Na manhã desta quinta-feira (30), o secretário estadual de administração penitenciária e ressocialização, José Antônio Maia Gonçalves esteve no Conjunto Penal de Feira de Santana acompanhado de outras autoridades do governo para inaugurar o espaço de conforto, cozinha e refeitório dos servidores, e assinar a ordem de serviço para adequações na segurança do módulo do Siscopen e do Galpão Laboral para os internos.
O Galpão Laboral consiste em uma iniciativa para a ressocialização dos internos e contará com atividades de suinocultura e horticultura.
De acordo com o secretário, o projeto irá beneficiar os internos de forma que a partir do trabalho nas atividades oferecidas, terão suas penas reduzidas. Ele frisou também que além deste projeto de trabalho, há o projeto de leitura e ambos colaboram para a remissão de pena.
“Visam a ressocialização e a reinserção dos internos na sociedade que é um dos nortes da Lei de Execuções Penais. A iniciativa veio do diretor da unidade, José de Freitas Júnior, que nos apresentou este projeto e nós sempre estamos abertos a apoiar todos os projetos que visem a ressocialização”, destacou.
Segundo o secretário, a atividade de suinocultura no Galpão Laboral consistirá na engorda dos animais e venda, sendo o dinheiro arrecadado revertido para melhorias no sistema penitenciário.
Esteve presente também nesta manhã, o deputado Zé Neto, que destacou a importância de humanizar as condições de trabalho para quem trabalha no presídio, dando mais conforto aos servidores.
“Foi inaugurado um espaço de refeição com cozinha, dando mais conforto aos servidores. E também tivemos o anúncio de ordem de serviço para construir galpão de trabalho para internos e adequação da segurança. O secretário veio a Feira de Santana e trouxe essas notícias importantes sobre humanizar e melhorar as condições de trabalho para os detentos também”, abordou.
Além disso, Zé Neto falou em entrevista ao Acorda Cidade sobre as penas alternativas.
“Eu acho que tem que melhorar as penas alternativas, e eu tenho defendido isso, não só a nível estadual como a nível nacional. No meu ponto de vista a gente pode melhorar as penas alternativas. E há uma pesquisa que mostra que há uma eficiência em penas alternativas. Uma pessoa presa por um crime de baixa gravidade, quando está presa com uma pessoa de alta periculosidade, é óbvio que essa pessoa vai sair com mais problema do que quando entrou. Então a melhoria das condições pode recuperar e dar melhores condições para os nossos presidiários que são parte da sociedade. Eu lembro de um colega meu que dizia que ‘a sociedade cria monstros e feras e depois não sabe com eles conviver’. Acho que a sociedade não tem que ficar criando monstros e feras, tem que entender que é possível ressocializar e cuidar com mais humanização e é possível evitarmos mais crimes à medida que olhamos para a sociedade com um olhar mais acolhedor”, frisou.
O policial penal Danilo Calmon, que é um dos coordenadores das atividades de suinocultura e horticultura realizadas pelo Galpão Laboral, explicou mais detalhes da ação.
Ele salientou que o projeto busca colaborar com a ressocialização dos internos através do trabalho e a ideia é que além da venda dos animais e de ter recursos voltados para melhoria na unidade penal, a ideia futuramente é que o projeto tenha uma maior produção a nível de colaborar com ações sociais, como o apoio a instituições assistenciais e também o Programa Bahia Sem Fome que foi lançado na última semana pelo governador Jerônimo Rodrigues.
“Esse projeto é coordenado pelos servidores e conta com a mão de obra dos internos que terão a remissão da pena. Temos aqui o plantio de coentro, cebolinha, beterraba, cenoura, abóbora e várias hortaliças. Inicialmente temos nove animais que são alimentados pelo aproveitamento dos resíduos da alimentação dos cerca de 1.800 internos e também adicional de suplementos como milho e soja que são adquiridos pela unidade”, detalhou.
O arcebispo de Feira de Santana, Dom Zanoni de Castro também esteve presente na inauguração do Galpão Laboral e frisou sobre a importância da ressocialização e o papel da igreja nesse trabalho.
“É uma maneira de manifestar a dignidade de todo ser humano e o critério de salvação cristã passa necessariamente com essa preocupação. Não é algo estranho, a fé faz e faz parte dessa compreensão. Estamos dispostos a colaborar com esse trabalho, estamos desde o primeiro momento no empenho com a pastoral carcerária, visitando as pessoas, compreendendo a necessidade de que todo o trabalho carece da nossa presença e da nossa ação pioneira”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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