal Monteiro Lobato
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ao Portal Acorda Cidade, Rebeca Larissa de Lima Bezerra Carvalho, mãe de uma das adolescentes de 13 anos, falou sobre o caso. 

“Tenho uma filha de 13 anos, ela é do sétimo ano no Monteiro Lobato e ela estuda desde o ano passado. Ela está sendo assediada por um professor de matemática e nada está sendo feito. Por isso que recorri à mídia porque eu já vim na diretoria, já fui na Seduc e eles falaram que iam ter uma reunião, só que já se passaram 15 dias e nada foi feito. Dei a queixa, porque a polícia falou que quanto mais queixa der, melhor. Então, a minha parte, estou fazendo e eu vou tornar público porque eu não quero que seja mais um assediador que passe impune”. 

Escola Municipal Monteiro Lobato - ft ed santos acorda cidade3
Rebeca Larissa de Lima Bezerra Carvalho | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

De acordo com o relato da menina para a mãe, o professor retirou a adolescente da sala de aula e começou a alisar a menina, fazendo elogios constrangedores que Rebeca considera ser assédio sexual. 

“Ela contou que o professor tirou ela da sala de aula e começou alisar, começou pelas mãos, alisando pelos braços, chegou ao pescoço, tocou no queixo dela, ficou elogiando, falando que ela era muito linda, que ela tinha uma beleza diferente, alisando o cabelo dela. E o que a parte jurídica da escola fala é que isso é importunação sexual. Para mim é assédio. Qualquer toque indesejado para mim é assédio”, declarou.

Escola Municipal Monteiro Lobato
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Rebeca disse que apenas no Monteiro Lobato são 13 queixas registradas na diretoria. 

“Tentei conversar hoje, só que a diretora não está aí para fornecer as câmeras, porque com as filmagens, nós temos provas, mas está com a diretora. Ele estava aqui ontem e minha filha está sendo punida e envergonhada. Ela está sendo tirada da sala de aula enquanto o assediador dá aula normalmente. A providência que eu estou tomando é a mídia, porque tudo que eu podia fazer, eu já fiz, que foi ir na diretoria, na secretaria e na delegacia dar queixa. Agora eu vou tentar ir ao Juizado de Menor”, frisou a mãe. 

A sobrinha de Maria Isabel Oliveira Borges também estuda na unidade. A adolescente, que tem 15 anos e está no nono ano, relatou aos familiares que as colegas foram abusadas e que agora, ela também está com medo. 

Escola Municipal Monteiro Lobato - ft ed santos acorda cidade3
Maria Isabel Oliveira Borges | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Ela me contou que as coleguinhas dela foram assediadas e que ela está com medo de ser também. Ele é professor dela também, ela sempre achou ele muito estranho. Sempre falou comigo, mas ele nunca chegou a assediar ela em si diretamente. Mas agora, com essa atitude que está acontecendo, disse que já foram 13 meninas assediadas no decorrer do ano. Disse, que desde o início do ano já falava, comunicava e mudava a coleguinha, a menina da sala. E aí agora, ele tirou a menina de uma sala e alisou. E agora ela está com medo até de vir para escola. Hoje eu convenci. Eu falei, você tem que vim, como eu vou deixar a menina sem estudar?”. 

Maria Isabel, assim como os outros pais, quer uma apuração urgente do caso pelas autoridades para que o mais breve possível a vida das adolescentes volte a normalidade.

“Eu vou entrar aí para tentar falar com a diretora, para ela esclarecer como vai ser, porque esse professor não pode ficar dando aula, como a gente vai se sentir segura, com um assediador dando aula para nossas filhas? Vou conversar com a diretora para saber o posicionamento dela. Não é possível que ninguém resolva uma coisa dessa”, explicou a tia responsável pela menina.

Ao Acorda Cidade, a Capitã PM Nina Marques, comandante da Ronda Escolar, que também esteve na unidade, explicou que foram acionados por conta de algumas denúncias que a escola recebeu sobre o caso e que, para apaziguar os ânimos dos pais, a escola chamou a guarnição. 

Escola Municipal Monteiro Lobato - Capitã PM Nina Marques
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Fomos acionados por conta de uma denúncia por parte de algumas alunas de assédio sexual e a escola solicitou a presença da Ronda Escolar para apaziguar os ânimos, pois os pais estavam aqui presentes querendo providências da escola e se colocando à disposição para o encaminhamento a delegacia competente para averiguar os fatos. Nós aqui não emitimos juízo de valor, o fato precisa ser investigado, é uma denúncia que nós sabemos que é séria, mas que não tem como tomar nenhuma medida imediata a não ser a instauração do procedimento necessário caso os pais e as alunas queiram levar à frente”, explicou.

A Capitã também falou sobre o papel da Ronda Escolar nesses casos e explicou que essa é a segunda vez que a guarnição é chamada para mediar o mesmo caso.

