Após uma pequena trégua das fortes chuvas que caíram no início da tarde de ontem (20) em Feira de Santana, muitos moradores aproveitaram a manhã desta quarta-feira (21) para tentar reorganizar o que foi afetado.
A Rua Maria Joana, localizada no bairro Mangabeira teve o calçamento completamente destruído e não há possibilidade de passar nenhum tipo de veículo. A via, é bastante utilizada como alternativa para quem trafega pela Rua Tupinambás e deseja ter acesso à Avenida Iguatemi ou Ayrton Sena.
Moradora do bairro há 30 anos, Luciana Alves contou a reportagem do Acorda Cidade que desde as chuvas que caíram no final do mês de janeiro, muitos moradores tiveram as residências atingidas.
“Eu moro aqui há 30 anos e nunca vi algo acontecer desta forma. De repente, foi uma chuva tão forte que deu que caiu tudo, começaram a formar os buracos, as casas foram invadidas, essa cratera abriu aqui no meio, algumas árvores caíram, os quintais das casas ficaram alagados e não temos para onde ir. Ontem a equipe do Corpo de Bombeiros esteve aqui, mas eu vou para onde? Não tenho para onde ir, tenho que ficar dentro da minha casa. Eles disseram que eu tinha que sair, minha casa está condenada, mas eu não tenho onde ficar”, afirmou.
De acordo com a moradora, após reformas na rede, a passagem de água ficou menor.
“Colocaram as bocas menores das manilhas, então toda a água que vem de tudo que é canto, não tem acesso. Então como a manilha é pequena, a tendência é sangrar e todas as casas sofrem com isso. A minha casa mesmo já está sem nada. Nós nos unimos hoje aqui para tentar abrir mais, melhorar o acesso da água, porque todas as casas estão alagadas, estamos pedindo socorro. Eu perdi minha cama, sofá, já tem um buraco dentro da casa, o chão está fofo, somos seres humanos, precisamos que alguém tome providências. Essa rua aqui, servia quando a Tupinambás estava com problema, mas agora não serve mais”, lamentou.
Nascido e criado no bairro, Aguinaldo Paixão também lamentou os prejuízos causados pela chuva. Segundo ele, a prefeitura não realizava manutenções.
“Esse volume de água também é causado pelas construções aqui do perímetro voltado para o Feira VI. São muitas construções e colocaram para desaguar tudo na lagoa, mas a lagoa nunca teve manutenção, que é a Lagoa Chico Maia. Foram realizadas construções na borda da lagoa, mas a prefeitura nunca deu atenção. A rede de esgoto é muito antiga, o pessoal sempre reclamou, sempre pediu ajuda da prefeitura, mas sempre aquela conversa de que vão vir, mas nunca vieram. A população que mora aqui, hoje está desabrigada, não veio nenhum órgão público assistir os moradores. Ontem o prefeito reuniu 11 órgãos, ele postou nas redes sociais, mas a fome não espera, o frio não espera, a população necessita de apoio. Minha casa graças a Deus não foi tão atingida, mas estou aqui ajudando os moradores que são meus vizinhos, são pessoas que precisam de suporte”, concluiu.
A reportagem do Acorda Cidade irá solicitar um retorno da Superintendência de Operações e Manutenção (Soma).
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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