Na manhã desta terça-feira (14), o candidato ao governo da Bahia João Roma, do Partido Liberal (PL), foi o segundo entrevistado da Rodada de Entrevistas promovida pelo Acorda Cidade, para ouvir as propostas e ações prioritárias dos postulantes à disputa estadual.
Em sua introdução, o candidato João Roma frisou que o objetivo da sua candidatura é libertar a Bahia de políticas atrasadas. Em seguida, anunciou a criação do Auxílio Bahia, programa de transferência de renda para a população mais carente do estado.
“O que nós queremos é chegar ao governo do estado para baixar os impostos, atrair investimentos, e o sinônimo disso é gerar oportunidades de emprego e renda para o povo baiano. Nós vamos criar o ‘Auxílio Bahia’, que é um complemento de renda, um programa estadual de transferência de renda para que a Bahia deixe de ostentar o número de maior quantidade de pessoas na faixa da pobreza e extrema pobreza. Isso que nós queremos fazer no governo da Bahia”, declarou.
Ele garantiu também que o programa Auxílio Brasil, do governo federal, no valor de R$ 600 não será encerrado em dezembro. Irá continuar como programa social permanente.
“Temos orçamento, e muitas pessoas ficam utilizando de fake news para tentar gerar ansiedade nos beneficiários do Auxílio Brasil. Este é o novo programa permanente de transferência de renda do governo federal, diferente do que diziam de que Bolsonaro iria acabar com o Bolsa Família, conseguimos idealizar e implantar o Auxílio Brasil, que veio para melhorar o Bolsa Família. O programa foi implantado no ano passado com o mínimo de 400 reais, e no momento de sua criação, assim como agora, ele também era provisório e iria acabar em dezembro deste ano. Mas ainda no primeiro semestre, através de uma medida provisória, conseguimos tornar os R$ 400 permanente, e eu inclusive fui relator dessa medida, foi quando o presidente Bolsonaro apresentou uma nova proposta de emenda constitucional, ampliando o valor para R$ 600, fruto inclusive de lucros na Petrobrás, pois hoje diferente do passado as estatais estão dando lucro, e com esses lucros é possível sim estar ampliando o valor para os mais necessitados”, declarou João Roma.
Roma sustentou que em sua implantação, da mesma maneira como foi no ano passado, o programa só poderia ser feito de forma transitória.
“Mas a mesma PEC aprovada no ano passado permite que se torne permanente, já que é benefício social. A PEC aprovada em dezembro, a PEC dos precatórios, que o PT inclusive votou contra, permite que se torne permanente, e o presidente Bolsonaro já anunciou, diferente de outros que ficam fazendo bravata, isso será feito com responsabilidade fiscal para não afetar nossa economia, que o Brasil vive hoje um excelente momento. Então o Auxílio Brasil de 600 reais permanecerá mesmo após dezembro deste ano”, disse.
Educação
O candidato pelo PL destacou como uma de suas prioridades a melhoria dos Índices da Educação Básica (Ideb) no estado, fortalecendo a carreira de professor.
“A criação de escolas cívico militares é uma das ideias para melhorar os índices do Ideb na Bahia. O que eu apresentei para a Educação tem outras vertentes, como tratar com respeito os professores, pois atualmente o governo do estado tem tratado os servidores públicos como adversários ou como uma mera despesa no final do mês, e até para pagar os precatórios dos professores o governo fica criando artifícios. O governo Bolsonaro já mandou mais de 4 bilhões para o estado da Bahia, e o governo Rui Costa não paga os precatórios dos professores. Tem professores que estão com mais de 80 anos esperando receber, e o governo da Bahia fica fazendo caixa com esse recurso ou fazendo convênio por apoio político, anunciado escolas Bahia afora. Precisamos fortalecer e chamar os servidores públicos para esse desafio estratégico para o estado da Bahia. Não se admite em pleno século 21 mais de 1,5 milhão de baianos não saberem ler e escrever. Precisamos mudar isso”, enfatizou.
