Feira de Santana

Município de Feira de Santana faz acordo para pagar quase R$100 milhões e abrir concurso

A mediação ocorreu na sala virtual de sessões do Juízo de Conciliação de Precatórios, no último dia 24 de maio, segundo dia da Semana Nacional de Conciliação Trabalhista

Sede da Prefeitura de Feira de Santana
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) homologou um acordo, no valor de quase R$ 100 milhões (R$ 97.562.753,09), entre o município de Feira de Santana e credores, com a definição de diversas estratégias para quitação de precatórios (dívidas de entes públicos) e o compromisso de abertura de concurso para servidores na Prefeitura. A mediação ocorreu na sala virtual de sessões do Juízo de Conciliação de Precatórios, no último dia 24 de maio, segundo dia da Semana Nacional de Conciliação Trabalhista, com a condução da juíza Karine Andrade, auxiliar do Juízo de Conciliação de Precatórios.

A magistrada ressaltou que o acordo foi fruto da campanha da Semana da Conciliação, que estimula a mudança da postura dos litigantes na busca pela solução consensual dos conflitos. Para ela, o bom resultado decorreu de um ajuste feito a muitas mãos, “com a fundamental contribuição do Ministério Público do Trabalho (MPT)”. “O trato previu a programação de cumprimento de obrigações de fazer com a finalidade da realização de concurso público para a admissão de servidores públicos, além da programação para pagamento dos precatórios pendentes, obedecendo à fila cronológica”, ressaltou.

“Entendo que o acordo favorece os credores dos precatórios, que têm a expectativa concreta de recebimento dos seus créditos. Também o município, porque terá a liberação do cadastro de inadimplentes junto ao Ministério da Economia (Siconv), e, principalmente, a sociedade feirense, que terá a abertura de concurso para contratação de servidores”, afirmou a juíza Karina Andrade.

Acordo
Durante a audiência, foi relatada a seguinte situação dos precatórios pendentes de pagamento pela entidade devedora: um precatório vencido no valor de R$ 92.631.939,30; dez precatórios com vencimento em 31/12/2022 no valor de R$ 987.501,21; e 32 precatórios com vencimento em 31/12/2023 no valor de R$ 3.943.312,52, totalizando uma dívida de R$ 97.562.753,09.

Para o pagamento do precatório vencido, o município autorizou os bloqueios mensais de 2% sobre a quota bruta do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a partir de junho de 2022 até dezembro de 2023, reajustando para 3% a partir de janeiro/2024.

Esses bloqueios perdurarão até a quitação do precatório, o que não substitui o cumprimento pelo município das determinações e penalidades contidas na decisão transitada em julgado na Ação Civil Pública 0052900-76.2009.5.05.0196. O crédito do precatório será objeto de negociação com o MPT após o cumprimento das obrigações de fazer, deduzindo-se o saldo da conta judicial vinculada ao feito.

Já para o pagamento dos demais processos, o município autorizou a liberação do saldo existente em conta judicial vinculada a este procedimento, além dos valores bloqueados de junho de 2022 até a quitação dos precatórios, com bloqueios mensais de 1,28% do FPM.

Serão repassados em favor dos precatórios conveniados os valores necessários ao cumprimento integral da dívida executada, incluindo todos os encargos devidos.

Na conciliação também ficou definido que a renegociação do passivo trabalhista do município já vencido, no valor de R$ 92.631.939,30, ficará condicionada à realização de concurso público para provimento de cargos de servidores em diversas áreas. Após a abertura do certamente, o montante será atualizado e posto em mesa de mediação com o TRT-5, Ministério Público e Município de Feira de Santana.

Balanço parcial

O balanço da Coordenadoria de Estatística e Pesquisa do TRT-5, atualizado até a última quinta-feira (26/5), revelou que a Justiça do Trabalho na Bahia já havia alcançado a marca de R$ 119.891.373,47 em 836 acordos celebrados durante a Semana Nacional da Conciliação Trabalhista. Além disso, até aquele momento as ações desenvolvidas em prol da conciliação tinham abrangido o total de 8.541 partes afetadas.

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