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Cadê a touquinha, menina? Influenciador relata vivência como mototaxista de aplicativo nas ruas de Feira de Santana

O influenciador é natural de Queimadas e mora em Feira de Santana desde 2016.

Márcio Pereira - Influenciador - Mototaxista - aplicativo - Foto - Ed Santos - Acorda Cidade (1)
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Márcio Pereira Nascimento, um influenciador digital de 28 anos, encontrou nas ruas de Feira de Santana não apenas um novo lar, mas também uma plataforma para sua carreira. Natural de Queimadas, Bahia, Márcio chegou à cidade em 2016 com o objetivo de obter uma habilitação, mas acabou se apaixonando pelo local e decidiu ficar.

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“Eu vim só para tirar uma habilitação, o meu ex-patrão me trouxe e fiquei, gostei da cidade”, relatou Márcio, que tem quatro irmãos, é casado e possui um filho de dois meses.

Márcio Pereira - Influenciador - Mototaxista - aplicativo - Foto - Ed Santos - Acorda Cidade (1)
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Sua história é marcada por dificuldades na zona rural de Queimadas, onde cresceu com poucos recursos.

“Passei muita dificuldade na vida lá na roça. Não tinha muito o que comer, morava na zona rural do município de Queimadas e não tínhamos muitas condições. Mas meu pai sempre me ensinou a trabalhar e lutar dignamente e hoje, graças a Deus, já tenho condições”, relembrou Márcio.

O que mais cativou o mototaxista em Feira de Santana foram as pessoas. “As pessoas me abraçaram. Comecei a trabalhar como office boy em uma imobiliária e foi quando surgiu a ideia de começar a fazer vídeos”, contou.

Márcio sonhava em ser youtuber, mas sua jornada nas redes sociais começou de uma maneira inusitada enquanto trabalhava como entregador de iFood.

Márcio Pereira - Influenciador - Mototaxista - aplicativo - Foto - Ed Santos - Acorda Cidade (1)
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Comecei a gravar vídeos fazendo entregas de bicicleta. Eu tive a ideia de comprar um capacete. Levei para uma passageira e, quando ela colocou o capacete com o cabelo todo molhado, eu não gostei, mas não falei nada. A partir daí comprei uma touquinha para dar às pessoas de graça. Muitas mulheres recusavam, quem mais usava era homem careca. Aí eu falei: ‘Moça, bota a toquinha aí’. Elas diziam: ‘Não, não precisa’. Então eu brincava: ‘Rapaz, tem piolho’. Aí as mulheres começaram a pedir. Comecei a gravar e viralizou”, relembrou.

Márcio sempre obtém autorização antes de postar seus vídeos. “Todos os vídeos que eu posto eu tenho autorização. Pergunto se já viram o vídeo do Motoboy que fala que tem piolho no capacete, o da touquinha. Aí se ela falam que não, eu mostro o vídeo, apresento o meu perfil e, no final, pergunto se posso postar. Algumas autorizam, outras não, e tem umas que pedem para tirar depois por causa do marido ou namorado”, explicou.

Márcio destacou ao Acorda Cidade que as brincadeiras nos seus vídeos são cuidadosamente escolhidas para não prejudicar os passageiros e evitar qualquer tipo de assédio.

“Tem que ser uma brincadeira que não prejudica os passageiros. Tomar cuidado com assédio, porque hoje em dia tudo é assédio. Então eu pensei na brincadeira do ‘capacete com piolho’ ou então dar um presente, mas sem intenção de querer algo em troca.”

Márcio começou no YouTube e depois migrou para o TikTok e Instagram. Hoje, ele possui parcerias com plataformas de vídeo como TikTok, YouTube e Facebook, além de um contrato com a Motoclube Honda.

“No mínimo, meus vídeos possuem 100 mil visualizações, no máximo 7 milhões. Tenho uma página com 23 milhões de visualizações só no TikTok. Saí do emprego para ser entregador de bicicleta do iFood e comecei a gravar vídeos para o YouTube, e isso me deu retorno. Desde 2019 eu pago aluguel do condomínio fechado que moro e hoje sustento minha família fazendo esse tipo de serviço.”

Márcio Pereira - Influenciador - Mototaxista - aplicativo - Foto - Ed Santos - Acorda Cidade (1)
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Rotina e desafios

A rotina do influeciador da ‘touquinha’ começa cedo, por volta das 5h, no entanto o mototaxista relatou que atualmente só realiza corridas para fazer vídeos para seus canais de divulgação nas redes sociais.

“Na verdade, rodo só para fazer vídeos, a maioria das vezes que carrego os passageiros é de graça. Se o passageiro for educado, me der bom dia, perguntar como estou, eu levo de graça. Porque tem passageiro que nem bom dia dá. A maioria dos meus vídeos é feito com mulheres, porque os homens não têm muita reação nas pegadinhas. As mulheres se assustam logo”, revelou Márcio.

O mototaxista contou ao Acorda Cidade que utiliza uma CG 160 2018 para suas filmagens e seu vídeo mais viralizado foi gravado com uma Shinerai no Conjunto Feira X.

“Uma vez, uma mulher olhou para minha moto e falou: ‘O que é isso, garoto? Eu vou nisso?’ Liguei a câmera e a moça disse: ‘Eu peço uma moto e vem a metade’. A moto era uma cinquentinha, metade de uma moto e um cara dos Estados Unidos chamado Neval viu esse vídeo e me deu uma moto. Ele mandou escolher a moto e pediu o Pix. Só acreditei quando o dinheiro caiu na conta,” relatou.

Apesar do sucesso nas redes sociais, Márcio também enfrenta desafios diários no trânsito e com a atitude de alguns passageiros. “O trânsito é complicado além da ignorância de alguns passageiros. Tem passageiro que nem olha para sua cara, não dá bom dia, não dá boa tarde”, destacou.

Os sonhos de Márcio são muitos. Ele quer ter sua casa própria, um carro, viajar e proporcionar melhores condições para sua família em Queimadas.

“Esse é o meu objetivo, trazer alegria às pessoas e ajudar quem precisa. Hoje estou satisfeito com o que estou fazendo. Minha maior alegria é quando monto na moto para fazer vídeo”, frisou.

Para acessar ou assistir aos vídeos do mototaxista influenciador basta seguir nas plataformas:

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