Feira de Santana

ll Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária celebra a produção do campo

O evento começa nesta terça-feira (23) na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar.

ll Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Durante a Semana do Agricultor, está sendo realizada em Feira de Santana a 2ª edição da Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária. O evento começa nesta terça-feira (23) e segue até a próxima quinta (25) na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar de Feira de Santana (Sintraf). Tem vendas com diversos produtos, mesas redondas e debates para celebrar a produção dos camponeses. 

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ll Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Lucivânia Gomes da Silva, secretária geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar de Feira de Santana, ressaltou importância da feira para economia solidária gerada entre os produtores da região. 

ll Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária
Lucivânia Gomes | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“É essa troca de produtos onde os próprios agricultores que vêm prestigiar o evento, eles mesmo compram um do outro, isso vai trazer uma geração de renda para as nossas agricultoras que o grande público aqui é mulher. Então, vai trazer uma renda, dignidade para essas mulheres do campo, a esperança de que elas podem sim trabalhar, produzir com dignidade no campo, trazer seus produtos para comercializar e dar esse empoderamento a essas mulheres”, destacou a sindicalista ao portal Acorda Cidade. 

Muita gente já conhece a Feira, que acontecem também todas as quinta-feiras no sindicato. São produtos para o lar, paisagismo, uma variedade de utensílios artesanais, além das deliciosas delícias direto da terra como os bolos, beijus, doces, verduras, legumes, entre tantos outros que estão à venda.

Para Lucivânia, fazer essa economia solidária girar significa levar os produtos do campo, saudáveis, sem agrotóxicos para a mesa e o lar de tantas pessoas, para além da comunidade. 

“O objetivo é que esses produtos não fiquem só aqui entre nós, mas que o comércio conheça a importância de uma alimentação saudável, sem agrotóxicos e que a gente consiga abranger outros espaços”. 

ll Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Ao longo da semana em homenagem ao Dia do Agricultor, dia 28 de julho, outras atividades devem acontecer para discutir o trabalho, o desenvolvimento e a atuação das pessoas que fazem a agricultura familiar acontecer na região de Feira de Santana. Temas ligados à saúde da mulher agricultora, economia solidária, alimentação entre outros também serão discutidos. 

O evento tem apoio da prefeitura e do Governo do Estado através de algumas secretarias, além de entidades como a Apaeb, o MOC (Movimento de Organização Comunitária) e a Rede de Produtoras, entre outras organizações. 

Tatiana Velloso foi uma das palestrantes desse primeiro dia. Ao Acorda Cidade ela explicou um pouco mais sobre o termo ‘Economia Solidária’, que vem transformando a forma de expansão da produção de agricultores no estado. 

A professora leciona na UFRB no curso de Educação no Campo, que estuda e trabalha toda a cadeia que compõe a produção da agricultura familiar. De acordo com ela, a Bahia é hoje o maior estado com número de agricultores. 

ll Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária
Tatiana Velloso | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Segundo os dados do IBGE 2017, do nosso censo agropecuário, cerca de 70% por cento do que cada brasileiro e brasileira consome vem da agricultura familiar. Então, é uma expressão importante economicamente no mundo rural também na relação campo e cidade exatamente por garantir o abastecimento dos alimentos e trazendo um tema importante que é a agroecologia, é um tema que a gente precisa compreender, inclusive, na relação com a natureza, até por conta das mudanças climáticas que nós temos sofrido ao longo dos anos”, explicou. 

ll Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Assim como a professora frisou, a agricultura familiar quebra barreiras do capitalismo, garante sustento, renda e geração de emprego para os trabalhadores do campo com responsabilidade, garantindo uma produção saudável, que conserve e preserve a natureza. 

Ela também ressaltou a importância do retorno do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, extinto no governo de Michel Temer em 2017. 

“O retorno desse ministério traz a centralidade das políticas públicas, estruturantes e fortalecimento de um segmento que para além de produzir para sua subsistência, mas como em importância no abastecimento de alimentos para nossa sociedade e trazendo a geração de trabalho e renda, trazendo também a discussão da agroecologia de alimentos saudáveis”. 

Esperando bastantes clientes, Maria Neusa Soares Coutinho trouxe seus bolos de puba, de aipim, doce de leite, empanada, empadas, café, geladão, tudo produzido por ela e as agricultoras da Associação Comunitária da Pedra Ferrada. Há 2 anos, elas participam das atividades do Sintraf.

ll Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária
Maria Neuza | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Esperamos uma boa vendagem, que fiquemos felizes, porque tem música, tem forró, tem samba de roda. E a gente aproveita, nos divertimos e vendemos também os nossos produtos da nossa agricultura familiar. Tudo feito na roça”, frisou. 

Da comunidade do Alecrim Miúdo, no distrito de Matinha, Janice Vitório Alves também participa pela segunda vez. Ela destacou que além de vender, vai aprender muito sobre o seu próprio trabalho. 

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Janice Vitório | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“A Feira que ajuda a comunidade, vou vender meus os produtos rurais e também entender mais as coisas, porque aqui tem palestra, tem várias coisas e é bom você participar porque você fica entendendo mais um pouquinho. Tem que participar para saber, porque vai mudando o sistema, tem que ficar atualizada das coisas”. 

Há 30 anos ela participa do Sintraf. Feijão, mandioca, aipim, abóbora, batata, cria galinha, pé de fruta, de tudo um pouco ela produz. Para finalizar, Janice contou como é viver da agricultura familiar. 

“É maravilhoso, você só come um produto original, sem agrotóxico, quando você planta na roça e colhe”.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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