Feira de Santana

Advogado diz que paciente acusada de homofobia no Hospital da Mulher sofreu maus-tratos

A paciente, que teria buscado o hospital em trabalho de parto, teria reclamado do mau atendimento prestado pelo médico Phelipe Balbi Martins.

Hospital da Mulher - Ney Silva - Acorda Cidade
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Constituído pela família da paciente acusada de praticar um ato de homofobia durante atendimento com um médico no Hospital da Mulher, em Feira de Santana, o advogado Armênio Seixas Júnior contrapôs, em entrevista ao Acorda Cidade, a versão do profissional de saúde.

De acordo com Armênio Seixas Júnior, a paciente, que teria buscado o hospital em trabalho de parto, teria reclamado do mau atendimento prestado pelo médico Phelipe Balbi Martins.

“Nós fomos constituídos pela família da paciente justamente para contrapor aquilo que foi dito pelo médico e pelo corpo hospitalar. Ela reclamou do atendimento que foi dispensado a ela na noite de domingo, porque ela já estava no momento do parto e ela foi maltratada pelo médico. O que ela informou é que não gostava de ser atendida por esse tipo de pessoa, não se referindo à opção sexual, e sim pelo tratamento dispensado pelo médico, devido ao mau tratamento, ou seja, o tipo de pessoa que trata mal no exercício da profissão”, afirmou o advogado.

Ele declarou que a postura do médico Marcos Lino, que se travestiu de mulher e se maquiou para atender a paciente em seguida foi de coação.

“A postura do outro médico que se travestiu, se maquiou, isso fez com que ela se sentisse coagida em um momento que ela estava precisando de acolhimento, e não uma postura dessa que a gente entende que não tem nada a ver com a conduta médica. Ela reside no município e deu entrada no hospital, quando ela foi atendida pelo médico, ele a tratou de forma ríspida, deselegante e mal educada. Ela foi mal tratada, retrucou e falou justamente do mau tratamento, e em momento algum ela falou da orientação sexual do médico”, destacou.

O advogado disse que a cliente se sentiu constrangida, em um momento que era para ser marcante na vida dela.

“Se tornou um momento traumático por essa questão, pois ao invés de ser um parto humanizado, foi desumanizado. Se ela pediu desculpa ou não depois, o pedido de desculpa nunca vai ser o reconhecimento do ato praticado, e sim porque ela estava constrangida, porque todos os funcionários que tiveram contato com ela ficaram pressionando-a, então se pediu desculpas foi por conta disso. Se o médico prestou a queixa, ela vai ser intimada, vai prestar os esclarecimentos, expor a nossa versão do caso, porque o que a gente entende é que ela sofreu violência obstétrica desnecessária, uma exposição tamanha. Existe uma lei que combate à homofobia, mas o sujeito não pode lançar mão dessa ferramenta para coagir pessoas de posse dessa informação.”

Ele alertou ainda que a paciente está com o psicológico abalado, ainda se encontra hospitalizada em decorrência do parto no próprio Hospital da Mulher, porém não recebeu assistência psicológica.

“Ela pediu atendimento do psicólogo e este não foi providenciado pelo hospital. Até o momento, não foi providenciado esse atendimento para tratar essa situação em relação ao caso. Ela ainda está internada, é da cidade, e aguardando alta.”

O Acorda Cidade entrou em contato com direção do Hospital da Mulher sobre a falta de atendimento psicológico a paciente e aguarda o retorno.

Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade.

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