“A Ronda Escolar realiza um programa nas escolas e existe acionamento direto através do Cicom quando existe alguma ocorrência para dar o apoio, apaziguar os ânimos e mediar o conflito. Houve uma solicitação da escola na semana passada, mas os pais não quiseram registrar o Boletim de Ocorrência. Foi feita uma reunião de mediação com a Ronda Escolar, a direção da escola e os pais, justamente para saber quais seriam as providências a serem tomadas e os pais preferiram não registrar o boletim, mesmo nós nos colocando à disposição para realizar esse apoio. E hoje novamente um grupo de pais veio solicitando providências e novamente estamos aqui à disposição para apaziguar os ânimos e para dar todo o apoio e segurança necessário.  Essa é uma situação que aconteceu há mais de uma semana e houve essas duas solicitações no sentido de providências por parte da escola”. 

A Secretária de Educação, Anaci Paim, esteve em reunião com gestores da unidade nesta manhã. Ao Acorda Cidade, a gestora da pasta disse que não é possível realizar nenhuma acusação antecipada e precisa ouvir todas as partes envolvidas.

Uma sindicância será aberta e o professor deve ser afastado até a conclusão da investigação.

Secretária de Educação
Anaci Paim | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Nenhuma acusação pode ser antecipada sem apuração dos fatos. Uma sindicância está sendo aberta hoje para fazer essa apuração e aí trazer os resultados mais justos possíveis sem que haja nenhum tipo de acusação antecipada. É necessário ouvir a família das alunas, os professores da unidade escolar, o professor citado na ocorrência. Assim que voltar a secretaria, esses procedimentos vão ser adotados e aí nós vamos acompanhar de perto, inclusive, os acontecimentos na escola a partir desse momento”, declarou.

De acordo com a secretária, todas as escolas municipais são monitoradas com câmeras, exceto nos banheiros e nas salas dos professores. As imagens disponíveis devem ser analisadas durante a investigação.

“O que tiver necessidade vai ser utilizado para fazer os esclarecimentos. Por enquanto não teve nada que foi visto ao meu conhecimento e pudesse levar uma interpretação de outros detalhes. Nós só estamos vendo pessoas na sala, no ambiente normal de aula”.

O professor vai permanecer afastado e não deve lecionar em outras unidades públicas até a conclusão do caso.

Ainda segundo Anaci, ela não tem conhecimento de casos anteriores, só foi informada sobre o fato agora.

“Não teve nenhuma situação anterior. E aí eu acho que já é especulação pelo ambiente que gerou toda essa situação eufórica, mas não tem nenhuma situação registrada. Se não tem registrada, para mim não existe. Agora é uma sindicância, apurar os fatos, ouvir os dois lados, professores, estudantes, direção. Ouvir a comunidade escolar de modo geral, através das famílias também. É uma fase inicial que poderá gerar um inquérito ou um processo administrativo disciplinar quando se trata de professor do quadro permanente, que é a situação. É sindicância para procurar e saber o que é efetivamente aconteceu. Nós já tivemos situações como essa, que depois a própria família se dirigiu à escola e disse que realmente o fato não era aquele. Então tem que apurar”, frisou a secretária.

A reportagem do Acorda Cidade tentou contato com representantes da escola na unidade, mas até o momento não conseguiu retorno.

A defesa do professor divulgou uma nota de esclarecimento sobre o caso.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A ampla defesa e a presunção de inocência são fundamentos basilares em uma sociedade que se pretende alcançar a justiça.

Temos plena convicção que, ao final, tudo será esclarecido. Não nos adiantemos em condenar alguém sem lhe assegurar a garantia de defesa e do contraditório, pois correremos o risco de atacar e ferir uma pessoa inocente, íntegro e que não teme a verdade.

Dito isso, temos a certeza que a verdade prevalecerá, ao mesmo tempo em que nos colocamos à disposição das autoridades, no sentido de oferecer tudo o quanto necessário para que essa fase investigatória ocorra de forma célere, mas com a cautela e a maior profundidade possível.

Acreditamos na força que os meios de comunicação possuem e na transparência das informações a serem veiculadas, por isso essa nota de esclarecimento.

At.te,

Inez Azevedo Carvalho
OAB/BA 33.614

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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Ira Jovem Vasco FSA

Pra quem tá se metendo, acusando as vítimas, sai de bolo, deixa na mão da polícia, se a gente entrar no meio vai dar ruim, então deixa a polícia resolver!!!

Professora

Muito cuidado com o julgamento antecipado e que bom que a escola é monitorada. Tenho certeza que a verdade virá a tona. Hoje em dia, muitos alunos acusam professores de muitas coisas, muitas vezes porque tirou nota baixa ou foi mandada pra coordenação. Não é estranho que, sabendo que a escola tem câmeras, o professor tenha tirado a aluna da sala pra assediá-la? Vamos aguardar as investigações.