Ainda como parte de suas propostas estão a criação de escolas em tempo integral em todas as regiões e o estímulo à implantação de mais escolas cívico-militares.
“O que vamos fazer é levar a escola em tempo integral para todo o estado, utilizar a tecnologia através do tablet 5G, pois com isso todas as escolas poderão ter acesso à internet de alta velocidade, vamos estimular a criação das escolas cívico-militares, que tem sido um sucesso em todo o Brasil, e o governo da Bahia não leva à frente por questões ideológicas, e dessa maneira vamos fortalecer nossas tradições, nossa cultura, para ter de fato um ensino de qualidade e possamos superar esses índices vergonhosos”, pontuou.
Saúde
A respeito de como irá resolver o problema das filas de regulação no estado da Bahia, o candidato João Roma informou que pretende descentralizar o atendimento de saúde.
“O governo do estado não dá respaldo aos médicos, que têm tirar nota fiscal e muitos passam até quatro meses sem receber salários. E não é parede de unidade hospitalar que vai melhorar a saúde das pessoas. O problema da saúde pública na Bahia vai muito além da fila da regulação, o problema está na assistência de saúde básica da população. Nós vamos, portanto, criar o programa Médico no Posto, porque muitos profissionais querem, inclusive, ir para o interior ficar perto da sua família e desenvolver sua profissão, mas o governo não dá respaldo. E com o programa Médico no Posto, vamos estimular que os médicos possam estar em várias regiões do nosso estado e que não falte atendimento para ninguém. Vamos descentralizar o atendimento de saúde em 31 regiões, onde teremos o básico de internamento e exames para a população”, destacou.
Ainda no campo da saúde, João Roma anunciou a criação do programa Exame na Mão, para que as pessoas quando conseguirem a consulta possam fazer o exame com maior rapidez.
“Queremos facilitar para que as pessoas possam ter acesso de forma rápida perto do local onde vivem e dar sequência ao seu tratamento de saúde, porque a realidade é que se espera até seis meses para uma pessoa realizar um simples exame, e com isso fica sofrendo e sem resolver seu problema em tempo hábil. Queremos, portanto, fazer essa reformulação no estado da Bahia, para que o cidadão seja tratado com respeito. Atualmente, o governo do estado trata o cidadão com humilhação”, disse.
Segurança Pública
Os altos índices de violência no estado da Bahia chamam a atenção do candidato, para o estabelecimento do crime organizado. Como forma de repressão às facções, o candidato ao governo do estado propõe valorização das forças de segurança.
“A questão da violência já passou do limite tolerável no estado da Bahia. Não é mais um crime esporádico, e sim sistêmico. O crime organizado se instalou no estado da Bahia porque viu um solo fértil e não tem a repressão devida. Precisamos dar respaldo às nossas forças policiais. Hoje um soldado da Polícia Militar passa 14 anos sem direito à promoção. Você observa que até o Colégio da Polícia Militar saiu da média 7 para 5, que era referência no estado da Bahia. A Polícia Civil está desmotivada sem os seus direitos e a Polícia Penal sequer tem o reconhecimento e dos últimos estados do Brasil, a Bahia teima em não conceder o direito desses profissionais. Portanto, precisamos reformular isso e mudar a postura, principalmente na gestão, pois o governo federal mandou mais de 90 milhões para a Bahia e nem 20 milhões o governo do estado conseguiu executar para treinamento e equipamentos para os policiais”, declarou.
Para Roma, a mudança virá com o enfrentamento severo ao crime organizado.
“Não dá para fazer isso com um secretário de segurança pública que faz apologia ao uso de drogas e um governador que diz que o tráfico emprega muitos jovens. O nome disso não é emprego, é descaminho para a juventude e sofrimento de pais e mães. Vamos criar o programa Patrulha nos Bairros para ampliar a presença da polícia, vamos colocar concursos permanentes, queremos não só repor as vagas como ampliar para proteger a população, investir em equipamentos, pois hoje os bandidos têm armamento superior ao da polícia, tecnologia e integração, para que o policial possa andar com toda a autoestima e poder proteger a sociedade. Vamos criar também um programa de habitação para os profissionais de segurança pública, com vilas para os policiais, pois hoje muitos policiais estão tendo que sair de suas casas, porque o crime organizado chegou, e estão tendo que morar de aluguel, ficando numa situação muito difícil”, salientou.
