Nesta sexta-feira, 28 de junho, o deputado federal José Neto (PT) disse ao portal Acorda Cidade os motivos que levaram ao cancelamento do voo entre Feira de Santana e Recife pela Azul Linhas Aéreas, que deve ser encerrado no dia 1º de julho. Segundo o deputado, a baixa taxa de ocupação foi um fator decisivo para a suspensão das operações.
Para a manutenção de um voo interestadual, é necessário que a taxa de ocupação atinja pelo menos 75%. No entanto, o voo entre Feira de Santana e Recife registrou ocupações bem abaixo dessa média nos últimos meses.
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“Houve uma situação muito triste para a gente, porque o voo não conseguiu corresponder às expectativas. Para ter um voo interestadual tem que ter no mínimo 75% de ocupação. Tecnicamente estava tudo certo, tudo dentro dos conformes, mas infelizmente, os últimos meses, 43%, 46%, 47%, abaixo da metade da ocupação. Aí não viabiliza, esse voo já veio para cá com problema, mas tinha um apoio do governo do estado na redução de ICMS. Estamos conversando agora para tentar reverter a saída do voo, mas conversando também na perspectiva de que estamos fazendo o muro para ampliar de 70m para 140m de afastamento da pista. E agora vamos vê se a gente consegue instalar o voo para São Paulo, e essa negociação está sendo feita”, relatou.
O deputado Zé Neto relembrou as diversas reuniões realizadas para tentar evitar o cancelamento do voo e a importância da redução do ICMS. Cabe destacarmos que no dia 29 de maio, representantes da Azul, o secretário de turismo Maurício Bacelar, o deputado José Neto e outras autoridades estaduais se reuniram para discutir alternativas. No entanto, essas tentativas não foram suficientes para reverter a decisão da companhia aérea.
Voos para São Paulo?
Com o cancelamento confirmado no dia 1º de julho, do voo que opera de Feira para Recife, os esforços agora se voltam para estabelecer um novo voo de Feira de Santana para São Paulo.
“Eu estive com o titular estadual da Fazenda, Manoel Vitório Filho, tratando disso com ele e com o representante da Secretaria de Turismo para fazer o protocolo de redução de ICMS, e a gente está lá trabalhando para que essa redução seja ampliada para a gente manter o voo de Feira e criar o voo para São Paulo, também com esse incentivo de ICMS para o combustível. O voo Feira Recife foi cancelado, porque estava com essa dificuldade. Agora a gente está trabalhando para trazer um voo de manhã indo para São Paulo e voltando à noite. Esse voo para mim, comercialmente, é melhor e instala de forma mais decisiva e definitiva como um voo lucrativo para que as empresas comecem a enxergar o aeroporto de Feira de forma mais atenciosa”, pontuou.
Há impedimento de voos?
A ampliação da pista está em andamento e a nova estação de passageiros já está funcionando, mas o impedimento técnico, como a questão do IFR (Instrument Flight Rules), ainda precisa ser resolvido.
“A ampliação já tem uma liberação de 5 milhões por parte do governo federal. Já está sendo feito o projeto de ampliação dos metros, mas isso não impede que a gente tenha o voo. O que impediu da gente ter um voo noturno comercial foi o IFR que é uma autorização que é dada por questões técnicas, nem eram questões estruturais, nem relacionadas à iluminação, a época que a gente recebeu o IFR, uma semana antes teve um acidente em Santa Catarina, isso tem uns quatro anos atrás, e a ANAC passou a exigir, em vez de 70 metros, 140 metros da pista”, explicou.
O deputado federal ressaltou também sobre a necessidade do apoio municipal visando melhorias para o aeroporto.
“O governo do estado tem dado todo apoio, o grupo político que governa o município parece que comemora o fato do aeroporto perder esse voo. Para eles isso é derrota política nossa, porém é derrota da cidade, principalmente quando um voo só tem 47% de adesão e não temos união em torno de temas que precisam estar fora da política. O aeroporto de Feira só vai ser grande quando tiver gente pensando grande na prefeitura de Feira de Santana. Eu fico triste, porque já investimos, teve voo para Feira, mas não deu certo, teve voo para Recife e agora não deu certo, então temos que pensar soluções e reunir a cidade, e todos devem se unir em torno de um tema que não é da política, mas da cidade”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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