O amor sempre vence

Aquele que ama a Deus e faz a sua vontade, sempre será atacado. Infelizmente, a sociedade é alimentada por notícias dadas em rede social, sem apuração dos fatos. Sejamos inteligentes e deixemos o processo acontecer sem julgar.

Leide Santiago

O interessante é que as mães que dizem que as filhas passaram por assédio sexual ter a cara estampada pra reportagem, antes de acusar é necessário ver as câmeras e os outros alunos que devem ter visto alguma coisa diferente, pois é uma acusação séria e prejudicar uma pessoa inocente, e alguns querendo a foto do acusado sem antes saber a verdade, correndo risco até de tirarem a vida do professor, espero que seja resolvido e que cada um venha pagar pelos seus atos conforme a lei

Lima

Divulguem a foto e o nome deste *** para que todos os reconheçam.

Feirense

Um *** desse tem que ser preso, ***

Jorge Santos

Constatar os fato não é difícil, em razão do monitoramento por câmeras, hoje fica difícil acreditar nas alunas, assim como no professor. Com a palavra a polícia civil.

De olho

Se brinca o professor deve está certo o que mais vejo é essas meninas se agarrando tanto com outras meninas como rapazes na porta da escola e as mães não vem isso.

S.S.P

Já vem uns idiotas falando besteira, premeiro têm que apura os fatos, se ele realmente for culpado será punido não só na escola como criminalmente.

CARLOS ALBERTO SOUZA SANTOS

Sem prova é fácil acusar. O professor tem direito a defesa.

marccelo

olhar n tira pedaço, ainda assim n é certo esses olhares maliciosos em crianças e adolecentes, mas muito pior é ter ou buscar esse tipo de intimidade de abraçar, tocar, beijar, fazer elogios maliciosos, a criança diante do professor tá vulnerável, ele tem que manter uma postura de respeito, ninguém que tem uma filha quer que sua filha seja alisada, assediada pelo professor, se for verdade tem que ter uma punição que sirva de exemplo pra outros professores pedófilos que se aproveitam das suas alunas.

marisyla

Muito difícil ser professor hoje neste país. Um professor e nem uma professora não pode mais abraçar Lecionei neste Colégio até 2013 e só trago lembranças boas .Fico triste por ultimamente o Colégio ter sido transformado em palco de várias denúncias negativas que maculam a sua imagem. Amo meu Monteiro Lobato. Uma escola que chegava doente e saia sã!!

Roberto Mesquita

Em outra escola do município ocorreu um mesmo fato recentemente em q um grupo maior do q esse ainda de alunas também acusou um professor de assédio. Após apuração dos fatos ficou constatado q elas combinaram por Whatsapp uma vingança contra ele por terem sido rejeitadas, haja vista q o referido professor não quis aprová-las por serem analfabetas funcionais e viviam a se oferecerem pra ele, da mesma forma q fazem com os colegas integrantes de facções. As próprias mães tiveram q pedir desculpas ao professor e o caso caiu no esquecimento. Agora a mesma ladainha novamente. Quando aparecerem grávidas em casa, quero ver as mães das “inocentes” irem na casa dos chefões de CV e BDM reclamarem tbm. Tá osso viu!

jilvan rocha

tem que ser apurado este caso para que nao condenem uma pessoa inocente sabemos muito como andan as cabecas dos jovens de hoje em dia entao investiguem bem ouça testemunhas para xgar aos fatos reais

Marcelo Costa

Ta faltando um pai ou parente com vontade de resolver definitivo e tudo voltar à normalidade de antes.
Vamos aguardar a apuração dos fatos.

Anjo Caído

Tem que quebrar esse safado no pau !!!

Vergonha

Você é superior ao judiciário e a polícia?
Como você sabe se essa história dessas crianças são realmente verdade? Se não foi combinado para prejudicar o professor por elas serem reprovadas não provas?
Ninguém é culpado até que se prove o contrário com Fatos reais e verdade.

Rafaela veiga

Você tem provas? Ou é juiz? Deixe resolver da melhor forma, a Secretária Ananci é muito competente para resolver com as pessoas envolvidas.

Roberto Carlos

Falando merda seu arro mba do, tem apurar os fatos para não cometer injustiça. Já teve casos que o professor era inocente. Tem que ver isso aí.

Mauricio Silva

Pelo seu nome já diz tudo anjo caído deve ser o 😈 ,os fatos tem q ser apurado amigo, pra depois não ter julgado o cara inocente,como já aconteceu em alguns colégios aqui mesmo na Bahia

Mae se aluno

Espero que as autoridades tomem providências desse caso, além de mexer com o psicológico da adolescente mexe com a mente de todos os pais pois ngm tá em paz sabendo que tem um assediador perto da sua filha né