Dia do Gari

Da necessidade a conquista: conheça histórias dos garis que encontraram na profissão um caminho para dias melhores

Ao Acorda Cidade, agentes de limpeza contaram suas histórias de dedicação ao trabalho e superação.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O dia 16 de maio é uma data focada em homenagear os garis, aqueles profissionais dedicados ao cuidado com as ruas, praças, praias e ajudam a manter os espaços limpos.

Mas, antes de entender melhor como funciona a rotina desses grandes profissionais, você saberia dizer de onde vem o termo ‘gari’? O termo surgiu em homenagem a um francês chamado Pedro Aleixo Gary.

Pedro Gary tornou-se conhecido por ser o fundador da primeira empresa de coleta de lixo no Rio de Janeiro, em 1976. E agora vamos conhecer a história de outros profissionais que cuidam das vias públicas de Feira de Santana.

Neuza dos Santos, de 43 anos, é natural de Feira de Santana e contou em entrevista ao Acorda Cidade que nasceu no bairro da Baraúna e trabalha como agente de limpeza há 16 anos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu estava desempregada na época, morando de aluguel, eu estava muito triste, porque o meu aluguel tinha vencido e eu não sabia como pagaria, aí um colega meu falou para eu ir na Sustentare e hoje estou aqui com duas casas, minha filha no colégio particular, hoje eu como o que eu quero, e o que eu quero na hora que quero”, abordou emocionada.

Neuza relembrou a sua história com muita emoção, ela que já passou por muitas necessidades analisa com muita gratidão tudo que alcançou por meio da sua profissão.

“Eu já passei muita necessidade e hoje não passo mais, hoje eu brincando com as minhas colegas, eu ‘tiro onda’, hoje o meu paladar escolhe o que comer, eu almoço em restaurante”, disse.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A maior dificuldade que a agente de limpeza já passou foi não ter o que comer, comentou.

“Já passei muita fome e hoje não, hoje eu almoço em restaurante, eu que escolho, só ando de Uber. A minha vida mudou muito, eu não sabia ler, agradeço a Sustentare porque sei ler. Tem uma projeto, chamado ‘Alfa Gari’ que ensina a gente muito bem, com três professoras. Tem seis meses o projeto e hoje já sei ler, antes só fazia assinar o nome”, contou.

A rotina de Neuza perpassa pelo trabalho e colégio. “De casa para o trabalho, umas 11h40 eu paro, tomo banho, almoço e vou para o colégio, às 16h16 eu saio do colégio”.

O maior sonho de Neuza é tirar a sua carteria de habilitação, porque o carro ela já tem.

“Eu sei dirigir, comprei o carro através da Sustentare. Se eu estivesse desempregada eu nem sei em que lugar eu estaria neste momento, porque o desemprego é doentio, a Sustentare pensa na gente em todos os momentos, na educação, no bom comportamento, temos médico, plano de saúde, dentistas, a Sustentare tem o maior carinho com seus funcionários”, assegurou.

Neuza relembrou que foi princesa na Micareta de Feira 2023 e destacou que não está na Sustentare à toa, a profissional afirmou que ainda chegará muito longe.

“A nossa profissão ainda está desvalorizada, no dia a dia tem muito preconceito, mas isso a gente tira de letra, porque em todo lugar vai ter”, ressaltou.

Neste Dia do Gari Neuza desejou um dia muito especial para todos os seus colegas. “Peço que vocês lutem, corram atrás, se querem um carro, uma bicicleta, uma Hilux, temos condições de ter”, concluiu.

Antônio Raimundo Oliveira da Silva, morador do bairro Asa Branca é natural de Santo Estevão e relatou que a falta de emprego o levou a encontrar uma direção profissional na empresa Sustentare.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Antes de entrar na empresa não sabia ler nem escrever, eu aprendi na empresa. Não leio muito, mas já consigo pegar um ônibus, me locomover na cidade, hoje se eu estiver no Tomba já sei pegar um ônibus para a Asa Branca, antes eu fingia, pedia ajuda as pessoas, dizia que tinha esquecido os óculos, ou então eu ia a pé. Hoje minha vida mudou muito”, relembrou.

Antônio é casado e tem uma filha de 20 anos. “Antes eu exercia a função de ajudante de pedreiro, ajudante de cozinha, limpava passeios quando eu achava, vendia picolé, vendia pão, eu já vendi verduras na Cidade Nova e hoje eu tenho orgulho da minha profissão. Graças a Deus, eu tenho a minha casa ali no Sítio Novo, a minha filha está concluindo a faculdade, hoje ela já trabalha, e ajudo ela de um lado e ela me ajuda de outro”, frisou.

O agente de limpeza natural de Candeias, Bahia, Fernado Bezerra Silva, conhecido também como Verinha, de 75 anos, mora em Feira de Santana há 60 anos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu sonhei que estava varrendo o céu, aí eu queria entender esse sonho. Mas eu também tinha vontade de ser gari, limpar a cidade, aí eu realizei esse sonho. Eu trabalho a partir das 6h e depois vou para casa, tomar conta da minha irmã, que é doente”.

Após começar trabalhar como agente de limpeza, há 15 anos na Sustentare, Fernando compartilhou que a sua relação com as pessoas mudou muito.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“As pessoas me deram mais valor, foi ótimo. Eu tenho muitos anos nessa profissão e cheguei a participar da Micareta, fui a rainha dos garis, eu me senti feliz, para mim foi um sonho, foi como se eu estivesse fazendo teatro, eu sempre quis, adoro teatro. E me sinto muito satisfeita de estar hoje nesta empresa, essa empresa é muito maravilhosa”, celebrou Verinha.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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