As crianças são seres humanos em fase de desenvolvimento constante que necessitam de estímulos para aprender a viver e conviver com o mundo à sua volta. No caso do pequeno Rael da Silva, de dois anos, esse crescimento é considerado muito acima da média com as habilidades que o garoto já desenvolveu. Ele é uma criança superdotada.
O Acorda Cidade conversou com os pais de Rael, Vanilde Silva de Araújo Reis e Ramon de Araújo Reis para conhecer mais detalhes sobre o pequeno, sua rotina e as suas habilidades de superdotação.
Com um ano e quatro meses, Vanilde percebeu os primeiros sinais da superdotação do filho, quando ele demonstrou muita facilidade com letras, números, geometrias, algo que ela considerou incomum para sua idade.
“A gente começa a perceber que é incomum, uma criança com um ano e quatro meses, saber tudo isso. Eu procurei investigar, ele começou a demonstrar a leitura muito fácil, com propagandas na cidade, visualmente falando. E aí começou a ler no carro. Os primeiros sinais iniciais. Ele começou a ler as propagandas de dentro do carro, na cadeirinha. E aí, certo dia, ele leu uma palavra completa e eu achei estranho”.
Neste momento, Vanilde pensou que o filho poderia ter o Transtorno do Espectro Autista, já que crianças com essa condição, também podem desenvolver uma leitura muito precoce, mas não foi o caso.
“Geralmente, o professor sabe algumas características que não é somente do superdotado, mas algumas crianças com autismo também desenvolvem essa leitura precoce, então eu sabia que talvez se fosse um autismo, o que no caso não se confirmou, mas se fosse eu queria intervir precocemente também até para dar a oportunidade dele se desenvolver de uma forma mais tranquila”, disse.
Além de ser mãe do Rael, Vanilde é professora. Nos momentos iniciais que percebeu o desenvolvimento do filho, procurou imediatamente entender o que aquela inteligência precoce significava e acabou descobrindo que Rael era superdotado e pode aumentar ainda mais o seu QI, (Quociente de Inteligência).
“Não é somente a avaliação de QI, mas também a memória, o aprendizado rápido. Eu tomei um susto pelo QI ser tão elevado para essa idade. Como deu 122 e só faltou 8 para entrar na superdotação e ele não podia fazer os testes verbais, eu acabei me assustando um pouquinho, porque realmente talvez ele entre”, revelou.
Ela também comentou sobre a responsabilidade de ser mãe de uma criança superdotada. É preciso continuar estimulando o seu crescimento, em todas as áreas, e isso tudo, sem afetar a condição de que Rael ainda é um bebê, uma criança.
“Existem as dores, as alegrias e as mazelas de ser uma mãe de uma criança superdotada, porque cognitivamente Rael é muito bom, tem uma memória, um aprendizado de uma criança de 6 anos, 5 anos, 7, mas ele é um bebê, ele é um menino de 2 anos ainda, vai completar 3 ainda, porque os testes só puderam ser feito com 2 anos e meio. E existe uma dificuldade muito grande com relação a isso para trabalhar a parte emocional dele”.
Além de ler, o pequeno Rael sabe falar e entender em inglês. O que a mãe não esperava é que nesta idade, ele também já tenha o desejo e a familiaridade em aprender outros idiomas.
“Porque quando a gente coloca ele para assistir algum desenho, ele pede para trocar. Pede uma língua que eu não conheço. É uma língua russa, ucraniana. Passava um alfabeto, assim, e ele tinha muita facilidade. E eu já conversei também com a professora dele para gente não incentivar essa parte, porque talvez ele tenha uma dificuldade de comunicação misturando todas essas línguas, mas ele tem uma facilidade muito grande com línguas também”, explicou Vanilde.
Segundo o pai de Rael, ele entrou na escola no meio do ano assim que completou dois anos. A escola trouxe uma proposta de aprender os idiomas e logo o pequeno desenvolveu novas habilidades, que muitos demoram anos para dominar.
“A gente percebeu esse avanço dele e optou por não esperar o ano terminar e assim que ele completou dois, a gente colocou na escola. A escola veio com uma proposta bilíngue, aí ele logo estava falando números em inglês, até 20, 30, as cores ele conhece todas em inglês, coisa que a gente, nossa geração humilde do interior, veio saber o que era Verbo To Be com 15 anos. É divertido”.
