Ação conjunta

Chuvas: secretários estaduais se reúnem com prefeito de Feira de Santana e definem ações para amenizar e prevenir danos

Apesar do rebaixamento das águas e da normalização de alguns pontos de alagamento, ainda persistem situações que exigem intervenção.

Associação Comunitária do conjunto Feira VII.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Os secretários estaduais de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, e de Assistência e Desenvolvimento Social, Fabya Reis, se reuniram, na tarde desta quarta-feira (31), com o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins Filho, e representantes da prefeitura para firmar apoio ao município após fortes chuvas que caíram no último fim de semana.

Na oportunidade eles trataram sobre e ações emergenciais que serão realizadas pelo Governo do Estado, em apoio ao município. Segundo o governo, cerca de 1.300 pessoas foram afetadas e estão desalojadas ou desabrigadas.

Foto: Matheus Landim/GOV-BA

O encontro ocorreu um dia após o governador Jerônimo Rodrigues se reunir de forma online com prefeitos de várias cidades atingidas (saiba mais aqui).

A ação conjunta entre estado e município visa mitigar os danos causados pelo temporal e prevenir futuras ocorrências. Nesta quinta-feira os secretários também estiveram na Associação Comunitária do conjunto Feira VII.

O secretário de Desenvolvimento Social, Felipe Freitas, informou ao Acorda Cidade que o prefeito Colbert Filho apresentou as demandas locais, a visita dele e da secretária Fábya foi um pedido do governador para ver a situação de perto.

secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“O governador ontem fez um chamamento aos prefeitos, o prefeito Colbert Filho participou dessa reunião, assim como os outros prefeitos, e apresentou as demandas do município. O governador determinou que eu e a secretária Fábia viéssemos aqui hoje em Feira de Santana para verificar in loco a situação e para manifestar a prefeitura e o poder público local, a nossa absoluta disposição de contribuir com tudo que o governo do estado possa contribuir para minorar as perdas das pessoas e para que a gente possa daqui para frente ir adotando as medidas possíveis para evitar que nas próximas chuvas a gente tenha novos prejuízos, novos danos ao mobiliário urbano e, sobretudo, à vida e à integridade das pessoas”, afirmou.

O acompanhamento e apoio direto às comunidades afetadas também foram enfatizados, com especial atenção para a distribuição de medicamentos e o reforço das equipes de vigilância sanitária.

“A parceria com o município se dá, sobretudo, através do sistema único da assistência social para o apoio às pessoas, sempre com o repasse dos recursos, dos insumos para serem distribuídos pela prefeitura. O governo do estado acompanha, apoia, facilita, aproxima com as pessoas dos bairros, mas o papel dessa distribuição é da prefeitura. A gente faz o repasse, mas a distribuição é sempre da prefeitura”, disse.

chuva, bairro Mangabeira
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Freitas destacou também que ouviu outras demandas do prefeito sobre o que pode ser feito.

“O prefeito falou, por exemplo, da necessidade de maquinário, de retroescavadeiras maiores, porque o número das que a prefeitura tem não são suficientes, precisa de mais caçamba. Mas vamos ver de que modo a gente consegue emprestar esses equipamentos para a prefeitura, porque tem lagoa, tem espaço que foi danificado, então, a gente tem tudo isso, que a partir de amanhã vai acontecer.”

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Foto: Enviada via WhatsApp

Diante da possibilidade de novas chuvas, o secretário enfatizou a importância de um acompanhamento permanente da situação e do apoio contínuo às prefeituras, visando minimizar os impactos e garantir a segurança e integridade da população.

“Há uma demanda também de medicamentos, que foi apresentada pela prefeitura e a Secretária Roberta já assegurou que vai enviar tudo o quanto a gente consiga nos nossos estoques. Tem também uma demanda de vigilância sanitária, porque com as águas que passaram nas casas, a gente tem a proliferação de certas doenças, então as equipes de vigilância precisam reforçar nessas regiões, para que a gente não tenha o agravamento de certas doenças, que são infectocontagiosas, e que podem gerar prejuízos, dano para a vida das pessoas. E isso está sendo feito com o apoio das equipes do município, concluiu.

O prefeito de Feira de Santana, Colbert Filho, destacou o que foi abordado na reunião. “Discutimos do ponto de vista mais humanitário como as dificuldades das pessoas com alimentação, com abastecimento de água, casas que se racharam, cisternas que entupiram, enfim. Hoje aqui nós estamos integrando atividades para que a gente possa responder melhor juntamente com o Estado, com a Defesa Civil Estadual, como também na busca que a gente precisa com o que vem do Governo Federal”, afirmou o prefeito ao Acorda Cidade.