Pesquisas eleitorais
Questionado sobre as pesquisas eleitorais e a possibilidade de transferências de votos dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro para ele no estado, o candidato João Roma argumentou que tem andado pelas ruas e tem visto a forma como as pessoas o têm recebido.
“Há um desejo de mudança no coração das pessoas. Quem quer mudança, quer para valer. Não adianta trocar seis por meia dúzia. O que se observa é que do outro lado tem dois candidatos que são contra o presidente Bolsonaro, tanto Jerônimo quanto ACM Neto, que têm por prática chegar ao governo, aumentar os impostos e distribuir migalhas à população. Nós não queremos migalhas, quero chegar ao governo do estado para baixar os impostos, atrair investimentos e melhorar a vida dos baianos. O que nós queremos é ajudar as pessoas a melhorarem de vida. E temos convicção que estaremos no segundo turno, com o presidente Bolsonaro eleito já no primeiro turno, pois é isso que o povo está demonstrando nas ruas. Se fossemos olhar para as pesquisas, o presidente Bolsonaro hoje não seria presidente, treino é treino, jogo é jogo. Ainda tem água para passar debaixo da ponte e vamos cada vez nessa caminhada poder orgulhar o povo baiano para fazer uma libertação dessas práticas políticas atrasadas do toma lá da cá, do empreguismo, de perder posição para outros estados”, frisou.
Em suas considerações finais, o candidato do PL afirmou que a Bahia vive um momento crucial em sua história e precisa caminhar de mãos dadas com o Brasil.
“Me dá dor no coração ver o Brasil avançando e a Bahia remando para os lados. Queremos uma Bahia grandiosa e nós precisamos a todo o tempo fazer com que esse estado possa crescer, gerando emprego e renda para o nosso povo. Queremos baixar os impostos, isso é uma solução que tem dado certo, o que Bolsonaro tem feito no Brasil, baixou o preço do combustível, o preço da energia, aqui na Bahia até a cesta básica tem impostos altos. Aqui o governo dá isenção para lagosta e camarão, mas não dá para farinha, arroz e feijão, a charque, que chegam na mesa dos mais necessitados. Vou zerar o imposto do gás, baixar o imposto do óleo diesel e isso vai baixar o preço do botijão e da passagem de ônibus”, afirmou.
Sobre o candidato
Segundo o candidato João Roma, ele iniciou sua vida política ainda jovem, em seu estado de origem, Pernambuco, participando do Movimento Juventude Partidária.
“Lá eu iniciei como assessor do governador, na sequência fui para Brasília e trabalhei no Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. Depois trabalhei no Ministério da Cultura, e na sequência vim para a Bahia assumir o cargo no escritório regional da Agência Nacional do Petróleo, nisso presidia o Movimento da Juventude Partidária e viajei todo o Brasil fazendo capacitação, preparando jovens líderes para cargos futuros. Em 2012, com a eleição de ACM Neto, eu trabalhei na prefeitura de Salvador, por um período de cinco anos como chefe de gabinete, e fui eleito deputado federal em 2018. Chegando em Brasília, rapidamente me destaquei como um dos cabeças do Congresso Nacional e rapidamente fui convidado pelo presidente Bolsonaro para assumir o Ministério da Cidadania, que é o braço social do governo. Foi quando ele me chamou e disse: ‘Roma, faça o que é certo e de tudo para ajudar os mais necessitados’. Quando nós conseguimos idealizar e implementar o Auxílio Brasil, que hoje chega para 2 milhões de famílias baianas colocarem comida dentro de casa”, concluiu.
Nesta quinta-feira (15), o candidato a ser entrevistado será Kleber Rosa pelo partido do Psol.
Ouça a entrevista na íntegra:
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