Feira de Santana

Acusados de terem 'invadido' gabinete da reitoria da Uefs prestam esclarecimentos

Segundo eles, o local não deve tomar nenhum posicionamento político enquanto instituição pública.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Na manhã desta terça-feira (18), a reitoria da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) divulgou uma nota pública acerca de uma faixa com o dizer ‘Fora Bolsonaro’ de autoria da da Associação dos Docentes da Uefs (Adufs).

De acordo com a nota, dois homens adentraram a secretaria do Gabinete da reitoria “constrangendo servidores com gravação de imagem em celular, enquanto faziam inquirições sobre a faixa”.

Eles foram identificados como Erivaldo Lima dos Santos e Daniel Marques, que procuraram a reportagem do Acorda Cidade, para esclarecerem os fatos.

De acordo com Erivaldo, em momento nenhum houve agressividade com os servidores da Uefs. Ele disse que tomou como surpresa, a nota publicada pela universidade.

“Eu junto com Daniel por algumas vezes passamos na frente da Universidade, e vimos aquela faixa Fora Bolsonaro e resolvemos entrar e questionar a direção da Universidade a respeito daquela faixa, quem autorizou. Fomos até a sala da reitoria, chegando lá procuramos pelo reitor, tinham duas meninas que nos atenderam, logo em seguida veio o reitor conversar com a gente e fomos questionar a ele sobre a questão da faixa. Ele informou que era um local plural e que esta atitude partiu da própria Associação que tem dentro da Universidade Estadual de Feira de Santana, e logo pela manhã vimos no Acorda Cidade uma nota emitida pela própria Universidade, onde dois homens invadiram a Universidade com celulares em mãos fazendo filmagens. Ficamos surpresos com essa nota porque em momento algum fomos agressivos, conversamos com o reitor, conversamos até com o rapaz da segurança, em momento nenhum teve agressividade, esta nota não é verdade que fomos agressivos”, disse.

Segundo Erivaldo, a faixa não foi retirada e a mesma encontra-se no mesmo local.

“Não houve ameaças em nenhum dos lados, nem na parte da segurança, nem da reitoria, nem da nossa parte com eles. Então essa questão de agressividade é uma inverdade. Eu desafio a Universidade a provar que nós retiramos a faixa, porque continua no local, conversei até com alguns alunos antes de adentrar no prédio da reitoria, e alguns alunos que possuem posicionamento diferente não quiseram se identificar, eu compreendo perfeitamente, eles se sentem coagidos em manifestar a sua posição contrária a que está ali escrito naquele prédio, na entrada da Universidade. Eu fico muito triste para um local que deve ser plural, tem que ter uma liberdade de ideias”, afirmou.

Segundo Daniel Marques, toda conversa com o reitor da Uefs foi civilizada, mas questiona o fato da instituição aceitar que posições políticas sejam expressadas desta forma.

“Tivemos uma conversa interessante com o reitor, ele explicou, e em momento algum fomos agressivos. Questionamos porque o prédio público estava sendo utilizado para uma propaganda de um lado partidário, e questionei a ele: será que o aluno que tem um pensamento diferente não se sente coagido e entrar dentro da Universidade e ver no posicionamento político onde só enaltece um lado? Será que ele entrando aqui dentro, ele não vai ser coagido até em não expor as suas ideias? Porque o que parece, é que a Universidade tomou apenas um lado. Então a gente gostaria de deixar bem claro, pois na nota informa que minutos depois que a gente deixou a instituição, a vigilância registrou que nós retiramos as faixas da Universidade e isso é uma inverdade. Eu desafio a ele mostrar essas imagens que a gente fez isso”, concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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