Reunião com Comitê
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Colbert destacou que, apesar da intensidade das chuvas, Feira de Santana não registrou quedas de casas nem mortes. No entanto, houve perdas materiais significativas, com pessoas perdendo camas, colchões e eletrodomésticos. O prefeito expressou gratidão pela ausência de fatalidades, ressaltando que outras comunidades enfrentaram situações ainda mais desafiadoras.

Em relação ao apoio do Governo do Estado, Colbert enfatizou a presença e a prontidão em atender às solicitações do município. Ele mencionou a necessidade de maquinários específicos para lidar com as lagoas transbordadas na cidade, ressaltando que as ações da assistência social municipal estão sendo complementadas pelo Estado.

“O que a prefeitura de Feira espera do Governo do Estado, o Estado já está fazendo. Com certa presença, as solicitações foram atendidas, pedimos maquinários para trabalhar especificamente nas lagoas. Nós temos uma cidade muito rodeada de lagoas, essas lagoas transbordaram. E o mais é o que a gente pode fazer, o que a assistência social nossa pode fazer, está fazendo e o que não pode fazer vai ser complementado pelo Estado”, disse.

Edmilson Souza, morador da Rua Adriano Araújo da Silva, no Panorama, acompanhou a visita dos secretários e contou sobre os problemas que está passando desde que teve a casa invadida pela água.

Morador Edmilson | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu perdi guarda-roupa, perdi cama, geladeira, fogão, ferroelétrico, meu carro entrou água, levei hoje para fazer a desmontagem do carro, a moto entrou água. Então eu terminei perdendo tudo. Lá em minha casa só ficou mesmo as paredes. Mais nada, tô dormindo no chão. A situação é essa. Na minha casa moram quatro pessoas. A chuva caiu na quinta, sexta e sábado, foi de repente, não deu pra você salvar nada. Coloco o colchão no chão e durmo. O colchão deu pra poder salvar porque é leve. Deu pra pegar e colocar no alto. Mas as outras coisas eu não tive tempo de pegar nada”, lamentou.

Ele informou que trabalha e que por isso a situação não é pior, contudo, ele disse que conhece pessoas que não tem nem comida.

“A minha situação ainda está legal, porque eu trabalho. E tem pessoas que não trabalham e estão passando dificuldades. Não tem comida. A gente está dando comidas, roupa, sandália, sapato. Então a gente quer que as pessoas também se comovam com essa situação e venham ajudar a galera que está necessitando muito. Então a situação é triste, é uma situação de calamidade pública”, disse.



secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Fabya Reis
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Fabya Reis, enfatizou em entrevista ao Acorda Cidade, que as equipes multidisciplinares têm acompanhado a situação, em estreita colaboração com as autoridades locais e outros órgãos estaduais. A mobilização intersetorial visa levar suporte às pessoas afetadas, atuando de forma integrada e sistêmica.

“Estamos acompanhando o evento desde o início através da nossas equipes da assistência social, em diálogo também com a equipe da assistência social local de Feira de Santana, levantando os números como tem sido a orientação do nosso governador Jerônimo, em conjunto com o secretário Filipe, com a nossa Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, e a Secretaria de Saúde. É uma mobilização intersetorial para que a gente leve o apoio às pessoas aqui do município de Feira de Santana e atuando de maneira sistêmica”, informou.

Segundo ela, apesar do rebaixamento das águas e da normalização de alguns pontos de alagamento, ainda persistem situações que exigem intervenção imediata, como a desobstrução de áreas e o acesso a comunidades periurbanas e rurais.

“A gente já tem uma boa repercussão em termos de rebaixamento das águas, então as coisas começam a voltar na normalidade em relação aos pontos de alagamento, mas ainda persistem algumas situações que requererão, por exemplo, providência de desobstruir áreas, enfim, acessos às comunidades, sobretudo as comunidades periurbanas e rurais, mas também é uma continuidade em amparar e assistir as pessoas que foram diretamente impactadas. Algumas, eventualmente, que não podem retornar imediatamente às suas casas, outras que estão sendo assistidas também pela assistência social municipal e conosco do Governo do Estado”, disse.

A secretária destacou a importância do levantamento de informações para viabilizar repasses financeiros e recursos materiais às prefeituras, visando aluguel social, distribuição de itens de primeira necessidade e apoio à infraestrutura de alojamentos. Para agilizar esses procedimentos, foi solicitada a declaração oficial de estado de emergência pelos municípios afetados.

Os bombeiros desempenham um papel fundamental nesse cenário, mantendo contato direto com as autoridades locais e monitorando continuamente a situação.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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