Feira de Santana

Dia do pescador: João Dias diz que a categoria não tem apoio do poder público e enfrenta dificuldades

Ele ressalta que a maioria dos pescadores esportivos luta para defender o meio ambiente e diz que a categoria precisa de mais visibilidade.

29/06/2024 às 10h51, Por Daniela Cardoso

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Foto: Arquivo

Neste dia 29 de junho é comemorado o Dia do Pescador. Em Feira de Santana existe uma associação de pescadores no distrito João Durval Carneiro e também tem uma colônia de pescadores. De acordo com o ambientalista João Dias, as duas instituições têm pessoas que lutam em prol da categoria.

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Além de ambientalista, João Dias também é pescador. Ele afirmou ao Acorda Cidade que essa data é importante, mas que infelizmente a categoria não tem nada para comemorar. Segundo ele, faltam políticas de incentivo para os pescadores e também para proteção dos rios, lagoas e do meio ambiente.

“Não existe aqui em Feira de Santana políticas de incentivo. Aqui na cidade existe um recurso pago pelo Governo Federal por conta do Lago Pedra do Cavalo. Essa verba não é aplicada para benefício dos pescadores e dos rios da cidade”, afirmou.

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Foto: Arquivo

De acordo com João Dias, os pescadores passam por dificuldades com rios degradados e a maioria não tem garantia para receber benefícios sociais como Bolsa Família, Auxílio Doença e Auxílio Maternidade. Além disso, ele relata que os pescadores enfrentam muita dificuldade para se aposentarem.

“Em Feira de Santana a associação de pescadores precisou constituir um advogado permanente para tentar aposentar os pescadores, que são ignorados. Na época da covid, os pescadores passaram até fome e a prefeitura alegou que não tinha recurso para ajudar. Precisamos que o governo do estado e a prefeitura olhem para os pescadores, pois passamos por muitas dificuldades”, destacou.

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Foto: Arquivo

O ambientalista diz que já foi proposta a criação, dentro da Secretaria de Agricultura, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Rural, de uma diretoria de pesca para gerir recursos para que os pescadores possam trabalhar com orientação e educação ambiental mais efetiva, além de ajudar financeiramente a categoria.

“Houve essa proposta, mas não avançou. E não adianta criar leis novas, a gente precisa que a gestão municipal respeite os pescadores, dialogue para que juntos a gente possa buscar alternativas. A gente precisa de um território para os pescadores nas comunidades ao longo do Rio Jacuípe. A gente precisa que tenha a criação de políticas públicas, que olhem para os pescadores”, salientou.

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Foto: Arquivo

Segundo João Dias as lagoas de Feira que podem ter pescadores são as da zona rural, pois ainda não estão poluídas. As da zona urbana estão poluídas e os peixes não devem ser consumidos, com exceção da Lagoa do Geladinho. Ele ressalta que a maioria dos pescadores esportivos luta para defender o meio ambiente e diz que a categoria precisa de mais visibilidade.

“Os pescadores é uma classe que sofre muito. Somos invisíveis. Desde que o Brasil optou por uma matriz energética e hidráulica que é represar os rios, os pescadores foram muito prejudicados, pois os peixes sumiram dos rios. Eles precisam da correnteza para se reproduzirem. Além disso, os pescadores tiveram os territórios inundados e acabaram indo morar na cidade”, refletiu.

Seguro Defeso

O pescador João Dias ainda falou sobre o Seguro Defeso, que tem o objetivo de que as pessoas não pesquem durante um período para que o manancial possa se recuperar e o meio ambiente seja protegido. Durante o período sem pesca, os pescadores recebem um salário e o governo realiza fiscalização.

“O Lago Pedra do Cavalo já tem 38 anos e nunca foi colocado o Seguro Defeso. Existe a necessidade de se fazer um estudo no local, mas até o momento o recurso não chegou”, lamentou.

O Acorda Cidade entrou em contato com a prefeitura para saber sobre os investimentos e apoio para a categoria por parte do município e aguarda retorno.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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  1. A Prefeitura de Feira de Santana precisa perder o meso de buscar apoio em pesquisadores que atuam nas Universidades. A UEFS tem um Laboratório de Ictiologia e Pesca com diversos especialista em peixes que poderiam dar suporte ao que foi falado pelo ambientalista. Esse descaso com a Ciência é mais um motivo para defenestrar o grupo de Zé Ronaldo na próxima eleição.

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