Desde o descobrimento da superdotação, Rael faz acompanhamento com a neuropsicóloga. Seus pais o matricularam na escola, a fim de estimular sua interação social e entender a superdotação ou se era um caso de autismo. Após as investigações, foi confirmado a superdotação, tanto que, a médica que acompanha o pequeno, deve indicar ele para entrar para o Mensa, associação internacional que rastreia os maiores QI do mundo.
“Depois dessas investigações todas, descobriu que ele era superdotado e a neuropsicóloga que acompanha ele também faz parte de uma sociedade de alto-QI e já mencionou para gente também que pretende indicar ele para a Mensa, uma sociedade internacional, mas isso é ela que vai fazer, vai nos orientar também como fazer isso”.
A rotina do pequeno Rael é como de uma criança que está iniciando na educação infantil. Tem espaço para estudar, desenvolver as atividades, mas também muito espaço para brincar e para tirar uma sonequinha.
“A rotina é assim, ele vai para a escola, ele volta, ele dorme, brinca à tarde, ele, geralmente, a gente deixa para fazer atividade da escola umas 6 horas, porque ele está um pouquinho mais tranquilo para fazer e depois ele descansa um pouquinho, dorme como uma criança normal, faz tudo, brinca, pula”, disse Vanilde.
Na escola, ele também se diverte bastante. Segundo Vanilde, uma das suas disciplinas favoritas é a de música, que pode tocar vários instrumentos, deixando as pessoas de “queixo caído”.
“A gente disse que ele tem um ouvido instrumental porque ele identifica as diferenças de xilofone para metalofone com muita facilidade. Ele gosta de violão, ele gosta de piano, gosta muito de violino, mas ele não sabe tocar violino ainda, até porque a mãozinha não alcança direito, mas ele adora rock. Diz que está pegando as vassouras aqui de casa e diz que tá tocando rock”, revelou a mãe.
Ramon, pai do pequeno Rael, explicou que a rotina da família é muito comum a de outras famílias, mesmo tendo o filho superdotado. É ‘puxado’, porque crianças são agitadas e possuem muita energia para gastar.
“É um dia agitado, o menino não para, a gente tem que ficar correndo atrás, mas muita energia, criatividade, é um dia a dia tranquilo como o de toda a família, com esse plus, de ter um menino com a mente também agitada, curioso, que precisa ver coisas e ter coisas respondidas o tempo todo. Então a gente vive em função disso”.
Para Ramon, a superdotação do filho traz muita alegria e diversão para o dia a dia dos pais, afinal, eles não esperam muitas habilidades de uma criança de dois anos e o tempo todo, Rael acaba surpreendendo a todos.
“A gente se diverte muito. É muito divertido, porque do nada a Rael solta uma sacada sobre o site, uma coisa que a gente se espanta, não esperava que ele já soubesse. Recentemente ele está vidrado em placa e marca de carro. Então a gente, pela cidade, no trânsito, passa um carro do lado dele, lá do fundo do carro, grita, marca tal, então, é uma alegria, é divertido”.
A vida do pequeno Rael segue parecendo que ele está adiantado em algumas atividades, mas a verdade é que o pequeno continua sendo uma criança alegre, forte e feliz que consegue fazer tudo que ele tem direito, já que ele consegue. Sua mãe trabalha para que ele viva bem, sem se sobrecarregar, para que essas boas descobertas se tornem sempre algo melhor para ele, sem pesar o seu caminho.
“Eu só quero que ele seja feliz, que a trajetória dele educacional seja fácil, que essas oportunidades que ele venha a ter, com relação a essa inteligência que ele tem a mais, seja de uma forma tranquila também, nada que seja puxado, que sobrecarregue ele, mas eu quero que ele tenha uma trajetória feliz e de oportunidades, porque é isso que os pais esperam. Eu não entendia quando o meu pai falava assim, eu quero te dar estudo, porque é a única coisa que eu tenho para dar, e hoje eu entendo, eu só quero dar estudo para o meu filho e orientá-lo da melhor forma”, acrescentou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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