Na manhã do último sábado (10), uma van que faz parte da Cooperativa de Transportes Alternativos de Passageiros da Bahia (Cootafalg) se envolveu em um acidente na Avenida de Canal, próximo ao Terminal de Transbordo Central em Feira de Santana.
O veículo atropelou e matou a condutora de uma motocicleta, Karine Cordeiro da Silva, 33 anos. O condutor evadiu-se do local, e segundo populares, havia garrafas de cerveja dentro do carro.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o secretário de Transporte e Trânsito, Saulo Figueiredo, relembrou que o município está impossibilitado de fiscalizar a cooperativa, como também apreender os veículos.
“Esta van é do transporte clandestino, essa cooperativa chegou aqui em nossa cidade em setembro de 2019, através de uma decisão judicial, foi uma chegada contra a vontade da prefeitura e o juiz determinou que o município não poderia fiscalizar porque a lei era inconstitucional. No último levantamento que fizemos, tinha aproximadamente 150 carros, mas por conta dessas limitações impostas pelas autoridades competentes, o município não tem mais um controle sobre isso. Se esta tragédia tivesse acontecido com um veículo do sistema regular do município, tenho certeza que neste momento, tanto a cabeça do secretário quanto do prefeito teriam rolado na guilhotina”, informou.
De acordo com o secretário, os condutores trafegam utilizando uma liminar afirmando que a lei de fiscalização é ilegal.
“Eles atuam com uma liminar da mesma forma que o clandestino. Por muitas vezes nós fizemos apreensões, porém o poder judiciário vai e solta. Essa liminar diz que a lei é inconstitucional, é um entendimento jurídico, e na semana passada, por exemplo, nós tivemos um Fórum realizado aqui em Feira, e colegas nos mostraram que existem as milícias, existem as ligações destes transportes com o tráfico de drogas. O problema do transporte clandestino não é só do município, desta vez agora que envolveu vida humana, precisa ser apurado com a Polícia Civil também”, informou.
Ainda segundo o secretário, será necessária uma perícia no veículo para constatar se realmente faltou freio.
“Segundo relatos, o veículo perdeu o freio, então para a gente realmente confirmar isso, a perícia do Departamento de Polícia Técnica irá investigar. Eu também vi relatos que tinha garrafas de bebidas dentro do carro, e só mesmo a Polícia Civil irá dizer. Ainda no dia de hoje, terei uma reunião com o CPRL, porque nós não conseguimos fazer o nossa papel de fiscalizador, se não tiver a presença da PM. Já houve casos deles conseguirem tirar os carros de cima do guincho, então é uma recomendação do próprio Ministério Público que precisa ser revista”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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